%0 masterThesis %A Francisca das Chagas Cunha Gonçalves Neta %D 2017 %G por %T Tecnologias educacionais na micropolítica do trabalho vivo na atenção domiciliar %U http://hdl.handle.net/1843/ANDO-AMTKVD %X Esta pesquisa parte da premissa que a potencialidade da atenção domiciliar favorece a centralidade no trabalho vivo em ato por aumentar a capacidade inventiva e criativa dos profissionais. Estes, ao criarem linhas de fuga, têm a possibilidade de causar rupturas na lógica normativa do modelo hegemônico, fugir do pragmático e operar na heterogeneidade utilizando as tecnologias educacionais. O objetivo geral dessa investigação foi analisar o uso das tecnologias educacionais na micropolítica do trabalho vivo em ato na atenção domiciliar. Teve como objetivos específicos identificar como as tecnologias educacionais são utilizadas na produção do cuidado domiciliar e descrever como essas tecnologias subsidiam os processos educativos no território da atenção domiciliar. Optou-se por uma pesquisa qualitativa com abordagem cartográfica por permitir capturar movimentos, aproximar e observar fenômenos que expressam intencionalidades, disputas e desejos investigados de modo intensivo. Essa investigação cartográfica está ancorada na perspectiva Pós-Estruturalista dos guias cartográficos Deleuze e Guattari, os quais permitiram a pesquisadora projetar um novo olhar sobre o trabalho em saúde, a interseção do uso das tecnologias educacionais e a produção do cuidado na atenção domiciliar em sua subjetividade. O território dessa investigação foi um Serviço de Atenção Domiciliar, Programa Melhor em Casa, do município de Betim - Minas Gerais. Para capturar os movimentos de produção e utilização das tecnologias educacionais foi escolhido uma equipe de atenção domiciliar, definida nessa investigação, como equipe-guia. Os efeitos da viagem cartográfica foram apresentados por meio de narrativas que expressam a micropolítica do trabalho vivo de cada participante da equipe-guia. A partir dessa processualidade analítica inicial, foram construídas duas categorias empíricas, sendo a primeira com duas subcategorias. A análise dos dados revelou que os movimentos de criação/produção e utilização das tecnologias educacionais acontecem na micropolítica do trabalho vivo em ato da atenção domiciliar e essas tecnologias ao (des) territorializar os campos duros e normativos do saber podem (re) territorializar em diferentes velocidades e intensidades, em um traçado de linhas de fuga, desencadeando agenciamentos do saber/fazer, os quais em conexão com outros agenciamentos podem engendrar as multiplicidades dos processos educativos no plano molecular da gestão do cuidado domiciliar. Esses movimentos de linhas de fuga dos profissionais, reinventam o processo educativo a partir da singularidade vivenciada no território da atenção domiciliar buscando, na repetição, a diferença do fazer criativo em domicílio. Com isso, os novos modos de ensinar e aprender, por meio das tecnologias educacionais, fazem emergir fissuras na dualidade educador-educando, revelando processos educativos que não fecham em si mesmo e abre-se para o novo ressignificando a aprendizagem no território da atenção domiciliar. As tecnologias educacionais são incorporadas na atenção domiciliar e se apresentam nas modalidades impressas, dialogais e expositivas. Assim, apesar da tecnologia educacional ser um meio para disparar e potencializar a produção do cuidado, ainda concretiza-se como um desafio pensar rizomaticamente a realidade educacional no plano micropolítico da atenção domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde.