A construção descritiva do racismo no século XIX: um estudo dos jornais Correio Paulistano e A Redempção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mirian Lucia Brandao Mendes
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/LETR-AZUJUP
Resumo: Esta pesquisa investiga a construção descritiva do racismo no século XIX. O objetivo principal é verificar os mecanismos da descrição como estratégias discursivas utilizadas nos enunciados dos anúncios de escravizados do jornal Correio Paulistano e nos textos opinativos em A Redempção. Defendemos a tese de que na estruturação dos discursos racistas e antirracistas os componentes descritivos atuam como elementos centrais; tal fato se dá porque ao nomear, localizar-situar e qualificar estabelece-se uma linha de argumentos para fundamentar uma ideologia racista ou para defender a raça negra. Nessa perspectiva, como hipótese, presumimos que tais ações, sobretudo a atividade de qualificar, estariam relacionadas com o propósito de seus sujeitos produtores e seriam ferramentas utilizadas por eles em função de um olhar particular sobre o negro. O nosso quadro teórico-metodológico é fundamentado a partir da Teoria Semiolinguística de Charaudeau (2008), com foco na verificação do funcionamento dos procedimentos discursivos da construção descritiva. De um modo geral, nossas análises sinalizaram que, nos nossos corpora, as categorias do qualificar surgem em maior número revelando os primeiros traços do racismo sobre o negro no Brasil. Essa percepção pode ser confirmada não só nas análises dos anúncios de escravizados do Correio Paulistano como também nas propostas abolicionistas de A Redempção.
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