Testes de função pulmonar no transplante de células-tronco hematopoiéticas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Eliane Viana Mancuzo
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8H5N7S
Resumo: Justificativa: os testes de função pulmonar (TFP) são utilizados na avaliação antes do transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) e no acompanhamento após o TCTH. Além de identificar complicações pulmonares não infecciosas (CPNI) após TCTH, podem permitir a adoção de medidas preventivas e terapêuticas precoces em pacientes de risco. Embora a realização dos TFP seja uma diretriz internacionalmente adotada na avaliação desses pacientes, o beneficio real desses testes não está bem estabelecido. Objetivos: O objetivo deste estudo foi analisar, de forma prospectiva, as alterações obtidas nos TFP em pacientes submetidos ao TCTH no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) entre 2007 e 2008. Verificar as possíveis associações entre os resultados desses testes com a mortalidade e a importância deles no diagnóstico de CPNI após o procedimento e ainda ponderar sobre a utilidade dos TFP na avaliação antes do TCTH. Metodologia: trata-se de estudo em que foram incluídos pacientes maiores de 15 anos, que se submeteram ao transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2008 no Hospital das Clínicas da UFMG. Esses pacientes foram submetidos à espirometria, medida de volumes pulmonares absolutos e difusão de monóxido de carbono antes do TCTH, 100 dias, seis meses, um ano e dois anos após o TCTH. Resultados: inicialmente, 54 pacientes realizaram os TFP antes do TCTH, 34 após 100 dias, 27 após seis meses, 28 após um ano e 21 após dois anos. Os resultados desses testes mostraram que a maioria dos pacientes (74%) apresentou TFP normais antes do TCTH e que mesmo aqueles que apresentaram alterações desses testes não foram impedidos de receberem o transplante. E ainda foi constatado que apenas o tempo, após dois anos quando se analisou a espirometria isoladamente e aos 100 dias e dois anos, na análise de todos os TFP, esteve associado às alterações da função pulmonar. Houve diferença significativa entre os resultados dos TFP quando foram avaliados apenas pela espirometria e pela espirometria associada à medida dos volumes pulmonares e da difusão de monóxido de carbono. A incidência de CPNI neste estudo foi de 15% em dois anos. Os resultados deste estudo mostraram associação significativa entre mortalidade e pacientes com alterações na espirometria antes do TCTH (RR = 3,2, IC 95% = 1,3-7,9, p < 0,012), doadores não aparentados (RR = 11,0, IC 95% = 3,2 - 38, p = 0,001) e com doença pulmonar préexistente (RR = 3,0, IC 95% = 1,04 - 8,8, p = 0,042) e uma tendência de associação (RR = 2,3, IC 95% = 0,95 - 5,5, p = 0,058) quando a análise foi realizada com todos os TFP. Conclusão: os TFP devem ser realizados antes do TCTH para se ter um valor de referência para uma comparação com testes após o TCTH mesmo que os resultados dos TFP antes do TCTH não contra-indiquem a realização do transplante.
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Verificar as possíveis associações entre os resultados desses testes com a mortalidade e a importância deles no diagnóstico de CPNI após o procedimento e ainda ponderar sobre a utilidade dos TFP na avaliação antes do TCTH. Metodologia: trata-se de estudo em que foram incluídos pacientes maiores de 15 anos, que se submeteram ao transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2008 no Hospital das Clínicas da UFMG. Esses pacientes foram submetidos à espirometria, medida de volumes pulmonares absolutos e difusão de monóxido de carbono antes do TCTH, 100 dias, seis meses, um ano e dois anos após o TCTH. Resultados: inicialmente, 54 pacientes realizaram os TFP antes do TCTH, 34 após 100 dias, 27 após seis meses, 28 após um ano e 21 após dois anos. Os resultados desses testes mostraram que a maioria dos pacientes (74%) apresentou TFP normais antes do TCTH e que mesmo aqueles que apresentaram alterações desses testes não foram impedidos de receberem o transplante. E ainda foi constatado que apenas o tempo, após dois anos quando se analisou a espirometria isoladamente e aos 100 dias e dois anos, na análise de todos os TFP, esteve associado às alterações da função pulmonar. Houve diferença significativa entre os resultados dos TFP quando foram avaliados apenas pela espirometria e pela espirometria associada à medida dos volumes pulmonares e da difusão de monóxido de carbono. A incidência de CPNI neste estudo foi de 15% em dois anos. Os resultados deste estudo mostraram associação significativa entre mortalidade e pacientes com alterações na espirometria antes do TCTH (RR = 3,2, IC 95% = 1,3-7,9, p < 0,012), doadores não aparentados (RR = 11,0, IC 95% = 3,2 - 38, p = 0,001) e com doença pulmonar préexistente (RR = 3,0, IC 95% = 1,04 - 8,8, p = 0,042) e uma tendência de associação (RR = 2,3, IC 95% = 0,95 - 5,5, p = 0,058) quando a análise foi realizada com todos os TFP. Conclusão: os TFP devem ser realizados antes do TCTH para se ter um valor de referência para uma comparação com testes após o TCTH mesmo que os resultados dos TFP antes do TCTH não contra-indiquem a realização do transplante.Background: The pulmonary function tests (PFT) are used in the assessment before hematopoietic stem cells transplantation (HSCT) and follow-up after HSCT. In addition to identifying non-infectious pulmonary complications (NIPC) after HSCT, may allow the adoption of preventive measures and early treatment in patients at risk. Although the achievement of the PFT is a guideline adopted internationally in the evaluation of these patients, the real benefit of these tests is not well established. Objectives: The purpose of this study was to evaluate prospectively the changes obtained in the PFT in HSCT patients at the Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). To check the possible associations between the results of these tests with mortality and their importance in the diagnosis of NIPC after the procedure and still weigh about the usefulness of PFT in the assessment before HSCT. Methodology: It is a study that included patients older than 15 years, who underwent allogeneic hematopoietic stem cells transplantation from January 2007 to December 2008 at Hospital das Clínicas. These patients were submitted to spirometry, measurement of absolute lung volumes and carbon monoxide diffusion before HSCT, six months, one year and two years after HSCT. Results: Initially, 54 patients performed the PFT prior to HSCT, 34 after 100 days, 27 after one year and 21 after two years. The results of these tests showed that most patients (74%) had normal PFT before HSCT and even those who had changes of these tests were not prevented from receiving the transplant. And it was found still that only the time after two years when spirometry was analyzed separately and in 100 days and two years, in the analysis of all the PFT, was associated with changes in lung function. There was significant difference between the results of PFT when they were assessed only by spirometry and by spirometry associated with measurement of lung volumes and carbon monoxide diffusion. The incidence of NIPC in this study was 15% in two years. The results of this study showed a significant association between mortality and patients with abnormal spirometry before HSCT (RR = 3.2, 95% CI = 1.3 to 7.9, p < 0.012), unrelated donor (RR = 11.0 95% CI = 3.2 to 38, p = 0.001) and with preexisting lung disease (RR = 3.0, 95% CI = 1.04 to 8.8, p = 0.042) and a trend of association (RR = 2.3, 95% CI = 0.95 to 5.5, p = 0.058) when the analysis was performed with all the PFT. Conclusion: The PFT should be performed before HSCT to have a benchmark for comparison with tests after HSCT even the results of PFT before HSCT did not indicate against the transplantation procedure.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPneumopatias/prevenção & controleMortalidadePneumologiaEstudos prospectivosClínica médicaTestes de função respiratóriaPneumopatias/complicaçõesTransplante de células-tronco hematopoiéticas/efeitos adversospulmonarComplicações pulmonares não infecciosasTransplante de células-tronco hematopoiéticasTestes de funçãoTestes de função pulmonar no transplante de células-tronco hematopoiéticasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALevmancuzo__p_s_defesa_.pdfapplication/pdf8605051https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8H5N7S/1/evmancuzo__p_s_defesa_.pdf2f0a21fd7a4cd7d6714807e58a24086aMD51TEXTevmancuzo__p_s_defesa_.pdf.txtevmancuzo__p_s_defesa_.pdf.txtExtracted texttext/plain190346https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8H5N7S/2/evmancuzo__p_s_defesa_.pdf.txt391b02764c8c250ec93f8620c6c04d8cMD521843/BUOS-8H5N7S2019-11-14 03:20:02.358oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8H5N7SRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T06:20:02Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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