O Reino do Encruzo: práticas de pajelança e outras histórias do município de Pinheiro - MA (1946-1988)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ARAÚJO, Raimundo Inácio Souza
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14935
Resumo: Análise da história das práticas de pajelança no município de Pinheiro entre os anos de 1946 a 1988. A pajelança é uma prática cultural em que se entrecruzam elementos das culturas ameríndias, do catolicismo popular, do espiritismo, e das religiões afro-brasileiras. Seu horizonte de formação tem sido muito discutido entre antropólogos e historiadores, mas, no Maranhão, essa prática tem sido associada às religiosidades presentes entre as comunidades negras e quilombolas, onde gozou historicamente de grande popularidade. Sua realização tornou-se proibida legalmente a partir do século XIX. Essa proibição foi intensificada durante a década de 1940, especialmente após a promulgação da Lei de Contravenções Penais de 1942, o que levou os pajés a estabelecerem seus barracões no meio rural, distantes do alcance dos aparatos repressores da polícia. No período delimitado por esta tese, as práticas de pajelança dialogaram com grandes transformações em curso nacionalmente, em especial a intensificação do êxodo rural e a pluralização do campo religioso brasileiro. A presença dessa prática cultural no município de Pinheiro é analisada a partir dos relatos orais de pajés e migrantes da zona rural e dos documentos produzidos pela prelazia/bispado de Pinheiro. A análise das fontes indica que a Igreja Católica desaconselhava as práticas de pajelança, entendendo-as como causa e consequência da pobreza vivenciada naquela parte do estado do Maranhão. Mesmo diante das limitações impostas pela legislação e do desaconselhamento eclesiástico, esses rituais se mantiveram em reprodução durante todo esse período, em virtude de seu enraizamento no cotidiano das comunidades rurais onde o pajé era uma autoridade no plano dos cuidados terapêuticos. Ao mesmo tempo, pode-se notar deslocamentos significativos nas crenças e práticas da pajelança, à medida em que seus líderes buscaram acomodar nos ritos e no cotidiano as questões com as quais se deparavam naquela conjuntura adversa.
id UFPE_0fb9815b177efb53b5b316aa44c16fce
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/14935
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling ARAÚJO, Raimundo Inácio Souzahttp://lattes.cnpq.br/7829574717856862http://lattes.cnpq.br/7228539080595678GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz2016-01-19T18:00:51Z2016-01-19T18:00:51Z2015-02-09https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14935Análise da história das práticas de pajelança no município de Pinheiro entre os anos de 1946 a 1988. A pajelança é uma prática cultural em que se entrecruzam elementos das culturas ameríndias, do catolicismo popular, do espiritismo, e das religiões afro-brasileiras. Seu horizonte de formação tem sido muito discutido entre antropólogos e historiadores, mas, no Maranhão, essa prática tem sido associada às religiosidades presentes entre as comunidades negras e quilombolas, onde gozou historicamente de grande popularidade. Sua realização tornou-se proibida legalmente a partir do século XIX. Essa proibição foi intensificada durante a década de 1940, especialmente após a promulgação da Lei de Contravenções Penais de 1942, o que levou os pajés a estabelecerem seus barracões no meio rural, distantes do alcance dos aparatos repressores da polícia. No período delimitado por esta tese, as práticas de pajelança dialogaram com grandes transformações em curso nacionalmente, em especial a intensificação do êxodo rural e a pluralização do campo religioso brasileiro. A presença dessa prática cultural no município de Pinheiro é analisada a partir dos relatos orais de pajés e migrantes da zona rural e dos documentos produzidos pela prelazia/bispado de Pinheiro. A análise das fontes indica que a Igreja Católica desaconselhava as práticas de pajelança, entendendo-as como causa e consequência da pobreza vivenciada naquela parte do estado do Maranhão. Mesmo diante das limitações impostas pela legislação e do desaconselhamento eclesiástico, esses rituais se mantiveram em reprodução durante todo esse período, em virtude de seu enraizamento no cotidiano das comunidades rurais onde o pajé era uma autoridade no plano dos cuidados terapêuticos. Ao mesmo tempo, pode-se notar deslocamentos significativos nas crenças e práticas da pajelança, à medida em que seus líderes buscaram acomodar nos ritos e no cotidiano as questões com as quais se deparavam naquela conjuntura adversa.CAPESFAPEMAHistory analysis of pajelança practices in Pinheiro between 1946 to 1988. Pajelança is a cultural practice in which intertwine elements of amerindian cultures of popular Catholicism, spiritism, and african-Brazilian religions. Its skyline training has been much discussed among anthropologists and historians, but, in Maranhão, this practice has been associated with religiosity present among black and maroon communities, where historically enjoyed great popularity. Its realization has become legally prohibited from the nineteenth century. This ban was intensified during the 1940s, especially after the enactment of the 1942 Criminal Offenders Act, which led the pajés to establish their barracks in rural areas, far from the reach of the repressive police apparatus. In the period defined by this thesis, pajelança practices dialogued with great changes taking place nationally, particularly through intensification of the rural exodus and the pluralization of the Brazilian religious field. The presence of this cultural practice in Pinheiro is analyzed based on the oral histories of pajés and migrants from the countryside and the documents produced by the Prelature / bishopric of Pinheiro. Analysis of the sources indicates that the Catholic Church discouraged the pajelança practices, understanding them as cause and consequence of poverty experienced in that part of the state of Maranhão. Even with the limitations imposed by law and ecclesiastical advice against, these rituals have remained in play throughout the period, because of its roots in the daily life of rural communities where the pajé was an authority on the level of therapeutic care. At the same time, you may notice significant shifts in beliefs and practices of pajelança, to the extent that its leaders sought to accommodate rites and daily life issues with which they encountered in that adverse situation.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em HistoriaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessHistóriaCultos afro-brasileiros – Pinheiro (MA) – 1946-1988Religião e culturaReligiosidadeHistória oralO Reino do Encruzo: práticas de pajelança e outras histórias do município de Pinheiro - MA (1946-1988)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILRaimundo_Inácio_ TESE_HISTÓRIA_2015.pdf.jpgRaimundo_Inácio_ TESE_HISTÓRIA_2015.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1154https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14935/5/Raimundo_In%c3%a1cio_%20TESE_HIST%c3%93RIA_2015.pdf.jpgcbbf5c4f5807be6d1a62d433dffe8a96MD55ORIGINALRaimundo_Inácio_ TESE_HISTÓRIA_2015.pdfRaimundo_Inácio_ TESE_HISTÓRIA_2015.pdfapplication/pdf1876563https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14935/1/Raimundo_In%c3%a1cio_%20TESE_HIST%c3%93RIA_2015.pdf68c3cc89ea472a04820a7c7bb0e20048MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81232https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14935/2/license_rdf66e71c371cc565284e70f40736c94386MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14935/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTRaimundo_Inácio_ TESE_HISTÓRIA_2015.pdf.txtRaimundo_Inácio_ TESE_HISTÓRIA_2015.pdf.txtExtracted texttext/plain653919https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14935/4/Raimundo_In%c3%a1cio_%20TESE_HIST%c3%93RIA_2015.pdf.txt6220840509a0fbc0679ffba756bc0454MD54123456789/149352019-10-25 06:59:54.529oai:repositorio.ufpe.br:123456789/14935TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T09:59:54Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O Reino do Encruzo: práticas de pajelança e outras histórias do município de Pinheiro - MA (1946-1988)
title O Reino do Encruzo: práticas de pajelança e outras histórias do município de Pinheiro - MA (1946-1988)
spellingShingle O Reino do Encruzo: práticas de pajelança e outras histórias do município de Pinheiro - MA (1946-1988)
ARAÚJO, Raimundo Inácio Souza
História
Cultos afro-brasileiros – Pinheiro (MA) – 1946-1988
Religião e cultura
Religiosidade
História oral
title_short O Reino do Encruzo: práticas de pajelança e outras histórias do município de Pinheiro - MA (1946-1988)
title_full O Reino do Encruzo: práticas de pajelança e outras histórias do município de Pinheiro - MA (1946-1988)
title_fullStr O Reino do Encruzo: práticas de pajelança e outras histórias do município de Pinheiro - MA (1946-1988)
title_full_unstemmed O Reino do Encruzo: práticas de pajelança e outras histórias do município de Pinheiro - MA (1946-1988)
title_sort O Reino do Encruzo: práticas de pajelança e outras histórias do município de Pinheiro - MA (1946-1988)
author ARAÚJO, Raimundo Inácio Souza
author_facet ARAÚJO, Raimundo Inácio Souza
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7829574717856862
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7228539080595678
dc.contributor.author.fl_str_mv ARAÚJO, Raimundo Inácio Souza
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz
contributor_str_mv GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz
dc.subject.por.fl_str_mv História
Cultos afro-brasileiros – Pinheiro (MA) – 1946-1988
Religião e cultura
Religiosidade
História oral
topic História
Cultos afro-brasileiros – Pinheiro (MA) – 1946-1988
Religião e cultura
Religiosidade
História oral
description Análise da história das práticas de pajelança no município de Pinheiro entre os anos de 1946 a 1988. A pajelança é uma prática cultural em que se entrecruzam elementos das culturas ameríndias, do catolicismo popular, do espiritismo, e das religiões afro-brasileiras. Seu horizonte de formação tem sido muito discutido entre antropólogos e historiadores, mas, no Maranhão, essa prática tem sido associada às religiosidades presentes entre as comunidades negras e quilombolas, onde gozou historicamente de grande popularidade. Sua realização tornou-se proibida legalmente a partir do século XIX. Essa proibição foi intensificada durante a década de 1940, especialmente após a promulgação da Lei de Contravenções Penais de 1942, o que levou os pajés a estabelecerem seus barracões no meio rural, distantes do alcance dos aparatos repressores da polícia. No período delimitado por esta tese, as práticas de pajelança dialogaram com grandes transformações em curso nacionalmente, em especial a intensificação do êxodo rural e a pluralização do campo religioso brasileiro. A presença dessa prática cultural no município de Pinheiro é analisada a partir dos relatos orais de pajés e migrantes da zona rural e dos documentos produzidos pela prelazia/bispado de Pinheiro. A análise das fontes indica que a Igreja Católica desaconselhava as práticas de pajelança, entendendo-as como causa e consequência da pobreza vivenciada naquela parte do estado do Maranhão. Mesmo diante das limitações impostas pela legislação e do desaconselhamento eclesiástico, esses rituais se mantiveram em reprodução durante todo esse período, em virtude de seu enraizamento no cotidiano das comunidades rurais onde o pajé era uma autoridade no plano dos cuidados terapêuticos. Ao mesmo tempo, pode-se notar deslocamentos significativos nas crenças e práticas da pajelança, à medida em que seus líderes buscaram acomodar nos ritos e no cotidiano as questões com as quais se deparavam naquela conjuntura adversa.
publishDate 2015
dc.date.issued.fl_str_mv 2015-02-09
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-01-19T18:00:51Z
dc.date.available.fl_str_mv 2016-01-19T18:00:51Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14935
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14935
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Historia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14935/5/Raimundo_In%c3%a1cio_%20TESE_HIST%c3%93RIA_2015.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14935/1/Raimundo_In%c3%a1cio_%20TESE_HIST%c3%93RIA_2015.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14935/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14935/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14935/4/Raimundo_In%c3%a1cio_%20TESE_HIST%c3%93RIA_2015.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv cbbf5c4f5807be6d1a62d433dffe8a96
68c3cc89ea472a04820a7c7bb0e20048
66e71c371cc565284e70f40736c94386
4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08
6220840509a0fbc0679ffba756bc0454
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310741101903872