Interferência da organização sobre a higienização de material cirúrgico em setor de recepção e limpeza da central de material esterilizado de um hospital

• Autor(a) principal: Nayara Cristina Vitorino de Souza
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9BGJAA
• topic: Ergonomia organizacional; Enfermagem; Saúde do trabalhador; Central de material esterilizado; Saúde e trabalho; Ergonomia; Engenharia de produção

A maior necessidade do hospital com a Central de Material esterilizado (CME) é a limpeza completa dos materiais, para garantir que eles estejam livres de qualquer resíduo capaz de comprometer a qualidade da esterilização necessária no serviço hospitalar. Objetivo: Observar a execução das tarefas, entendendo as dificuldades e limitações do trabalho das atendentes de enfermagem que pudessem comprometer a higienização satisfatória dos objetos processados no setor de expurgo. Metodologia: O método utilizado foi o de Análise Ergonômica do Trabalho proposto por Guérin et al (2001), observando diretamente o trabalho do pessoal do setor por períodos variáveis durante onze meses, colhendo as impressões e informações dos próprios trabalhadores e de suas chefias sobre suas tarefas. Resultados: Com base na observação sistemática das situações de trabalho encontramos situações que podem comprometer a higienização satisfatória dos objetos, gerando o risco de perda da qualidade de limpeza, situação potencialmente danosa à saúde dos usuários e à reputação do hospital. Por exemplo, múltiplas tarefas são executadas rotineiramente por duas trabalhadoras, sendo a jornada, apesar de longa e cansativa, insuficiente para conseguir realizar todas elas. Está a cargo das atendentes receber o material de todas as unidades que se utilizam de seus serviços e realizar o procedimento de limpeza necessário, buscar café na cozinha para todos os trabalhadores do CME e bloco cirúrgico, levar os pacientes que saem do bloco cirúrgico para o leito em uma das clínicas e auxiliar médicos em pequenos procedimentos. Pode-se observar que em uma jornada de 12 horas de cada trabalhadora são gastos aproximadamente 26% do tempo para executar as tarefas que não são diretamente relacionadas com a atividade de lavar e secar material oriundo do bloco cirúrgico. Para lavar e secar o material oriundo do bloco cirúrgico são utilizados 11% do tempo e para executar as demais tarefas são gastos 63%. Além das questões organizacionais, encontramos também situações de constrangimentos espaciais, o que leva a dificuldades em respeitar o fluxo unidirecional necessário para a boa qualidade do processo de limpeza. Conclusão: Foi possível observar que há situações relacionadas à organização do trabalho que podem comprometer a higienização satisfatória dos objetos, gerando o risco de perda da qualidade de limpeza, situação potencialmente danosa à saúde dos usuários e à reputação do hospital