O criptocarste como interface entre o solo e o substrato rochoso: comparação entre os ambientes siliciclástico e o carbonático na região entre Rodeador e Diamantina - MG

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alessandra Mendes Carvalho Vasconcelos
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9NZTU5
Resumo: O criptocarste foi analisado neste estudo a partir da comparação entre os solos formados na região cárstica siliciclásticas de Diamantina MG, com aqueles desenvolvidos no carste carbonático na região de Rodeador MG, e das suas interações com as rochas de origem, chegando ao final do trabalho a uma definição para o termo. As duas regiões foram escolhidas por apresentarem as litologias definidas para o trabalho, carbonáticas e siliciclásticas, e por serem áreas limítrofes, o que favoreceu a mobilidade durante o trabalho. Para tanto, realizou-se inicialmente pesquisa bibliográfica especialmente nos domínios da carstologia, pedologia, mineralogia, geologia e geomorfologia, além do levantamento cartográfico da região de estudo. Posteriormente, foram feitos trabalhos de campo para reconhecimento da área e coleta de material, amostragem de solos e rochas. Para compreensão do que é o criptocarste, já que esse conceito ainda é pouco utilizado no país, foi realizado um estágio na Universidade de Rouen, França, com ampliação da pesquisa bibliográfica, trabalhos de campo no carste da Normandia e cursada disciplina sobre o assunto. A partir dessa experiência, novas perspectivas entremearam o trabalho, norteando deu desenvolvimento. Foram realizadas ainda, análises química, física e mineralógica dos solos e lâminas petrográficas das rochas. A partir destes dados e principalmente das observações de campo, foi possível a comparação do criptocarste nos dois ambientes e a proposta de seu conceito. Conclui-se que em ambos os domínios o criptocarste está presente, porém com diferenças de desenvolvimento. No carste carbonático, as rochas do contato têm morfologia tipicamente arredondada quando exumadas, as raízes de introdução e dolinas como pontos de penetração da água no substrato rochoso, e tem no solo um importante fator na sua evolução, visto que este funciona como uma bacia de contenção da água para alimentação concentrada no carste. No carste siliciclástico o solo arenoso e raso pouco contribui para o desenvolvimento do carste de introdução, visto a impossibilidade de retenção da água. Nesse caso, as fraturas serão de grande importância para a ação diferenciada da água, que penetra no substrato por estes pontos, alargando-os e possibilitando o desenvolvimento do endocarste e outras morfologias superficiais, como as kamenitzas. Os ácidos orgânicos, principalmente quando associados aos minerais de ferro exercem papel importante nesse domínio, pois potencializam a dissolução da sílica. O criptocarste nesse ambiente é mais acanhado e de desenvolvimento mais lento, sendo mais marcante nas áreas de sedimentação, que recobrem a rocha por mais tempo, permitindo os intercâmbios geoquímicos entre o solo/alterita e a rocha.
id UFMG_b6051731d81d4fa4bb5717ff1b264fe1
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/IGCC-9NZTU5
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Cristiane Valeria de OliveiraJoel RodetRoberto Celio ValadaoVilma Lucia Macagnan CarvalhoMarcus Manoel FernandesGuilherme Taitson BuenoAlessandra Mendes Carvalho Vasconcelos2019-08-12T15:08:23Z2019-08-12T15:08:23Z2014-07-24http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9NZTU5O criptocarste foi analisado neste estudo a partir da comparação entre os solos formados na região cárstica siliciclásticas de Diamantina MG, com aqueles desenvolvidos no carste carbonático na região de Rodeador MG, e das suas interações com as rochas de origem, chegando ao final do trabalho a uma definição para o termo. As duas regiões foram escolhidas por apresentarem as litologias definidas para o trabalho, carbonáticas e siliciclásticas, e por serem áreas limítrofes, o que favoreceu a mobilidade durante o trabalho. Para tanto, realizou-se inicialmente pesquisa bibliográfica especialmente nos domínios da carstologia, pedologia, mineralogia, geologia e geomorfologia, além do levantamento cartográfico da região de estudo. Posteriormente, foram feitos trabalhos de campo para reconhecimento da área e coleta de material, amostragem de solos e rochas. Para compreensão do que é o criptocarste, já que esse conceito ainda é pouco utilizado no país, foi realizado um estágio na Universidade de Rouen, França, com ampliação da pesquisa bibliográfica, trabalhos de campo no carste da Normandia e cursada disciplina sobre o assunto. A partir dessa experiência, novas perspectivas entremearam o trabalho, norteando deu desenvolvimento. Foram realizadas ainda, análises química, física e mineralógica dos solos e lâminas petrográficas das rochas. A partir destes dados e principalmente das observações de campo, foi possível a comparação do criptocarste nos dois ambientes e a proposta de seu conceito. Conclui-se que em ambos os domínios o criptocarste está presente, porém com diferenças de desenvolvimento. No carste carbonático, as rochas do contato têm morfologia tipicamente arredondada quando exumadas, as raízes de introdução e dolinas como pontos de penetração da água no substrato rochoso, e tem no solo um importante fator na sua evolução, visto que este funciona como uma bacia de contenção da água para alimentação concentrada no carste. No carste siliciclástico o solo arenoso e raso pouco contribui para o desenvolvimento do carste de introdução, visto a impossibilidade de retenção da água. Nesse caso, as fraturas serão de grande importância para a ação diferenciada da água, que penetra no substrato por estes pontos, alargando-os e possibilitando o desenvolvimento do endocarste e outras morfologias superficiais, como as kamenitzas. Os ácidos orgânicos, principalmente quando associados aos minerais de ferro exercem papel importante nesse domínio, pois potencializam a dissolução da sílica. O criptocarste nesse ambiente é mais acanhado e de desenvolvimento mais lento, sendo mais marcante nas áreas de sedimentação, que recobrem a rocha por mais tempo, permitindo os intercâmbios geoquímicos entre o solo/alterita e a rocha.Le cryptokarst a été analysé dans cette étude en comparant les sols formés dans la région karst sillicatée de Diamantina MG, et ceux formés dans le karst carbonaté de la région de Rodeador MG. La confrontation des interactions de ces dernières avec les roches dorigine, permettent daboutir au final à une définition du cryptokarst. Ces deux régions ont été choisies car présentant les lithologies définies dans cette étude, carbonatées et sillicatées, et parce quelles se situent dans des régions limitrophes, ce qui a favorisé la mobilité pendant le travail.Une recherche bibliographique dans les domaines de la karstologie, pédalogie, minéralogie, géologie et géomorphologie fut tout dabord réalisée, en parallèle dun relevé cartographique de la région détude. Furent ensuite réalisés des travaux sur site visant à mieux connaître la région et collecter des matériaux et des échantillons de sols et roches. Pour mieux comprendre ce quest le cryptokarst, et étant donné que ce concept nest pratiquement pas développé au Brésil, un stage à lUniversité de Rouen, en France, a été réalisé et a permis dapprofondir la recherche bibliographique de poursuivre des travaux sur site sur les karsts de Normandie. Cette expérience a ouvert de nouvelles perspectives à cette étude et a permis de lapprofondir encore plus. Ainsi, des analyses chimique, physique et minéralogique des sols, ainsi que des lames pétrographiques des roches ont été effectuées. Cest grâce à ces nouvelles données et surtout grâce aux observations faites sur le terrain qua été rendue possible la comparaison du cryptokarst dans les deux milieux et den proposer un concept.Cela a permis de conclure que le criptokarst est présent dans les deux environnements, avec cependant des différences au niveau de son développement. Dans le karst carbonaté, les roches en contact ont une morphologie arrondie une fois exhumées. Une autre caractéristique est la présence de racines dintroduction et de dolines comme points de pénétration de leau dans le substrat rocheux. Le sol est également un important facteur dévolution du cryptokarst, étant donné que celui-ci se comporte comme un bassin de rétention deau permettant une alimentation constante du karst.Dans le karst sillicaté, le sol sableux et peu profond ne retient pas leau, et de fait a un important impact sur le développement du karst dintroduction. Dans ce cas la présence de fractures joue un rôle primordial et permet à leau dagir de manière indirecte : en pénétrant dans ces dernières, elle accroit le substrat et favorise le développement dendokarst et autres morphologies superficielles, comme par exemple les kamenitza. Les acides organiques, principalement lorsquils sont associés aux minerais de fer, exercent une forte influence sur ce processus, car ils améliorent la dissolution de silice. Le cryptokarst dans ce milieu se développe plus difficilement et lentement. Il est plus présent dans les zones sédimentaires, qui recouvrent la roche depuis plus longtemps, ce qui permet des échanges géochimiques entre le sol /altérite et la roche.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGDiamantina (MG)GeomorfologiaSolosPedologiaRochas siliciclásticasGeomorfologia cársticaRochas carbonáticasCriptocarsteO criptocarste como interface entre o solo e o substrato rochoso: comparação entre os ambientes siliciclástico e o carbonático na região entre Rodeador e Diamantina - MGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_alessandra_vasconcelos.pdfapplication/pdf12229881https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9NZTU5/1/tese_alessandra_vasconcelos.pdfbdc56adeb13d6e0b574a5e0311d33bd2MD51TEXTtese_alessandra_vasconcelos.pdf.txttese_alessandra_vasconcelos.pdf.txtExtracted texttext/plain277955https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9NZTU5/2/tese_alessandra_vasconcelos.pdf.txt7356a6b3ca731397baddfeaad04011aeMD521843/IGCC-9NZTU52019-11-14 18:21:19.888oai:repositorio.ufmg.br:1843/IGCC-9NZTU5Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T21:21:19Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O criptocarste como interface entre o solo e o substrato rochoso: comparação entre os ambientes siliciclástico e o carbonático na região entre Rodeador e Diamantina - MG
title O criptocarste como interface entre o solo e o substrato rochoso: comparação entre os ambientes siliciclástico e o carbonático na região entre Rodeador e Diamantina - MG
spellingShingle O criptocarste como interface entre o solo e o substrato rochoso: comparação entre os ambientes siliciclástico e o carbonático na região entre Rodeador e Diamantina - MG
Alessandra Mendes Carvalho Vasconcelos
Pedologia
Rochas siliciclásticas
Geomorfologia cárstica
Rochas carbonáticas
Criptocarste
Diamantina (MG)
Geomorfologia
Solos
title_short O criptocarste como interface entre o solo e o substrato rochoso: comparação entre os ambientes siliciclástico e o carbonático na região entre Rodeador e Diamantina - MG
title_full O criptocarste como interface entre o solo e o substrato rochoso: comparação entre os ambientes siliciclástico e o carbonático na região entre Rodeador e Diamantina - MG
title_fullStr O criptocarste como interface entre o solo e o substrato rochoso: comparação entre os ambientes siliciclástico e o carbonático na região entre Rodeador e Diamantina - MG
title_full_unstemmed O criptocarste como interface entre o solo e o substrato rochoso: comparação entre os ambientes siliciclástico e o carbonático na região entre Rodeador e Diamantina - MG
title_sort O criptocarste como interface entre o solo e o substrato rochoso: comparação entre os ambientes siliciclástico e o carbonático na região entre Rodeador e Diamantina - MG
author Alessandra Mendes Carvalho Vasconcelos
author_facet Alessandra Mendes Carvalho Vasconcelos
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Cristiane Valeria de Oliveira
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Joel Rodet
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Roberto Celio Valadao
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Vilma Lucia Macagnan Carvalho
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Marcus Manoel Fernandes
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Guilherme Taitson Bueno
dc.contributor.author.fl_str_mv Alessandra Mendes Carvalho Vasconcelos
contributor_str_mv Cristiane Valeria de Oliveira
Joel Rodet
Roberto Celio Valadao
Vilma Lucia Macagnan Carvalho
Marcus Manoel Fernandes
Guilherme Taitson Bueno
dc.subject.por.fl_str_mv Pedologia
Rochas siliciclásticas
Geomorfologia cárstica
Rochas carbonáticas
Criptocarste
topic Pedologia
Rochas siliciclásticas
Geomorfologia cárstica
Rochas carbonáticas
Criptocarste
Diamantina (MG)
Geomorfologia
Solos
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Diamantina (MG)
Geomorfologia
Solos
description O criptocarste foi analisado neste estudo a partir da comparação entre os solos formados na região cárstica siliciclásticas de Diamantina MG, com aqueles desenvolvidos no carste carbonático na região de Rodeador MG, e das suas interações com as rochas de origem, chegando ao final do trabalho a uma definição para o termo. As duas regiões foram escolhidas por apresentarem as litologias definidas para o trabalho, carbonáticas e siliciclásticas, e por serem áreas limítrofes, o que favoreceu a mobilidade durante o trabalho. Para tanto, realizou-se inicialmente pesquisa bibliográfica especialmente nos domínios da carstologia, pedologia, mineralogia, geologia e geomorfologia, além do levantamento cartográfico da região de estudo. Posteriormente, foram feitos trabalhos de campo para reconhecimento da área e coleta de material, amostragem de solos e rochas. Para compreensão do que é o criptocarste, já que esse conceito ainda é pouco utilizado no país, foi realizado um estágio na Universidade de Rouen, França, com ampliação da pesquisa bibliográfica, trabalhos de campo no carste da Normandia e cursada disciplina sobre o assunto. A partir dessa experiência, novas perspectivas entremearam o trabalho, norteando deu desenvolvimento. Foram realizadas ainda, análises química, física e mineralógica dos solos e lâminas petrográficas das rochas. A partir destes dados e principalmente das observações de campo, foi possível a comparação do criptocarste nos dois ambientes e a proposta de seu conceito. Conclui-se que em ambos os domínios o criptocarste está presente, porém com diferenças de desenvolvimento. No carste carbonático, as rochas do contato têm morfologia tipicamente arredondada quando exumadas, as raízes de introdução e dolinas como pontos de penetração da água no substrato rochoso, e tem no solo um importante fator na sua evolução, visto que este funciona como uma bacia de contenção da água para alimentação concentrada no carste. No carste siliciclástico o solo arenoso e raso pouco contribui para o desenvolvimento do carste de introdução, visto a impossibilidade de retenção da água. Nesse caso, as fraturas serão de grande importância para a ação diferenciada da água, que penetra no substrato por estes pontos, alargando-os e possibilitando o desenvolvimento do endocarste e outras morfologias superficiais, como as kamenitzas. Os ácidos orgânicos, principalmente quando associados aos minerais de ferro exercem papel importante nesse domínio, pois potencializam a dissolução da sílica. O criptocarste nesse ambiente é mais acanhado e de desenvolvimento mais lento, sendo mais marcante nas áreas de sedimentação, que recobrem a rocha por mais tempo, permitindo os intercâmbios geoquímicos entre o solo/alterita e a rocha.
publishDate 2014
dc.date.issued.fl_str_mv 2014-07-24
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-12T15:08:23Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-12T15:08:23Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9NZTU5
url http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9NZTU5
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9NZTU5/1/tese_alessandra_vasconcelos.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9NZTU5/2/tese_alessandra_vasconcelos.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv bdc56adeb13d6e0b574a5e0311d33bd2
7356a6b3ca731397baddfeaad04011ae
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589556869529600