Espaço público como palco das manifestações coletivas e da vitalidade urbana: subversão à ordem, luta pelo direito à cidade e expressão dos conflitos urbanos de Belo Horizonte
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/34014 |
Resumo: | A cidade resulta de processos históricos e sociais ao longo do tempo. Sua principal função, segundo Lefebvre (2008), é a vida urbana, que ocorre principalmente no espaço público, quando o valor de uso predomina sobre o valor de troca. A partir do capitalismo e acentuado pelo neoliberalismo, o valor de troca vem predominando e o espaço urbano é produzido a partir dos interesses de uma classe e uma ordem hegemônica, intensificando as contradições sociais e os conflitos urbanos. Os conflitos urbanos expressam o descontentamento da sociedade, revelando-se a partir das manifestações coletivas, que acontecem, sobretudo, no espaço público. As manifestações são uma forma de subversão à ordem e de luta pelo direito à cidade, que visa à transformação da vida urbana. Cabe destacar a importância dos conflitos urbanos, que contribuem para a vitalidade urbana e para a leitura da cidade, fornecendo, assim, subsídios para a elaboração do planejamento urbano e de políticas públicas democráticos. O trabalho parte da hipótese de que a ordenação do espaço urbano e da sociedade implica um paradoxo: a reação à ordem imposta é o seu próprio questionamento. O objetivo da tese é investigar o espaço público de Belo Horizonte como o lugar de subversão à ordem hegemônica, de luta pelo direito à cidade e de manifestação dos conflitos urbanos. São estudadas as manifestações coletivas que expressam os conflitos urbanos e que ocorrem, especificamente, na Praça Sete de Setembro, na Praça da Estação e na Praça da Liberdade. Os procedimentos metodológicos adotados tratam de pesquisa de caráter qualitativo e exploratório, a partir de revisão teórica e bibliográfica e pesquisa documental. Os conflitos urbanos de Belo Horizonte, expressos pelas manifestações coletivas, são analisados a partir da coleta de dados do Observatório de Conflitos Urbanos de Belo Horizonte. Ao analisar a trajetória histórica e as manifestações coletivas realizadas nas praças, entende-se que a Praça Sete e a Praça da Estação são lugares de caráter público e político, da festa, da vitalidade urbana, da subversão à ordem, da luta pelo direito à cidade e da expressão dos conflitos urbanos. Já a Praça da Liberdade, símbolo do poder do Estado, representa o espaço ordenado, onde o caráter público é seletivo e, muitas vezes, excludente. Não deixa, contudo, de ser palco da expressão de inúmeros conflitos, revelando outros desejos de cidade. As manifestações ocorridas em Belo Horizonte, sobretudo na Praça Sete de Setembro e na Praça da Estação, podem constatar a hipótese do trabalho de que a ordenação do espaço e da sociedade urbana implica a contestação da própria ordem. Negar os conflitos é negar a vitalidade urbana e desconsiderar as múltiplas possibilidades de, a partir de seu entendimento, permitir a busca pela transformação urbana, que vise à construção de uma cidade democrática, inclusiva, em que o direito à cidade não se limite à retórica. |
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Raquel Garcia Gonçalveshttp://lattes.cnpq.br/8784217958246614Altamiro Sérgio Mol BessaPaula BarrosAlexandra do Nascimento PassosDaniela Abritta Cotahttp://lattes.cnpq.br/1267828793846069Karina Machado de Castro Simão2020-08-18T16:10:32Z2020-08-18T16:10:32Z2020-07-21http://hdl.handle.net/1843/34014A cidade resulta de processos históricos e sociais ao longo do tempo. Sua principal função, segundo Lefebvre (2008), é a vida urbana, que ocorre principalmente no espaço público, quando o valor de uso predomina sobre o valor de troca. A partir do capitalismo e acentuado pelo neoliberalismo, o valor de troca vem predominando e o espaço urbano é produzido a partir dos interesses de uma classe e uma ordem hegemônica, intensificando as contradições sociais e os conflitos urbanos. Os conflitos urbanos expressam o descontentamento da sociedade, revelando-se a partir das manifestações coletivas, que acontecem, sobretudo, no espaço público. As manifestações são uma forma de subversão à ordem e de luta pelo direito à cidade, que visa à transformação da vida urbana. Cabe destacar a importância dos conflitos urbanos, que contribuem para a vitalidade urbana e para a leitura da cidade, fornecendo, assim, subsídios para a elaboração do planejamento urbano e de políticas públicas democráticos. O trabalho parte da hipótese de que a ordenação do espaço urbano e da sociedade implica um paradoxo: a reação à ordem imposta é o seu próprio questionamento. O objetivo da tese é investigar o espaço público de Belo Horizonte como o lugar de subversão à ordem hegemônica, de luta pelo direito à cidade e de manifestação dos conflitos urbanos. São estudadas as manifestações coletivas que expressam os conflitos urbanos e que ocorrem, especificamente, na Praça Sete de Setembro, na Praça da Estação e na Praça da Liberdade. Os procedimentos metodológicos adotados tratam de pesquisa de caráter qualitativo e exploratório, a partir de revisão teórica e bibliográfica e pesquisa documental. Os conflitos urbanos de Belo Horizonte, expressos pelas manifestações coletivas, são analisados a partir da coleta de dados do Observatório de Conflitos Urbanos de Belo Horizonte. Ao analisar a trajetória histórica e as manifestações coletivas realizadas nas praças, entende-se que a Praça Sete e a Praça da Estação são lugares de caráter público e político, da festa, da vitalidade urbana, da subversão à ordem, da luta pelo direito à cidade e da expressão dos conflitos urbanos. Já a Praça da Liberdade, símbolo do poder do Estado, representa o espaço ordenado, onde o caráter público é seletivo e, muitas vezes, excludente. Não deixa, contudo, de ser palco da expressão de inúmeros conflitos, revelando outros desejos de cidade. As manifestações ocorridas em Belo Horizonte, sobretudo na Praça Sete de Setembro e na Praça da Estação, podem constatar a hipótese do trabalho de que a ordenação do espaço e da sociedade urbana implica a contestação da própria ordem. Negar os conflitos é negar a vitalidade urbana e desconsiderar as múltiplas possibilidades de, a partir de seu entendimento, permitir a busca pela transformação urbana, que vise à construção de uma cidade democrática, inclusiva, em que o direito à cidade não se limite à retórica.The city results from historical and social processes over time. Its main function, according to Lefebvre (2008), is urban life, which occurs mainly in public space, when use value predominates over exchange value. Starting from capitalism and accentuated by neoliberalism, exchange value has predominated and urban space is produced by a hegemonic class and a order, intensifying social contradictions and urban conflicts. Urban conflicts express the discontent of society, revealing itself from collective manifestations, which happen mainly in the public space. Collective manifestations are a form of subversion to order and the struggle for the right to the city, which aims to transform urban life. It is worth highlighting the importance of urban conflicts, which contribute to urban vitality and to the reading of the city, thus providing subsidies for the elaboration of urban planning and democratic public policies.The work starts from the hypothesis that the ordering of urban space and society implies a paradox: the reaction to the imposed order is its own questioning. The objective of the thesis is to investigate the public space of Belo Horizonte as the place of subversion to the hegemonic order, of fighting for the right to the city and of manifestation of urban conflicts. The collective manifestations that express urban conflicts and that occur, above all, in Sete de Setembro Square, Estação Square and Liberdade Square are studied. The methodological procedures adopted deal with qualitative and exploratory research, based on theoretical and bibliographic review and documentary research. Belo Horizonte's urban conflicts, expressed by collective manifestations, are analyzed from the data collection of Belo Horizonte Urban Conflict Observatory. When analyzing the historical trajectory and the collective manifestations performed in the squares, it is understood that Sete Square and Estação Square are places of public and political character, of the party, of urban vitality, of subversion to order, of the struggle for the right to city and the expression of urban conflicts. However, Liberdade Square, a symbol of state power, represents an orderly space, where the public character is selective and, often, excluding. However, it is still the place for the expression of countless conflicts, revealing other desires for the city. The collective manifestations that took place in Belo Horizonte, especially in Sete de Setembro Square and Estação Square, confirm the hypothesis of the work that the ordering of space and urban society implies the contestation of the order itself. To deny conflicts is to deny urban vitality and disregard the multiple possibilities of, based on its understanding, allowing the search for urban transformation, aimed at building a democratic and inclusive city, in which the right to the city is not limited to rhetoric.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Arquitetura e UrbanismoUFMGBrasilARQ - ESCOLA DE ARQUITETURAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessEspaço públicoManifestação coletivaSubversãoDireito à cidadeConflitos urbanosEspaço público como palco das manifestações coletivas e da vitalidade urbana: subversão à ordem, luta pelo direito à cidade e expressão dos conflitos urbanos de Belo Horizonteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALEspaco publico como palco das manifestacoes coletivas e da vitalidade urbana.pdfEspaco publico como palco das manifestacoes coletivas e da vitalidade urbana.pdfapplication/pdf12075794https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34014/1/Espaco%20publico%20como%20palco%20das%20manifestacoes%20coletivas%20e%20da%20vitalidade%20urbana.pdfe72224db6188fd84279d913032b149d1MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34014/2/license_rdf00e5e6a57d5512d202d12cb48704dfd6MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34014/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/340142020-08-18 13:10:32.634oai:repositorio.ufmg.br:1843/34014TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-08-18T16:10:32Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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