No bestiário dos campos, a animalização do homem: Primo Levi, Yoram Kaniuk, Art Spiegelman
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/50510 https://orcid.org/0000-0003-4069-2171 |
Resumo: | Nesta tese, pretende-se investigar, na literatura da Shoah, a narrativa da degradação do homem a partir de sua animalização em textos selecionados da obra de Primo Levi, de Yoram Kaniuk e de Art Spiegelman. O sentido metafórico da animalização, que aconteceu na Shoah, retorna nos relatos de Levi em uma retomada de termos e da linguagem desumanizadora dos nazistas, usada em seus textos como forma de resistência e denúncia para caracterizar a condição do prisioneiro, seu comportamento, suas tentativas de sobreviver. Os elementos narrativos dos relatos de sobrevivente de Primo Levi, nos quais retrata a condição animalizada dos homens na Shoah, estariam presentes na literatura e em outras artes, constituindo-se uma estratégia narrativa para o testemunho. Por seu caráter memorialístico, esses testemunhos da animalização do homem constituíram-se em tributo às vítimas e um manifesto contra a intolerância e o discurso de ódio contemporâneos. Tomando os relatos de Levi e sua reflexão em Os afogados e os sobreviventes, procurou-se demonstrar como os elementos marcantes da narrativa de testemunho são moldados em Adam, filho de cão, de Yoram Kaniuk, com sua personagem Adam Stein, o palhaço-cão tocado pela loucura, e em Maus, de Art Spiegelman, no testemunho do traumático do autor-narrador e a experiência de seu pai, Vladek Spiegelman, e, assim, essas obras literárias se inscreveriam como uma estética da animalização do homem na Shoah. Apoiando-se em uma fortuna crítica, procurou-se analisar o corpus literário atendendo-se aos seguintes objetivos: delimitar um conceito de animalização na literatura sobre a Shoah; discutir os elementos da animalização do homem em É isto um homem?, de Primo Levi; estudar a metamorfose canina do protagonista de Adam, filho de cão, de Yoram Kaniuk, e os estereótipos dos personagens e sua caricaturização em Maus, de Art Spiegelman; e, por fim, construir uma reflexão crítica sobre a animalização e a degradação humana na literatura de testemunho. |
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Lyslei de Souza Nascimentohttp://lattes.cnpq.br/2618593450338207Georg OtteClaúdia Cristina MaiaCláudia Fernanda de Campos MauroGerson Luiz Roanihttps://lattes.cnpq.br/3631918571476900Filipe Amaral Rocha de Menezes2023-02-28T14:49:20Z2023-02-28T14:49:20Z2023-01-30http://hdl.handle.net/1843/50510https://orcid.org/0000-0003-4069-2171Nesta tese, pretende-se investigar, na literatura da Shoah, a narrativa da degradação do homem a partir de sua animalização em textos selecionados da obra de Primo Levi, de Yoram Kaniuk e de Art Spiegelman. O sentido metafórico da animalização, que aconteceu na Shoah, retorna nos relatos de Levi em uma retomada de termos e da linguagem desumanizadora dos nazistas, usada em seus textos como forma de resistência e denúncia para caracterizar a condição do prisioneiro, seu comportamento, suas tentativas de sobreviver. Os elementos narrativos dos relatos de sobrevivente de Primo Levi, nos quais retrata a condição animalizada dos homens na Shoah, estariam presentes na literatura e em outras artes, constituindo-se uma estratégia narrativa para o testemunho. Por seu caráter memorialístico, esses testemunhos da animalização do homem constituíram-se em tributo às vítimas e um manifesto contra a intolerância e o discurso de ódio contemporâneos. Tomando os relatos de Levi e sua reflexão em Os afogados e os sobreviventes, procurou-se demonstrar como os elementos marcantes da narrativa de testemunho são moldados em Adam, filho de cão, de Yoram Kaniuk, com sua personagem Adam Stein, o palhaço-cão tocado pela loucura, e em Maus, de Art Spiegelman, no testemunho do traumático do autor-narrador e a experiência de seu pai, Vladek Spiegelman, e, assim, essas obras literárias se inscreveriam como uma estética da animalização do homem na Shoah. Apoiando-se em uma fortuna crítica, procurou-se analisar o corpus literário atendendo-se aos seguintes objetivos: delimitar um conceito de animalização na literatura sobre a Shoah; discutir os elementos da animalização do homem em É isto um homem?, de Primo Levi; estudar a metamorfose canina do protagonista de Adam, filho de cão, de Yoram Kaniuk, e os estereótipos dos personagens e sua caricaturização em Maus, de Art Spiegelman; e, por fim, construir uma reflexão crítica sobre a animalização e a degradação humana na literatura de testemunho.This dissertation intends to investigate the narrative of the animalization of man in the Holocaust literature in selected texts of Primo Levi, Yoram Kaniuk and Art Spiegelman. The metaphorical sense of animalization that happened in the Shoah returns in Levi’s reports in a resumption of terms and the dehumanizing language of the Nazis, used in his texts as a form of resistance and denunciation to characterize the condition of the prisoner, his behavior, his attempts to survive. The narrative elements of Primo Levi’s survivor testimonies in which he portrays the animalized condition of men would be present in literature and other arts, constituting a narrative strategy. In addition, due to their memorialistic character, these testimonies of the animalization of man constituted a tribute to the victims and a manifesto against contemporary intolerance and hate speech. Taking Levi's reports and his reflection in The Drowned and the Saved, I demonstrate how the striking elements of the testimony narrative are shaped in Yoram Kaniuk’s novel Adam Resurrected, with his character Adam Stein, the clown-dog touched by madness, and in Art Spiegelman’s graphic novel Maus, as the testimony of the trauma of the author-narrator and the experience of his father, Vladek Spiegelman. These literary works would be inscribed as an aesthetic of the animalization of man in the Shoah. Relying on a critical fortune, an attempt was made to analyze the literary corpus taking into account the following objectives: to delimit a concept of animalization in the literature on the Shoah; discuss the elements of the animalization of man in If This Is a Man of Primo Levi; to study the canine metamorphosis of the protagonist of Adam Resurrected, by Yoram Kaniuk and the stereotypes of the characters and their caricaturizing in Maus, by Art Spiegelman; and finally, build a critical reflection on animalization and human degradation in testimonial literature.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LiteráriosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRASLevi, Primo, 1919-1987. – É isto um homem? – Crítica e interpretaçãoKaniuk, Yoram. - Adam, filho do cão – Crítica e interpretaçãoSpiegelman, Art, 1948- – Maus – Crítica e interpretaçãoLiteratura comparada – Italiana, israelense e americanaLiteratura comparada – Israelense, italiana e americanaLiteratura comparada – Americana, italiana e israelenseHolocausto judeu (1939-1945), e literaturaAnimalização na literaturaAnimalizaçãoShoahPrimo LeviYoram KaniukArt SpiegelmanNo bestiário dos campos, a animalização do homem: Primo Levi, Yoram Kaniuk, Art Spiegelmaninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALFilipe Amaral Rocha de Menezes TESE Poslit.pdfFilipe Amaral Rocha de Menezes TESE Poslit.pdfapplication/pdf4057976https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50510/1/Filipe%20Amaral%20Rocha%20de%20Menezes%20TESE%20Poslit.pdfb56e77578dabd660804df8fd20aed73bMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50510/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/505102023-02-28 11:49:21.338oai:repositorio.ufmg.br:1843/50510TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-02-28T14:49:21Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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No bestiário dos campos, a animalização do homem: Primo Levi, Yoram Kaniuk, Art Spiegelman Filipe Amaral Rocha de Menezes Animalização Shoah Primo Levi Yoram Kaniuk Art Spiegelman Levi, Primo, 1919-1987. – É isto um homem? – Crítica e interpretação Kaniuk, Yoram. - Adam, filho do cão – Crítica e interpretação Spiegelman, Art, 1948- – Maus – Crítica e interpretação Literatura comparada – Italiana, israelense e americana Literatura comparada – Israelense, italiana e americana Literatura comparada – Americana, italiana e israelense Holocausto judeu (1939-1945), e literatura Animalização na literatura |
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