Relação entre dialética e tonalidade na estética musical de Hegel : o retorno a si mesmo como conteúdo verdadeiro da obra.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Trindade, Marlon Santos
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFOP
Texto Completo: http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/2421
Resumo: Essa dissertação busca demonstrar que Hegel vê no retorno a si mesmo da tônica o conteúdo verdadeiro da música, pois a melodia e a harmonia não vão para o indeterminado, mas caminham para o retorno a si mesmo da tônica, a partir da resolução de uma tensão. A música é sem conceito e toca o espírito em sua interioridade subjetiva. Hegel busca é o espírito absoluto que se dá na forma do puro conceito; só ele, em uma época prosaica, pode levar o espírito à consciência de si. Em épocas passadas, quando em parceria com a religião, a música já cumpriu esse papel. Mas o espírito de seu tempo [Volksgeist] (século XIX) a deslocou para o prosaico, onde a música passou a ser mais uma questão de erudição do que de tocar os afetos. Defendemos que a forma sonata de Beethoven possui a estrutura lógica formal abstrata da dialética hegeliana, apesar do filósofo não citar o compositor em sua estética. Para Hegel, há na música de sua época uma extrema razão prosaica habitando a obra como seu Conteúdo. Hegel não reconhece no formal [Gestalt] da música um Conteúdo dialético: para ele, essa já é uma arte prosaica e morta, que nos convida a pensá-la e não a senti-la, e por esse motivo Hegel a supera. Apresentamos a peça Grande Fuga – Opus 133 de Beethoven como exemplo de uma arte extremamente racionalizada, que já começa a colocar em questão o retorno sereno e beato da tônica, tão defendido por Hegel. Finalmente, apresentamos um exemplo da lógica dialética abstrata aplicada na forma musical com a peça Allegro-de-Sonata para piano no 2 – Opus 2, 1o movimento, também de Beethoven.
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