Relação entre níveis de imunoglobulinas IgE e IgG e a forma clínica da esquistossomose mansônica em pacientes do município de Padre Paraíso, Minas Gerais.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Juliana Froeseler Fittipaldi Batista
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/SAGF-6XQRNB
Resumo: RESUMOA esquistossomose mansônica é uma doença prevalente em várias regiões do mundo e no Brasil, particularmente no estado de Minas Gerais, representa um dos principais problemas de saúde pública. A forma crônica da doença é classificada em intestinal, hepatointestinal e hepatoesplênica, conforme as manifestações clínicas. Os fatores que levam alguns indivíduos a desenvolver fibrose periportal são pouco entendidos. Há indícios de que deficiências nos mecanismos de imunorregulação estariam envolvidas na patogenia da esquistossomose, levando ao desenvolvimento da fibrose hepática. Neste estudo, após a padronização de uma técnica de adsorção de anticorpos específicos das amostras de plasma em colunas de Sepharose conjugadas ao antígeno de ovo (SEA) ou de verme adulto (SWAP) foi possível medir os níveis de IgG e IgE específicos contra o parasito (anti-SEA e anti-SWAP), através da técnica de ELISA. Foi utilizado o banco de dados de um grupo de 97 pacientes com idade entre 14 e 68 anos, de ambos os sexos, bem caracterizados clínica, parasitológica e ultra-sonograficamente, procedentes de uma área endêmica para esquistossomose, no município de Padre Paraíso, nordeste de Minas Gerais. Esta população apresentou baixa carga parasitária, com mediana de 30 ovos por grama de fezes. Utilizando programas de análise estatística, os níveis de IgG e IgE específicos foram relacionados com os fatores da infecção, como sexo, idade, etnia, carga parasitária, contato com água, tratamento, além de medidas clínicas e ultra-sonográficas de órgãos. Foi verificado que os indivíduos que tiveram aumento da vesícula biliar (um dos principais marcadores de fibrose) apresentaram diminuição de IgE. Os dados encontrados sugerem que o aumento de IgE (total e específicas para SEA e SWAP) está relacionado à proteção contra a evolução do quadro de fibrose na esquistossomose. Enquanto a IgG aumentou com os marcadores de fibrose (aumento do baço e da espessura da veia porta), sugerindo que IgG, principalmente anti-SWAP, está relacionada à evolução da patologia para fibrose. Apesar de ter sido detectado uma associação positiva entre IgE e medição do fígado pelo lado ântero-posterior esquerdo, esta consiste num viés, visto que aumenta progressivamente com a altura e o peso dos indivíduos, consistindo num fator de confusão nas medidas, e por isso não deve ser usado para avaliações ultra-sonográficas. Comparando os níveis de IgE e IgG com idade, sexo, etnia e carga parasitária, foi verificado que IgG anti-SEA diminui com a idade. O dado sugere que com o passar da idade, em populações endêmicas, os níveis de IgGs, que não são protetoras, diminuem e isto ocorre independente de outros fatores. Não foi encontrada relação entre etnia, determinada por padrões moleculares e auto-avaliação, e IgE ou IgG específicos. Os dados sugerem que não importa a origem étnica (molecular ou auto-avaliação) do indivíduo para pressupor o prognóstico da evolução do quadro da esquistossomose. Quanto ao tratamento, houve diminuição significativa de IgE (total e específicas) nos pacientes que relatam tratamento. Os demais fatores não apresentaram relação com IgE e IgG. Então, a avaliação da resposta humoral específica contra o parasito serve como marcador do desenvolvimento de formas graves da patologia de esquistossomose.
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