“Perdeu, perdeu! Isso é um assalto!” : uma análise dos processos de decisão, planejamento, execução e uso da força nos roubos em Belo Horizonte.
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/52371 |
Resumo: | Essa tese tem como objetivo analisar os processos cognitivos e práticos que orientam a decisão, planejamento, execução e uso da força nos roubos em Belo Horizonte, Minas Gerais. Para tanto, se baseia nas Abordagens da Escolha Racional e da Cultura de Rua e utiliza como fonte de dados entrevistas em profundidade com 41 indivíduos que respondem judicialmente pelo crime de roubo, bem como registros oficiais dos roubos na capital mineira (2012-2017). O processo analítico e metodológico é baseado na triangulação dessas informações e tem como eixo estruturador categorias construídas a partir das experiências de roubos vivenciadas e narradas pelos entrevistados. Na primeira etapa da pesquisa, os resultados demonstram que, embora seja um crime patrimonial, o processo de tomada de decisão para realização dos roubos nem sempre é impulsionado por interesses econômicos e materiais. De fato, grande parte dessas decisões está sobremaneira associada à busca por dinheiro e objetos de valor de forma fácil e rápida e tem como objetivo o dispêndio quase que exclusivo e imediato com “curtição” e bens de consumo que dão prestígio. Contudo, significativa parte dos casos está associada a outros elementos de ordem não material, quais sejam, fatores emocionais e culturais, bem como fatores alheios a própria vontade do infrator. A segunda etapa da tese analisa o modo como os ladrões se organizam para planejar e executar os roubos. Especificamente, busca compreender em que medida ou situação o planejamento do roubo é pautado pela impulsividade e oportunidade e/ou por critérios mais organizados e estruturados. Nesse contexto, os dados evidenciam quatro tipos de configurações na realização dos crimes: i) os roubos nada planejados; ii) os roubos pouco planejados; iii) os roubos médio planejados e iv) os roubos muito planejados. O terceiro eixo da pesquisa analisa um tema transversal e definidor dos roubos: o uso da força. Os dados revelam que o tipo e o grau de violência empreendido durante os assaltos estão associados ao contexto ou à forma como a vítima reagiu ao roubo, à maturidade do infrator na prática de roubo, ao tipo de arma que o infrator possui e ao tipo de alvo roubado. De uma forma geral, a tese indica que maioria dos roubos analisados é pautada mais por critérios impulsivos e de oportunidade do que por procedimentos estruturados e organizados – de modo que todo o processo de decisão, planejamento e execução leva, em média, poucos minutos ou segundos. A pesquisa também evidencia o quão caótico, fluido e dinâmico é o comportamento dos roubos e seus autores. Os resultados mostram que o roubo é praticado com diferentes configurações de planejamento e que não é a modalidade de roubo que define a sua forma de execução. Os dados indicam ainda que geralmente um mesmo autor não fica restrito a uma única modalidade de roubo ou tipo de execução; ele realiza assaltos a diferentes tipos de alvos e, muitas vezes, emprega diferentes tipos de configuração no seu planejamento e execução. Além disso, praticamente todos eles se envolviam em outras modalidades de crimes e/ou trabalhos remunerados legais durante a sua trajetória criminal. Raramente se observa, portanto, uma evolução progressiva de roubos menos elaborados e lucrativos para os mais sofisticados e rentáveis. O que se percebe, via de regra, é um processo descontínuo e pouco especializado, realizado por autores inseridos numa lógica de cultura de rua e pautados sobremaneira pelo conjunto de oportunidades oferecidas pelo contexto e pela interação com a rede de amigos no momento ou pouco tempo antes da realização do roubo. |
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Na primeira etapa da pesquisa, os resultados demonstram que, embora seja um crime patrimonial, o processo de tomada de decisão para realização dos roubos nem sempre é impulsionado por interesses econômicos e materiais. De fato, grande parte dessas decisões está sobremaneira associada à busca por dinheiro e objetos de valor de forma fácil e rápida e tem como objetivo o dispêndio quase que exclusivo e imediato com “curtição” e bens de consumo que dão prestígio. Contudo, significativa parte dos casos está associada a outros elementos de ordem não material, quais sejam, fatores emocionais e culturais, bem como fatores alheios a própria vontade do infrator. A segunda etapa da tese analisa o modo como os ladrões se organizam para planejar e executar os roubos. Especificamente, busca compreender em que medida ou situação o planejamento do roubo é pautado pela impulsividade e oportunidade e/ou por critérios mais organizados e estruturados. Nesse contexto, os dados evidenciam quatro tipos de configurações na realização dos crimes: i) os roubos nada planejados; ii) os roubos pouco planejados; iii) os roubos médio planejados e iv) os roubos muito planejados. O terceiro eixo da pesquisa analisa um tema transversal e definidor dos roubos: o uso da força. Os dados revelam que o tipo e o grau de violência empreendido durante os assaltos estão associados ao contexto ou à forma como a vítima reagiu ao roubo, à maturidade do infrator na prática de roubo, ao tipo de arma que o infrator possui e ao tipo de alvo roubado. De uma forma geral, a tese indica que maioria dos roubos analisados é pautada mais por critérios impulsivos e de oportunidade do que por procedimentos estruturados e organizados – de modo que todo o processo de decisão, planejamento e execução leva, em média, poucos minutos ou segundos. A pesquisa também evidencia o quão caótico, fluido e dinâmico é o comportamento dos roubos e seus autores. Os resultados mostram que o roubo é praticado com diferentes configurações de planejamento e que não é a modalidade de roubo que define a sua forma de execução. Os dados indicam ainda que geralmente um mesmo autor não fica restrito a uma única modalidade de roubo ou tipo de execução; ele realiza assaltos a diferentes tipos de alvos e, muitas vezes, emprega diferentes tipos de configuração no seu planejamento e execução. Além disso, praticamente todos eles se envolviam em outras modalidades de crimes e/ou trabalhos remunerados legais durante a sua trajetória criminal. Raramente se observa, portanto, uma evolução progressiva de roubos menos elaborados e lucrativos para os mais sofisticados e rentáveis. O que se percebe, via de regra, é um processo descontínuo e pouco especializado, realizado por autores inseridos numa lógica de cultura de rua e pautados sobremaneira pelo conjunto de oportunidades oferecidas pelo contexto e pela interação com a rede de amigos no momento ou pouco tempo antes da realização do roubo.This dissertation aims at analyzing the cognitive and practical processes that guide the decision-making, planning, execution and the use during force of robberies in Belo Horizonte, Minas Gerais. This research is grounded on Rational Choice and Street Culture theories. The sources of data for this study are in-depth interviews with 41 individuals who are judicially liable for the crime of robbery, as well as official records of robberies in the capital of Minas Gerais from between 2012 and 2017. The analytical and methodological strategy relies on the triangulation of this information and has as its structuring axis categories constructed during the thefts experienced and narrated by the interviewees. In the first stage of the research, the results demonstrate that, although robbery a patrimonial crime, the decision-making process for robbery is not always driven by economic and material interests. Indeed, a substantial part of robberies are motivated by the search for easy and fast money and valuables, which are almost immediately spent with "tanning" and consumer goods that give prestige. However, significant part of robberies are associated with non-material motivations, including emotional and cultural factors, as well as factors unrelated to the will of the offender. The second stage of the thesis examines how thieves organize themselves to plan and execute robberies. Specifically, this part seeks to understand to what extent the planning and context of robberies are guided by impulsiveness and opportunity and / or by more organized and structured criteria. In this context, the data show four types of robbery configurations: i) the unplanned robberies; (ii) the little-planned robberies; iii) the average-planned robberies and iv) the very-planned robberies. The third part of the research analyzes the use of force, a cross-cutting theme that defines robberies. The data show that the type and degree of violence used during robberies is associated with the context and with how the victim reacted to the robbery, with the perpetrator's experience with committing robberies, with the type of weapon the offender possesses, and with the type of target. In general, results indicate that most robberies are more strongly related to impulsive and opportunity criteria than on structured and organized procedures. In fact, the whole decision-making, planning and execution of a robbery takes, on average, a few minutes or seconds. This research also highlights how chaotic, fluid, and dynamic are robberies and the behavior of their perpetrators. Results also show that robberies can employ different planning configurations and that it is not the type of robbery that determines how the crime will be executed. Generally, any one perpetrator is not restricted to a single type of robbery or to executing a robbery the same exact way. Offenders can have multiple types of targets, and often employ different configuration in their planning and execution of robberies. Moreover, practically all perpetrators were involved in other types of crimes and / or legal paid work during their criminal trajectory. Rarely do we see a gradual evolution from less elaborate and profitable robberies to more sophisticated and profitable ones. Generally, data describes a discontinuous and unspecialized process, carried out by perpetrators who are immersed in a street culture and who are mostly driven by the opportunities which occur naturally during offender’s daily routines, or though the interaction with a network of friends. Moreover, these opportunities often present themselves moments before the actual execution of the robbery.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em SociologiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIASociologia - TesesRoubo - Belo Horizonte (MG) - TesesRouboEscolha racionalCultura de ruaDecisãoPlanejamentoUso da força“Perdeu, perdeu! Isso é um assalto!” : uma análise dos processos de decisão, planejamento, execução e uso da força nos roubos em Belo Horizonte."You lost! This is a robbery" : an analysis of the decision-making, planning, execution and use of force in robberies in Belo Horizonte - Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALPerdeu, Perdeu! Isso é um assalto!” uma análise.pdfPerdeu, Perdeu! Isso é um assalto!” uma análise.pdf“Perdeu, Perdeu! 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