O mal-estar da regulação discursiva : o brasileiro e a aversão ao politicamente correto no período eleitoral de 2018

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bruna Silveira Martins de Oliveira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/59446
https://orcid.org/0000-0002-0163-6102
Resumo: O presente trabalho investiga o fenômeno do chamado mal-estar da regulação discursiva, tomando as eleições de 2018, no Brasil, como contexto analítico. A regulação discursiva é compreendida como um sinônimo para o uso da linguagem politicamente correta, como um cuidado da linguagem para respeitar às diversas normas sociais e reivindicações de identidades na esfera pública. O estudo tem como objetos de análise os comentários das páginas de Facebook de três candidatos à Presidência da República: Jair Bolsonaro (ex-PSL), Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), durante a propaganda eleitoral oficial no período de 2018. Por meio da análise de conteúdo, esta pesquisa permite compreender quais são os argumentos acionados pelas pessoas indispostas à regulação discursiva, bem como entender as relações entre tal mal-estar, as pautas identitárias e a defesa da liberdade de expressão, a partir de diferentes espectros político-ideológicos de representantes políticos. Entre as contribuições importantes da dissertação, podemos destacar três aspectos: primeiramente, em termos teóricos, o chamado mal-estar da regulação discursiva é analisado a partir do marco teórico da deliberação como um modelo ideal de conversação. Apesar de a liberdade de expressão ser considerada fundamental para a experiência democrática moderna, a esfera pública não deve ser vista como um dado, já que há desigualdade de condições entre os atores sociais para expressarem seus interesses, perspectivas e opiniões; segundo, em termos empíricos, a pesquisa ajuda a revelar disputas, no campo discursivo, de problemas relativos à regulação da linguagem, como parte de um sistema de direitos que se define à sombra de uma exclusão baseada na invisibilidade de certos grupos; terceiro, tal estudo, ao abordar o contexto digital, traz também algumas inovações analíticas. Entre os resultados, em relação aos espectros político-ideológicos, pode-se citar que os argumentos acionados pelas pessoas indispostas à regulação discursiva se associam ao ataque à esquerda e ao progressismo. Outro achado nos leva a entender que os posicionamentos indispostos à regulação discursiva são, majoritariamente, de negação dos problemas sociais advindos das pautas identitárias. Além disso, vale destacar que o mal-estar da regulação discursiva é mais perceptível entre os apoiadores de Bolsonaro, sendo assim, os comportamentos do então candidato poderiam estar avalizando e estimulando tal ponto de vista. Focalizar os comentários sobre as eleições via Facebook no momento das eleições presidenciais de 2018 no Brasil, em um contexto tão polarizado e com candidatos tão díspares, permite-nos captar a cultura do engajamento político atual.
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Por meio da análise de conteúdo, esta pesquisa permite compreender quais são os argumentos acionados pelas pessoas indispostas à regulação discursiva, bem como entender as relações entre tal mal-estar, as pautas identitárias e a defesa da liberdade de expressão, a partir de diferentes espectros político-ideológicos de representantes políticos. Entre as contribuições importantes da dissertação, podemos destacar três aspectos: primeiramente, em termos teóricos, o chamado mal-estar da regulação discursiva é analisado a partir do marco teórico da deliberação como um modelo ideal de conversação. Apesar de a liberdade de expressão ser considerada fundamental para a experiência democrática moderna, a esfera pública não deve ser vista como um dado, já que há desigualdade de condições entre os atores sociais para expressarem seus interesses, perspectivas e opiniões; segundo, em termos empíricos, a pesquisa ajuda a revelar disputas, no campo discursivo, de problemas relativos à regulação da linguagem, como parte de um sistema de direitos que se define à sombra de uma exclusão baseada na invisibilidade de certos grupos; terceiro, tal estudo, ao abordar o contexto digital, traz também algumas inovações analíticas. Entre os resultados, em relação aos espectros político-ideológicos, pode-se citar que os argumentos acionados pelas pessoas indispostas à regulação discursiva se associam ao ataque à esquerda e ao progressismo. Outro achado nos leva a entender que os posicionamentos indispostos à regulação discursiva são, majoritariamente, de negação dos problemas sociais advindos das pautas identitárias. Além disso, vale destacar que o mal-estar da regulação discursiva é mais perceptível entre os apoiadores de Bolsonaro, sendo assim, os comportamentos do então candidato poderiam estar avalizando e estimulando tal ponto de vista. Focalizar os comentários sobre as eleições via Facebook no momento das eleições presidenciais de 2018 no Brasil, em um contexto tão polarizado e com candidatos tão díspares, permite-nos captar a cultura do engajamento político atual.This work investigates the phenomenon of the so-called discontent regulation malaise, taking the 2018 elections in Brazil as an analytical context. Discursive regulation is understood as a synonym for the use of politically correct language, as a care for language to respect the different social norms and demands for identities in the public sphere. The study has as its object of analysis the comments on the Facebook pages of three candidates for the Presidency of the Republic: Jair Bolsonaro (ex-PSL), Fernando Haddad (PT) and Ciro Gomes (PDT), during the official electoral propaganda. Through content analysis, this research allows us to understand what are the arguments triggered by the people who are indisposed to discursive regulation, as well as to understand the relations between such malaise, the identity guidelines and the defense of freedom of expression, from different political-ideological specters of political representatives. Among the important contributions of the dissertation, we can point out some. First, the so-called discomfort of discursive regulation is analyzed from the theoretical framework of deliberation as an ideal model of conversation. Second, although freedom of expression is considered fundamental to the modern democratic experience, the public sphere should not be seen as a given, since there are unequal conditions between social actors to express their interests, perspectives and opinions. The research helps to reveal disputes, in the discursive field, of problems related to the regulation of language, as part of a system of rights that is defined in the shadow of an exclusion based on the invisibility of certain groups. Third, and finally, this study, when addressing the digital context, also brings some analytical innovations. Among the results, in relation to the political-ideological spectra, it can be mentioned that the arguments triggered by indiscriminate people can affect discursively if they associate with the attack on the left and progress. Another finding leads us to understand that the positions unavailable for discursive control are, for the most part, a denial of advanced social problems in the identity guidelines. In addition, it is worth mentioning that the discomfort of discursive regulation is more noticeable among Bolsonaro supporters, so the behavior of the then candidate could be endorsing and stimulating this point of view. Focusing comments on the elections via Facebook at the time of the 2018 presidential elections in Brazil, in such a polarized context and with such diverse candidates, allows us to capture the current culture of political engagement.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Comunicação SocialUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIALhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessComunicação - TesesEleições -TesesComunicação na política - TesesMal-estar da regulação discursivaPoliticamente corretoIntolerânciasEleições 2018O mal-estar da regulação discursiva : o brasileiro e a aversão ao politicamente correto no período eleitoral de 2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/59446/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52ORIGINALESTE_DISSERTAÇÃO BRUNA SILVEIRA UFMG .pdfESTE_DISSERTAÇÃO BRUNA SILVEIRA UFMG .pdfapplication/pdf3771054https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/59446/1/ESTE_DISSERTAC%cc%a7A%cc%83O%20BRUNA%20SILVEIRA%20UFMG%20.pdf548ed93d24628e1176feb4b9109b87adMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/59446/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/594462023-10-16 11:47:53.68oai:repositorio.ufmg.br:1843/59446TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-10-16T14:47:53Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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