Avaliação da funcionalidade em pacientes com doenças reumáticas atendidos pelo SUS em Minas Gerais no período de 2011-2019.

• Autor(a) principal: Elisa Neide Barbosa de Souza
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/35221
• topic: Efetividade; Artrite reumatoide; Artrite psoriásica; Espondilite anquilosante; Funcionalidade; HAQ-DI; Brasil; Sistema Único de Saúde

Introdução: as doenças reumáticas, Artrite Reumatoide (AR), Artrite Psoriásica (AP) e Espondilite Anquilosante (EA) são doenças inflamatórias crônicas com potencial para dano funcional. O tratamento objetiva aliviar os sintomas e minimizar a progressão da doença, melhorar funcionalidade, qualidade de vida e reduzir a morbimortalidade. O tratamento inclui terapia medicamentosa e não medicamentosa, sendo que o tratamento medicamentoso abrange o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINE), corticoides, medicamentos modificadores do curso da doença sintéticos (MMCDs) e biológicos (MMCDb). Objetivos: avaliar a funcionalidade em uma coorte de pacientes adultos, em uso de medicamentos biológicos incorporados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Belo Horizonte/MG, para o tratamento de AR, AP e EA no período de 2011 a 2019. Métodos: trata-se de um estudo de coorte prospectiva aberta conduzida na Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte, Minas Gerais, de pacientes em tratamento para AR, AP e EA no SUS, em tratamento com MMCDb. Os dados foram coletados por meio de um formulário padronizado, elaborado pelo Grupo de Pesquisa em Farmacoepidemiologia (GPFE). Foram realizadas até três entrevistas por paciente, sendo a primeira entrevista no momento da primeira dispensação do medicamento biológico, e a partir de então foram realizadas entrevistas a cada seis meses. A funcionalidade foi avaliada por meio do Health Assessment Questionaire Disability Index (HAQ-DI) segundo doença reumática, características dos pacientes, tempo de doença e atividade da doença. Resultados: a maioria dos participantes era do sexo feminino (75,6%) e portadores de AR (66,5%). A mediana do HAQ-DI foi de 1,5 (0,8-1,9) no início do estudo e valores mais alto foram observados em pacientes com AR. A análise multivariada mostrou que os fatores que tiveram associação direta positiva com pior funcionalidade dos pacientes foi a maior atividade da doença Clinical Disease Activity Index (CDAI), Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity Index (BASDAI) e sexo feminino em 6 meses, e em 12 meses apenas o BASDAI apresentou associação positiva com o HAQ-DI (p<0,001). Foi observada redução significativa nos valores medianos de HAQ-DI, sendo os melhores resultados observados em pacientes com EA. O estado de remissão da doença HAQ-DI ≤0,5 não foi observado na AR. Os melhores efeitos foram observados em seis meses de tratamento para as três doenças. As variáveis sexo feminino, idade, tempo da doença, CDAI e BASDAI mostraram-se independente e positivamente associadas com a funcionalidade medida pelo HAQ-DI. Foi avaliada a diferença mínima clinicamente importante (Minimal Clinical Diferene - MCID) e foi considerado mudanças nos valores de HAQ-DI de 0,22 como MCID. Conclusão: o uso de MMCDb proporcionou melhora significativa na funcionalidade na maioria dos pacientes. Mais pacientes atingiram a MCDI, quando se comparou 12 meses de tratamento com a linha de base. Os fatores que influenciaram a piora da funcionalidade foram: sexo feminino, maior tempo da doença e maior atividade da doença.