O CUIDADO FISIOTERAPÊUTICO NA ATENÇÃO À SAÚDE DA POPULAÇÃO TRANSVESTIGÊNERE – RASTREAMENTO DE NECESSIDADES TRSNS ESPECÍFICAS.

• Autor(a) principal: ÍCARO BALTA MOUTINHO, THOMAS
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMS
• Texto Completo: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/5381
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL; Transexualidade; Disforia de gênero; Atenção à Saúde; Fisioterapia.

Introdução: A transvestigeneridade ultrapassa a normativa de compatibilidade com os corpos e perpassa as expectativas de atributos psíquicos e comportamentais tidos como adequados para a identidade designada pelo sexo, tendo necessidades de saúde dentro de sua multiplicidade e carregando estigmas envoltos por uma patologização. O processo transexualizador pode trazer alterações de saúde, fazendo-se necessário acompanhamento multiprofissional de qualidade, incluindo com profissional fisioterapeuta, para garantir e melhor a qualidade de vida. Metodologia: Estudo de pesquisa de opinião pública, realizada com questionário eletrônico no período de 10 de outubro de 2021 a 30 de janeiro de 2022, direcionado a pessoas transvestigênere, divulgado através de redes sociais e disponibilizado para o território brasileiro. A pesquisa foi dividida em quatro seções com perguntas direcionadas à identificação, aos âmbitos sociais, corporeidade e qualidade de vida. A análise dos dados foi realizada por descrição com frequências absoluta e relativa. Resultados: A pesquisa obteve 62 participantes, todas pessoas transvestigênere, com maioria se identificando com o gênero masculino (54,6%), de diferentes faixas etárias e orientação sexual. A maioria (58,1%) declarou fazer uso de nome social, dos quais a mesma porcentagem declarou ter este nome respeitado nos serviços de saúde, no entanto, relatam já ter deixado de buscar serviços de saúde por medo, ter sofrido transfobia e não realizar acompanhamento médico. Grande número de participantes declara desejar realizar algum procedimento cirúrgico, apresentando como principal dificuldade o alto custo. A medida paliativa para alteração corporal mais declarada foi de ocultação das mamas e 77,4% relatam autopercepção de alteração postural. Conclusões: Apesar das importantes conquistas de políticas públicas, ainda há muito a ser discutido, estudado e planejado para melhorar a qualidade de vida da população transvestigênere, considerando suas especificidades e multiplicidade no âmbito biopsicossocial. O acompanhamento multidisciplinar, incluindo fisioterapêutico, ainda precisa melhorar em relação ao acesso e qualidade dos atendimentos, e se fazem de extrema importância no processo transexualizador, cirúrgico ou não, para garantia de qualidade de vida e saúde.