Automutilação: uma investigação sobre o estatuto do corpo em um caso de esquizofrenia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrea Franco Milagres
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AK7RMM
Resumo: Nous avons procedé á linvestigation du statut du corps dans un cas de schizofrénie avec des sucessives automutilations, tout em prennant la theorie et la clinique psychanalitique como interlocutrices. Em partant de la concéption de ce corps morcelé, dont lunification ne pourrait se faire que par levenémént du Narcissisme, nous avons constaté combien necéssaire se faisait la présence de lAutre symbolique, a fin de régler la rélacion du sujet avec son image et avec son autre. Lentrée de cet Autre symbolique, cest lentrée de la Loi: em faisant une soustraction au niveau de la chair, elle va interdire tout accés du sujet au corps, em tant quêtre vivant. Desormais, laccés à la jouissance du corps ne sera possible quà travers deux voies indirectes: soit par la reconnaissance de limage, soit par le biais des régions erogénes, definies à partir des orifices corporels. Cest daillers, autor de ces orifices que la pulsion tiendra son circuit, tout em contournant lobjet à jamais perdu. Ce cas précis remet à mise-em-question du parcours de la pulsion, em court-circuit, dautant plus quil est impossible denvisager la soustraction, puisque nous parlons de schizofrénie. Nous avon abordé, ensuite, la rélacion sujet-corps, à partir du roman de Marguerite Duras, Le Ravissement de Lol V. Stein, òu un personnage, le sujet, perds son corps. Pour le rencontre, il forge um être-a-trois, et dans cette rélacion il retrouve, pas seulement son corps, mais aussi sa jouissance. Dans un autre passage, extrait de James Joyce, le personnage Stephen Dedalus reste indiffèrent, devant ses agresseurs. Plus encore, il ne leur porte pas de rancune. Cette indifférence ne passara pas inaperçue à Lacan: «cette apparence du corps humain, les hommes ladorent, ils adorent en somme une pure et simple image.» Dans ces trois cas (Lol, Joyce, Edouard) nous avons cherché les apports de la topologie de surface et celle des noeux. Dans le deux premiers, nous avons constaté une certaine liaison posible, entre le réel, le symbolique et limaginaire, realisée par le biais de ce que Lacan a denominé le Sinthome. Cependant, dans le cas précis nous navons trouvé dEdouard, aucun travail de liaison similaire. Nous pouvons, donc, conclure quétant lui-même la consistance, limaginaire, une fois dêtaché plus rien pourra se mantenir. Mots- clé : Psychose, schizofrénie, corps, automutilation, Sinthome.
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Desormais, laccés à la jouissance du corps ne sera possible quà travers deux voies indirectes: soit par la reconnaissance de limage, soit par le biais des régions erogénes, definies à partir des orifices corporels. Cest daillers, autor de ces orifices que la pulsion tiendra son circuit, tout em contournant lobjet à jamais perdu. Ce cas précis remet à mise-em-question du parcours de la pulsion, em court-circuit, dautant plus quil est impossible denvisager la soustraction, puisque nous parlons de schizofrénie. Nous avon abordé, ensuite, la rélacion sujet-corps, à partir du roman de Marguerite Duras, Le Ravissement de Lol V. Stein, òu un personnage, le sujet, perds son corps. Pour le rencontre, il forge um être-a-trois, et dans cette rélacion il retrouve, pas seulement son corps, mais aussi sa jouissance. Dans un autre passage, extrait de James Joyce, le personnage Stephen Dedalus reste indiffèrent, devant ses agresseurs. Plus encore, il ne leur porte pas de rancune. Cette indifférence ne passara pas inaperçue à Lacan: «cette apparence du corps humain, les hommes ladorent, ils adorent en somme une pure et simple image.» Dans ces trois cas (Lol, Joyce, Edouard) nous avons cherché les apports de la topologie de surface et celle des noeux. Dans le deux premiers, nous avons constaté une certaine liaison posible, entre le réel, le symbolique et limaginaire, realisée par le biais de ce que Lacan a denominé le Sinthome. Cependant, dans le cas précis nous navons trouvé dEdouard, aucun travail de liaison similaire. Nous pouvons, donc, conclure quétant lui-même la consistance, limaginaire, une fois dêtaché plus rien pourra se mantenir. Mots- clé : Psychose, schizofrénie, corps, automutilation, Sinthome.Tomando a teoria e a clínica psicanalítica como interlocutoras investigamos o estatuto do corpo em um caso de esquizofrenia a partir de reiterados episódios de automutilação. Partimos da concepção do corpo inicialmente despedaçado, que só virá organizar-se através da identificação especular, fornecendo-lhe uma forma ortopédica. Em seguida constatamos que se a consistência desse corpo é sempre imaginária, será necessária a presença de um Outro simbólico para regular a relação do sujeito com a própria imagem e com seu outro. Trata-se da entrada da Lei, que fazendo uma subtração ao nível da carne, interditará o acesso do sujeito ao corpo como vivente. Doravante, o acesso ao gozo do corpo só se fará por vias indiretas; ou pelo reconhecimento da imagem ou pelas zonas erógenas definidas a partir das hiâncias corporais. Em torno destes orifícios a pulsão organizará seu circuito, procurando contornar o objeto para sempre perdido. O caso apresentado questiona este trajeto pulsional, mostrando-nos um curto-circuito, visto que na esquizofrenia não podemos falar desta subtração. Temos assim um corpo em excesso e as sucessivas tentativas por parte do sujeito de proceder a uma negativização do gozo. Discutimos a relação ao corpo a partir do romance de Marguerite Duras, O Arrebatamento de Lol V. Stein, onde temos um sujeito que perdeu seu corpo e para reencontrá-lo fabricará o que se chamou ser-a-três, podendo assim localizar seu corpo e seu gozo. Abordamos também um recorte de Um retrato do artista quando jovem, de James Joyce, especificamente o episódio da surra, onde Stephen Dedalus nos apresenta uma relação de indiferença com o corpo, a ponto de não guardar nenhum ressentimento daqueles que o surraram. Tal indiferença não passará despercebida a Lacan, visto ser o corpo uma forma adorada, que não pode deixar de suscitar afetos. Finalmente procuramos a partir da topologia de superfícies trabalhar o caso ao qual demos o nome de Eduardo, na perspectiva de um corpo onde não podemos falar de superfície moebiana ou mesmo tórica, pois que estas superfícies implicam respectivamente, um borda onde há uma continuidade entre o dentro e o fora, entre o avesso e o direito deste corpo. Por outro lado, as extrações que impõe ao corpo poderiam também ser compreendidas como tentativa última de fundar uma superfície corporal, visto que toda superfície se demarca por um furo. Procuramos abordar os três casos referidos (Lol, Joyce e Eduardo) a partir da topologia dos nós, onde nos foi possível constatar nos dois primeiros alguma amarração entre real, simbólico e imaginário, realizada pelo viés daquilo que Lacan chamou o quarto elemento ou o Sinthoma. No caso de Eduardo não encontramos qualquer trabalho similar de enodamento, fazendo-nos concluir que sendo o imaginário o registro da consistência, e estando ele solto, nada mais se mantém.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAntonio Marcio Ribeiro TeixeiraMaria Elisa Parreira Alvarenga LongMarcus Andre VieiraAndrea Franco Milagres2019-08-13T02:38:49Z2019-08-13T02:38:49Z2003-07-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1843/BUBD-AK7RMMinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMG2019-11-14T23:51:49Zoai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AK7RMMRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oairepositorio@ufmg.bropendoar:2019-11-14T23:51:49Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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