Estudo de atitudes relacionadas ao câncer em pacientes com esquizofrenia

• Autor(a) principal: Renata Andreza da Silva
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B7JLTD
• topic: Esquizofrenia; Câncer; Prevenção; Atitude; Esquizofrenia; Neurociências; Câncer Prevenção

Pacientes com diagnóstico de esquizofrenia apresentam maior morbidade/mortalidade por doenças físicas em comparação com a população em geral. Isso decorre, em muitos casos, da atitude dos pacientes em relação à prevenção das doenças. Na esquizofrenia, vários fatores, tais como os sintomas negativos, o prejuízo cognitivo e o estigma, podem afetar desfavoravelmente a motivação e o acesso à informação, dentre outros requisitos necessários à adequada atitude frente à prevenção de doenças físicas graves. Ainda não há no Brasil estudos relacionados à atitude em relação ao câncer e seus determinantes em pessoas com esquizofrenia. O objetivo do trabalho foi traduzir, adaptar e validar para o português do Brasil o Questionnaire of Attitudes in Cancer (QAC) em pacientes com esquizofrenia e avaliar a atitude relacionada ao câncer em pacientes com esquizofrenia e controles. O estudo foi desenvolvido a partir de um delineamento transversal. A amostra foi composta por 71 pacientes com diagnóstico de esquizofrenia estabilizados, 32 controles. Os participantes foram avaliados através da versão brasileira do QAC, da Escala das Síndromes Positiva e Negativa (PANSS), da Escala de avaliação Cognitiva (SCoRS) e escala Calgary de sintomas depressivos. Os resultados mostraram que as três dimensões do QAC (cognitiva, afetiva e comportamental) apresentaram boa confiabilidade, tanto no que diz respeito à Consistência Interna ( = 0,70; = 0,77; = 0,81; respectivamente) quanto à Estabilidade Temporal avaliada pela correlação entre o teste e o reteste (r=0,483; p<0,01; r=0,798; p<0,01; r= 0,668; p<0,01, respectivamente). Houve correlação entre a dimensão cognitiva e a dimensão comportamental de atitude, entre pacientes (r= 0,267; p<0,05). As respostas dos pacientes e controles na dimensão comportamental da atitude foram diferentes (r= 3,860; p<0,01). Os sintomas positivos da esquizofrenia se correlacionaram negativamente com as respostas da dimensão comportamental (r= -0,272; p<0,05). Os participantes conseguiram identificar corretamente alguns fatores de riscos para o câncer. No entanto, os pacientes têm um desempenho significativamente inferior aos controles na identificação de alguns fatores comprovadamente cancerígenos. Com base nos resultados apresentados podemos concluir que o processo de tradução e adaptação cultural do QAC não interferiu na essência do instrumento original. O QAC apresentou propriedades psicométricas satisfatórios, confiáveis e válidos na avaliação da atitude relacionada ao câncer. Os sintomas positivos, mesmo residuais, parecem ter impacto negativo sobre a intenção pró-ativa de prevenção ao câncer