A necessária ressignificação dos papéis do homem e da mulher no projeto parental para a efetivação do direito fundamental ao livre planejamento familiar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrade, Denise Almeida de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR
Texto Completo: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/108587
Resumo: O reconhecimento do planejamento familiar como um direito é recente, tendo se consubstanciado, no Brasil, como um direito fundamental com a promulgação da Constituição Federal de 1988, com o disposto no artigo 226, § 7º. A pesar de esse status ser recente, avanços significativos têm sido alcançados, tanto no âmbito nacional quanto no internacional, a exemplo da sua consolidação conceitual em documentos internacionais. Os resultados das políticas públicas nacionais de planejamento familiar, todavía, estão aquém das conquistas normativas e conceituais obtidas, uma vez que referidas medidas não se traduzem em práticas igualitárias e adequadas de planejamento familiar. O objetivo desta pesquisa é identificar as causas da não efetivação do direito fundamental ao planejamento familiar, com o fito de contribuir para a solução do problema. Para tanto, será demonstrado o modo como a histórica desigualdade entre homens e mulheres influencia no exercício do direito ao planejamento familiar, a partir de uma análise crítica sobre o patriarcado, a maternidade e as relações de gênero. Os principais documentos internacionais relativos ao direito ao planejamento familiar serão analisados para, em seguida, se expor a evolução histórica desse direito no Brasil, partindo-se das contribuições oriundas da Assembleia Nacional Constituinte. Será realizado, também, um apanhado sobre as políticas públicas de planejamento familiar desenvolvidas, especialmente, desde os anos de 1980. Nesse contexto, proceder-se-á, ainda, a um estudo comparado sobre as experiências da Argentina, da Suécia e da China concernentes ao planejamento familiar, com o intuito de auxiliar na proposição de uma nova prática para o Brasil. Aliem-se a isso as contribuições de teóricos internacionais, como Amartya Sen, Martha Nussbaum e Nancy Fraser, para corroborar a defesa de que não há equidade de gênero, remanescendo a falsa premissa de que as mulheres são naturalmente talhadas para desempenhar atividades de cuidado e educação, típicas do ambiente doméstico. Por fim, ante a constatação de que para se efetivar o direito ao livre planejamento familiar, é imprescindível que se garantam iguais oportunidades para homens e mulheres, tanto na esfera pública quanto privada, propõe-se o paradigma da corresponsabilidade, apresentado por Maria Elósegui, como um caminho para se superar a realidade de ineficiência das políticas públicas brasileiras. Palavras-chave: Planejamento familiar; Discriminação de Gênero; Políticas Públicas; Modelo de Corresponsabilidade.
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O objetivo desta pesquisa é identificar as causas da não efetivação do direito fundamental ao planejamento familiar, com o fito de contribuir para a solução do problema. Para tanto, será demonstrado o modo como a histórica desigualdade entre homens e mulheres influencia no exercício do direito ao planejamento familiar, a partir de uma análise crítica sobre o patriarcado, a maternidade e as relações de gênero. Os principais documentos internacionais relativos ao direito ao planejamento familiar serão analisados para, em seguida, se expor a evolução histórica desse direito no Brasil, partindo-se das contribuições oriundas da Assembleia Nacional Constituinte. Será realizado, também, um apanhado sobre as políticas públicas de planejamento familiar desenvolvidas, especialmente, desde os anos de 1980. Nesse contexto, proceder-se-á, ainda, a um estudo comparado sobre as experiências da Argentina, da Suécia e da China concernentes ao planejamento familiar, com o intuito de auxiliar na proposição de uma nova prática para o Brasil. Aliem-se a isso as contribuições de teóricos internacionais, como Amartya Sen, Martha Nussbaum e Nancy Fraser, para corroborar a defesa de que não há equidade de gênero, remanescendo a falsa premissa de que as mulheres são naturalmente talhadas para desempenhar atividades de cuidado e educação, típicas do ambiente doméstico. Por fim, ante a constatação de que para se efetivar o direito ao livre planejamento familiar, é imprescindível que se garantam iguais oportunidades para homens e mulheres, tanto na esfera pública quanto privada, propõe-se o paradigma da corresponsabilidade, apresentado por Maria Elósegui, como um caminho para se superar a realidade de ineficiência das políticas públicas brasileiras. Palavras-chave: Planejamento familiar; Discriminação de Gênero; Políticas Públicas; Modelo de Corresponsabilidade.The recognition of family planning as a right is recent, having been consolidated in Brazil as a fundamental right as from the enactment of the Federal Constitution in 1988, in accordance with 226, § 7º. Despite its recent status, significant progress has been achieved, both nationally and internationally, as it is the case of its conceptual consolidation in international documents. Yet, the outcomes of the national public policies of family planning are below the normative and conceptual conquests, since the the referred measures have not resulted in equitable and adequate practices of family planning. The objective of this research is to identify the reasons the fundamental right did not become effective in family planning, with the aim of contributing to problem solving. For this purpose, it will be demonstrated how the historical inequality between men and women influences in the exercise of rights to family planning, from a critical analysis of patriarchy, maternity and gender relations. The main international documents relating to the rights to family planning will be analyzed in order to expose the historical evolution of such rights in Brazil, based on the contributions resulting from the National Constituent Assembly. An overview of the public policies of family planning developed, most specifically, since the 1980s will be carried out. In this context, a comparative study of the experiences in Argentina, Sweden, and China regarding family planning shall be carried out, with the purpose of supporting the proposition of a new practice for Brazil. And to corroborate the considerations above, the contributions of international theoreticians as Amartya Sen, Martha Nussbaum and Nancy Fraser are equally important to advocate that there is no gender equity, remaining the false assumption that women are naturally fit to perform caring and educational activities, typical of home environment. Finally, following the observations that, in order to turn the rights to free family planning effective, it is essential that equal opportunities for men and women be guaranteed, both at public and private level and the co-responsibility paradigm is proposed as a way to overcome the inefficient reality of Brazilian public policies. Key words: Family planning; Gender Discrimination; Public Policies; Co-responsibility Model.Lopes, Ana Maria D'AvilaLopes, Ana Maria D'AvilaSales, Lília Maia de MoraisPereira Júnior, Antonio JorgeRocha, Maria Vital daChagas, Marcia CorreiaUniversidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Direito ConstitucionalAndrade, Denise Almeida de2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/108587https://uol.unifor.br/auth-sophia/exibicao/16025Disponibilidade forma física: Existe obra impressa de código : 99408porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFORinstname:Universidade de Fortaleza (UNIFOR)instacron:UNIFORinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-08-29T08:40:07Zoai::108587Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://www.unifor.br/bdtdONGhttp://dspace.unifor.br/oai/requestbib@unifor.br||bib@unifor.bropendoar:2023-08-29T08:40:07Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR - Universidade de Fortaleza (UNIFOR)false
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