Caracterização das alterações morfofuncionais de unidades motoras de um modelo murino para doença de Huntington (BACHD)

• Autor(a) principal: Priscila Aparecida Costa Valadão
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/33766
• topic: Biologia Celular; Biologia Celular; Doença de Huntington; Doença dos Neurônios Motores

A doença de Huntington é uma desordem neurodegenerativa caracterizada por sintomas complexos com pronunciada disfunção motora e atrofia muscular. Os sintomas motores são progressivos e atribuídos à morte dos neurônios estriatais do cérebro causando os movimentos involuntários da musculatura dos membros, do tronco e da face. Na doença de Huntington ocorre expansão poliglutamínica na proteína huntingtina, o que resulta na formação de uma proteína mutada que interfere em vários processos no interior das células levando-as à morte. Apesar da causa dos movimentos involuntários na doença de Huntington ser bem estabelecida, também é reconhecido que tanto a Huntingtina normal quanto a mutada são expressas fora do Sistema Nervoso Central, como por exemplo nos músculos esqueléticos. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar possíveis alterações em unidades motoras de músculos esternomastoide e tibial anterior de um modelo murino para a doença de Huntington, o BACHD, uma vez que esta estrutura está envolvida diretamente na execução dos movimentos por se tratar da via final do sistema motor. Nós utilizamos testes comportamentais, microscopia óptica, de fluorescência, confocal e eletrônica de transmissão para investigar possíveis alterações nos componentes da unidade motora de ambos os músculos, tais como motoneurônios dos segmentos cervicais e lombares da medula espinhal, junções neuromusculares e musculatura esquelética. Nós identificamos primeiramente que os animais BACHD apresentavam déficit motores nos testes comportamentais. Em um segundo momento, observamos que nos camundongos transgênicos havia diminuição no número e pronunciada atrofia dos motoneurônios cervicais e lombares, fragmentação, desnervação e perda de colocalização das junções neuromusculares. Além disso, observamos atrofia muscular acompanhada de mudança no padrão da cadeia pesada de miosina e anormalidades ultraestruturais dos músculos analisados. Em conjunto, nossos resultados indicam que as unidades motoras dos músculos esternomastoide e tibial anterior são afetadas em todos os seus componentes. Estes resultados, podem futuramente contribuir para novos alvos de intervenções terapêuticas com foco em estruturas ligadas ao movimento, porém fora dos circuitos cerebrais superiores