Estudo da variabilidade genética inter e intra-específica de Leishmania (Leishmania) chagasi (Cunha & Chagas, 1937) e Leishmania (L.) infantum (Nicolle, 1908),

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Janaina Sousa Campos
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/SAGF-7C2JNU
Resumo: ResumoA leishmaniose visceral ou calazar é uma doença potencialmente fatal para o homem, tendo como agentes etiológicos as espécies de Leishmania do complexo L. (Leishmania) donovani: L. donovani e L. infantum, ambas no Velho Mundo e L. chagasi no Novo Mundo. Apesar de inúmeros estudos realizados sobre as doenças causadas por esses parasitos, a epidemiologia dos vários focos humanos é ainda hoje pobremente conhecida para uma doença da importância e impacto médicos da leishmaniose visceral, não só quanto à sua ecologia, mas com opiniões discordantes quanto ao status taxonômico de alguns destes parasitos. A inclusão de L. chagasi no complexo L. donovani é amplamente aceita ainda que sua afinidade taxonômica e origem sejam matéria de controvérsia. A utilização de metodologias moleculares veio permitir o desenvolvimento de novas abordagens no estudo da variabilidade genética e a determinação de correlações filogenéticas existentes entre as duas espécies, e dentro de cada uma delas. Alguns trabalhos realizados com as espécies do complexo L. donovani, utilizando análises genética e fenética não mostraram distinção entre L. infantum e L. chagasi. Destaca-se que grande parte dos dados disponíveis na literatura sobre a variabilidade genética de L. chagasi em comparação com L. infantum foi gerada através da análise de isoenzimas. Contudo nenhum estudo até agora realizado utilizou um número significativo de amostras do Brasil (L. chagasi), com poucas passagens in vitro e com história clínica bem conhecida, em comparação com amostras de L. infantum. O objetivo central do presente trabalho foi avaliar a variabilidade genética inter e intra-específica de amostras L. chagasi e L. infantum isoladas de casos humanos e reservatórios caninos da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil e da Região do Mediterrâneo, Portugal. No presente estudo foram utilizadas técnicas empregadas na análise de polimorfismos do DNA nuclear (nDNA) e/ou do cinetoplasto (kDNA), utilizados como marcadores genéticos gerados por: amplificação aleatória do DNA polimórfico RAPD; polimorfismos de tamanho de fragmento de restrição do kDNA utilizando endonucleases de restrição RFLP; PCR com iniciadores de repetições de seqüências simples - SSR-PCR e amplificação pela técnica de LSSP-PCR Low-Stringency Single Specific Primer PCR. Essas metodologias já se encontram descritas na literatura e têm sido utilizadas no laboratório de Biologia de Leishmania, do Departamento de Parasitologia, ICB/UFMG em estudos de Leishmania sp. e de L. chagasi isoladas de reservatórios caninos e de casos humanos mostrando polimorfismo e variantes isoenzimáticas. Utilizando a técnica de isoenzimas, todas as amostras apresentaram o mesmo perfil frente às diferentes enzimas, indicando pertencer a um mesmo zimodema, com exceção de duas amostras do Brasil (uma de humano e outra de cão) que apresentaram um perfil diferente das demais para duas das enzimas analisadas. Pela utilização das técnicas de RAPD e SSR-PCR observou-se uma separação das amostras em dois clusters relacionados ao hospedeiro de origem. Com as técnicas de RFLP e LSSP-PCR essa separação não foi observada, mas pequenos polimorfismos foram detectados. A técnica de sequenciamento evidenciou polimorfismos, algumas vezes associados a origem geográfica ou ao hospedeiro. Esperamos que os resultados aqui apresentados possam trazer um maior conhecimento da epidemiologia molecular do parasito, levando à melhor compreensão da diversidade e estrutura das populações de Leishmania estudadas.
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