A cidade e arquitetura urbana nas páginas da Revista Ars: da tradução cultural à “construção” de uma cidade latino-americana

• Autor(a) principal: Gisela Barcellos de Souza
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/37276
• topic: Revista de arquitetura e urbanismo; Urbanismo de arquitectos; Tipomorfologia; Arquitetura Latino-americana; Planejamento urbano; Arquitetura - Periódicos; Arquitetura - América Latina

Em 1978, um ano após a polêmica gerada em torno da apresentação na Primeira Bienal de Arquitetura Chilena do projeto para Santiago Poniente desenvolvido pelos escritórios Boza-Lührs-Muzard e Murtinho y arquitectos associados, surgia no cenário chileno o primeiro número da revista ARS. Ainda que o contexto de defesa intelectual deste projeto seja nítido nesta primeira edição, esta revista se manteria por onze anos e se constituiria em um dos principais produtos do grupo CEDLA. Por meio da análise longitudinal dos números da Revista ARS, o presente trabalho visa demostrar como a reinvindicação da dimensão arquitetônica da cidade desempenhou um papel central nas páginas desta revista durante seus oito primeiros anos de existência, perdendo este aspecto a partir de sua reformulação editorial no número 8/9 e de seu alinhamento ao debate produzido junto aos Seminários de Arquitetura Latino-americana. Se, por um lado, o olhar arquitetônico sobre a cidade configura um fio condutor que vincula a produção discursiva do coletivo ao qual esta revista deu voz ao longo de sua existência; a forma como esta ocorreu não foi a mesma, sendo significativa a mudança no tipo de tecido urbano observado. Passa-se de um primeiro momento, em que, na tentativa de legitimação pública, busca-se afirmar a vinculação ao debate internacional de revisão do Movimento Moderno, por meio da tradução cultural analisam-se de tecidos urbanos santiaguenses anteriores aos anos 1930. Em um segundo momento tem-se a virada latino-americana no coletivo CEDLA e a busca claramente vincular-se o contexto local: os tecidos históricos e centrais dão lugar à busca da compreensão da forma da periferia urbana.