Humanização no parto: o homem nordestino no nascimento do filho em um hospital público de Fortaleza-Ceará
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR |
Texto Completo: | https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/92914 |
Resumo: | O presente trabalho aborda a Política Nacional de Humanização do parto em um hospital público, destacando a inclusão do homem com a intervenção ?Parto Que Te Quero Perto?. Põe foco no papel do homem na hora do parto e as mudanças sociais importantes que institucionalizam a cultura hospitalar na condução do nascimento de uma criança. Objetiva-se investigar o impacto do parto humanizado com a participação do pai no parto e a vivência do homem nordestino durante o pré-natal, parto e pós-parto, observando estereotipagens e estigmas vivenciados com a ?plasticidade dos preconceitos?, num hospital público em Fortaleza-Ceará-Brasil. Estudo qualitativo, etnográfico, teve como cenário o Hospital Gonzaga Mota de Messejana em Fortaleza-CE, como também visitas domiciliares. Os dados foram coletados a partir da observação participante - ?O Percurso do Parto? - acompanhando dez casais ?grávidos? durante toda a trajetória hospitalar, e das narrativas de informanteschave: profissionais da saúde, funcionários do hospital e homens da comunidade. O período de coleta dos dados foi nos meses de janeiro a maio de 2010. Para a análise dos dados, empregou-se o método proposto por Bardin (2007). Comparando o impacto antes e depois da intervenção, detectou-se diferença no acesso do pai ao hospital público, nos preconceitos sobre a dominância masculina, no seu medo de enfrentar o parto e no cuidado familiar. Constatou-se uma imagem do homem nordestino como ?machista, grosseiro e insensível?, e a exclusão do pai no parto por ser ?coisa de mulher?. Porém, uma nova construção da masculinidade, do ?homem-companheiro? e ?pai-cuidador? está emergindo na periferia de Fortaleza-CE. Considera-se essa participação como um fato inato, mas que precisa ser (re)aprendido e estimulado para ele (re)assumir um papel que foi desvalorizado. Evidenciamse a luta de alguns profissionais no sentido de assegurar aos homens esse direito da experiência do nascimento do filho e a necessidade de uma participação maior do que a estabelecida na Lei Federal 11.108-2005. Depois da tecnologia do ?Parto Que Te Quero Perto?, foi perceptível a mudança ou ?plasticidade dos preconceitos? nessas caricaturas do homem cearense de baixa renda. Recomenda-se com esta experiência a valorização do processo de empoderamento do casal ?grávido? que de posse dos conhecimentos necessários poderão se reconhecer como protagonistas principais do parto, lutando e se apropriando deste momento tão único em suas vidas. |
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Os dados foram coletados a partir da observação participante - ?O Percurso do Parto? - acompanhando dez casais ?grávidos? durante toda a trajetória hospitalar, e das narrativas de informanteschave: profissionais da saúde, funcionários do hospital e homens da comunidade. O período de coleta dos dados foi nos meses de janeiro a maio de 2010. Para a análise dos dados, empregou-se o método proposto por Bardin (2007). Comparando o impacto antes e depois da intervenção, detectou-se diferença no acesso do pai ao hospital público, nos preconceitos sobre a dominância masculina, no seu medo de enfrentar o parto e no cuidado familiar. Constatou-se uma imagem do homem nordestino como ?machista, grosseiro e insensível?, e a exclusão do pai no parto por ser ?coisa de mulher?. Porém, uma nova construção da masculinidade, do ?homem-companheiro? e ?pai-cuidador? está emergindo na periferia de Fortaleza-CE. Considera-se essa participação como um fato inato, mas que precisa ser (re)aprendido e estimulado para ele (re)assumir um papel que foi desvalorizado. Evidenciamse a luta de alguns profissionais no sentido de assegurar aos homens esse direito da experiência do nascimento do filho e a necessidade de uma participação maior do que a estabelecida na Lei Federal 11.108-2005. Depois da tecnologia do ?Parto Que Te Quero Perto?, foi perceptível a mudança ou ?plasticidade dos preconceitos? nessas caricaturas do homem cearense de baixa renda. Recomenda-se com esta experiência a valorização do processo de empoderamento do casal ?grávido? que de posse dos conhecimentos necessários poderão se reconhecer como protagonistas principais do parto, lutando e se apropriando deste momento tão único em suas vidas.The intention of this paper is to address the National Policy of Humanization of childbirth in a public hospitals within Northeastern Brazil. We have highlighted the critical role that the father plays in childbirth at public hospitals within this region and related social impacts that this represents. Of particular note is the importance of how the presence of the father at childbirth had a positive impact on the strength of culture and community. The father`s role in childbirth, as historically practiced in Ceará, directly impacted society when the father was not present during the time of delivery. Qualitative analysis was gained from the obstetric and rooming of HGMM in Fortaleza, as well as home visits. Data was also collected from participant observation - "The Way of Birth" - following ten couples "pregnant" throughout hospital history and the narratives of key informants, health professionals, hospital staff and men of the community. The period of data collection was from January 2010 to May 2010. Data analysis employed was taken from the method proposed by Bardin (2007). We emphasize the model of childbirth in this hospital and the experience of intervention in accordance with the policy of humanization through the inclusion of the father. We consider this participation as innate, but needs to be (re) learned and encouraged for the father to (re) assume a role that has been devalued. We show the struggle of some professionals to ensure that right to men's experience of the birth of the child and the need for a greater share than that set out in legislation. We therefore consider that efforts to ensure the presence of father at birth as this constitutes a major change in making this process more humane and clearly more beneficial for the child. Our results indicate that the participants develop a greater affection and bonding as a family unit. Furthermore, the father became more involved with the active care of the mother and baby leading to the strengthening of the triad: father, mother and child. Based on these factors, we recommend legislative action to ensure that all family members be present at childbirth. This is is critical in development of the social fabric of the family and ultimately critical for a healthier society.Nations, Marilyn KayNations, Marilyn KayKatz, Arlene MicheleRuiz, Erasmo MiessaAmorim, Rosendo Freitas deUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaRocha, Antonio Eusebio Teixeira2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/92914https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/7922Disponibilidade forma física: Existe obra impressa de código : 86348porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-24T20:37:46Zoai::92914Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2024-01-24T20:37:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false |
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