Sífilis gestacional: fatores de risco sociodemográficos, comportamentais e assistenciais
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16160 |
Resumo: | A sífilis gestacional é uma doença infecciosa, transmitida verticalmente, e está associada a diversos desfechos negativos na gravidez que são evitáveis quando detectada e tratada de forma precoce. As recomendações atuais para o controle da sífilis reforçam a necessidade de priorizar intervenções globais em prevenção, diagnóstico e tratamento oportuno com atenção a grupos populacionais mais expostos. O objetivo desta tese foi estudar os fatores que influenciam a ocorrência e o tratamento para sífilis em mulheres atendidas em sete maternidades públicas do Recife – PE. O documento foi estruturado nos seguintes capítulos: revisão da literatura, método, resultados apresentado sob a forma de dois artigos originais, considerações finais e recomendações. O estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa mais abrangente, do tipo caso-controle, que recrutou 1.206 mulheres a partir da admissão nas maternidades, conforme local de residência e resultado do exame de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory). Para cada resultado de VDRL reagente sob qualquer titulação, buscavam-se, na sequência posterior de ordem de admissão, duas com resultados de VDRL não reagentes, durante os anos de 2013/2014. O primeiro artigo analisou os fatores de risco sociodemográficos, comportamentais e de assistência à saúde relacionados à ocorrência de sífilis em mulheres residentes e atendidas em maternidades públicas da cidade do Recife – PE. Utilizou-se um delineamento do tipo caso-controle que considerou o resultado da sorologia ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). A amostra foi constituída de 561 mulheres, das quais 239 eram reagentes (casos) e 322 eram não reagentes (controles) ao ELISA. Os resultados mostraram que os fatores de risco à sífilis gestacional estavam relacionados a menor escolaridade, ausência de acesso ao telefone, religião católica, ocorrência de quatro ou mais gestações, maior número de parceiros sexuais nos últimos doze meses, início do uso de drogas antes dos dezoito anos, assim como à utilização de drogas ilícitas pelo companheiro. Além destes, ao número insuficiente de consultas ao pré-natal e ao relato de história anterior de infecção sexualmente transmissível. O segundo artigo teve como objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico, reprodutivo e assistencial segundo a situação do pré-natal, o registro do VDRL e o tratamento para sífilis em mulheres admitidas em maternidades públicas de uma capital do Nordeste do Brasil, entre 2013 e 2014. Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra de 1.206 mulheres residentes em Pernambuco nos anos de 2013/2014. Os resultados evidenciaram entraves para o controle da transmissão vertical da sífilis. Do total, 91,3% das mulheres realizaram o pré-natal. O registro do VDRL no cartão de pré-natal estava ausente em 23,9% e destas, a maior parte iniciou o acompanhamento no último trimestre da gestação. O pré-natal não se mostrou efetivo na prevenção e rastreio da sífilis, uma vez que 34,1% apresentaram-se reagentes ao VDRL na admissão à maternidade. Entre as mulheres não tratadas para sífilis no pré-natal, apenas 57,7% e 46,2% cumpriram as recomendações de iniciar o acompanhamento no primeiro trimestre gestacional e realizar seis ou mais consultas, em contraste com as que receberam tratamento com valores de 70% para as duas situações, respectivamente. A ocorrência da sífilis na gestação está associada ao baixo nível de escolaridade, a piores condições socioeconômicas, a comportamentos de maior vulnerabilidade e acompanhamento pré-natal insatisfatório. Notou-se, também, obstáculos no diagnóstico e tratamento da sífilis durante o pré-natal, tornando ainda mais complexo o controle nessa população. |
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MACÊDO, Vilma Costa deLIRA, Pedro Israel Cabral deFRIAS, Paulo Germano de2016-03-29T19:03:03Z2016-03-29T19:03:03Z2015-08-18https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16160ark:/64986/001300000p7txA sífilis gestacional é uma doença infecciosa, transmitida verticalmente, e está associada a diversos desfechos negativos na gravidez que são evitáveis quando detectada e tratada de forma precoce. As recomendações atuais para o controle da sífilis reforçam a necessidade de priorizar intervenções globais em prevenção, diagnóstico e tratamento oportuno com atenção a grupos populacionais mais expostos. O objetivo desta tese foi estudar os fatores que influenciam a ocorrência e o tratamento para sífilis em mulheres atendidas em sete maternidades públicas do Recife – PE. O documento foi estruturado nos seguintes capítulos: revisão da literatura, método, resultados apresentado sob a forma de dois artigos originais, considerações finais e recomendações. O estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa mais abrangente, do tipo caso-controle, que recrutou 1.206 mulheres a partir da admissão nas maternidades, conforme local de residência e resultado do exame de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory). Para cada resultado de VDRL reagente sob qualquer titulação, buscavam-se, na sequência posterior de ordem de admissão, duas com resultados de VDRL não reagentes, durante os anos de 2013/2014. O primeiro artigo analisou os fatores de risco sociodemográficos, comportamentais e de assistência à saúde relacionados à ocorrência de sífilis em mulheres residentes e atendidas em maternidades públicas da cidade do Recife – PE. Utilizou-se um delineamento do tipo caso-controle que considerou o resultado da sorologia ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). A amostra foi constituída de 561 mulheres, das quais 239 eram reagentes (casos) e 322 eram não reagentes (controles) ao ELISA. Os resultados mostraram que os fatores de risco à sífilis gestacional estavam relacionados a menor escolaridade, ausência de acesso ao telefone, religião católica, ocorrência de quatro ou mais gestações, maior número de parceiros sexuais nos últimos doze meses, início do uso de drogas antes dos dezoito anos, assim como à utilização de drogas ilícitas pelo companheiro. Além destes, ao número insuficiente de consultas ao pré-natal e ao relato de história anterior de infecção sexualmente transmissível. O segundo artigo teve como objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico, reprodutivo e assistencial segundo a situação do pré-natal, o registro do VDRL e o tratamento para sífilis em mulheres admitidas em maternidades públicas de uma capital do Nordeste do Brasil, entre 2013 e 2014. Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra de 1.206 mulheres residentes em Pernambuco nos anos de 2013/2014. Os resultados evidenciaram entraves para o controle da transmissão vertical da sífilis. Do total, 91,3% das mulheres realizaram o pré-natal. O registro do VDRL no cartão de pré-natal estava ausente em 23,9% e destas, a maior parte iniciou o acompanhamento no último trimestre da gestação. O pré-natal não se mostrou efetivo na prevenção e rastreio da sífilis, uma vez que 34,1% apresentaram-se reagentes ao VDRL na admissão à maternidade. Entre as mulheres não tratadas para sífilis no pré-natal, apenas 57,7% e 46,2% cumpriram as recomendações de iniciar o acompanhamento no primeiro trimestre gestacional e realizar seis ou mais consultas, em contraste com as que receberam tratamento com valores de 70% para as duas situações, respectivamente. A ocorrência da sífilis na gestação está associada ao baixo nível de escolaridade, a piores condições socioeconômicas, a comportamentos de maior vulnerabilidade e acompanhamento pré-natal insatisfatório. Notou-se, também, obstáculos no diagnóstico e tratamento da sífilis durante o pré-natal, tornando ainda mais complexo o controle nessa população.CNPqFACEPEGestational syphilis is an infectious disease transmitted vertically. It is associated with many negative outcomes during pregnancy, which can be avoided when the disease is detected and treated early. The current recommendations for controlling syphilis reinforce the need of prioritizing global preventive interventions, diagnosis, and timely treatment, paying special attention to more exposed groups. The objective of this thesis was to study the factors that influence the occurrence of syphilis and its treatment in women attending seven public maternity hospitals in Recife – PE. The document was structured into the following chapters: literature review, method, results presented in the form of two original articles, final considerations, and recommendations. The study was developed from a more comprehensive case-control study, which recruited 1,206 women during hospital admission according to their address and Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) test. For every woman recruited with a positive VDRL test result regardless of titer, two consecutive women with negative VDRL test results were recruited by order of admission during 2013 and 2014. The first article analyzed the sociodemographic, behavioral, and health care risk factors related to the presence of syphilis in women from Recife/PE attending the city’s maternity hospitals. A case-control design took into account the result of the Enzyme-Linked Immunosorbent Assay test. The sample consisted of 561 women, of which 239 were ELISA positive (cases) and 322 were ELISA negative (controls). The results showed that the risk factors for gestational syphilis were related to lower education level, no access to a telephone, being Catholic, occurrence of four or more pregnancies, higher number of sexual partners in the last twelve months, illicit drug use before age 18 years, illicit drug use by partner, inadequate number of prenatal care visits, and a reported history of sexually transmitted diseases. The second article aimed to characterize the sociodemographic, reproductive, and health care profile according to prenatal care adequacy, VDRL records, and treatment for syphilis of women attending public maternity hospitals in a state capital in the Brazilian Northeast between 2013 and 2014. The cross-sectional study included 1,206 women from Pernambuco recruited between 2013 and 2014. The results evidenced obstacles for controlling vertical syphilis transmission. In total, 91.3% of the women received prenatal care. The VDRL test result was not recorded in 23.9% of the prenatal care cards and most of these women began prenatal care during the last trimester of pregnancy. Prenatal care did not effectively prevent and screen syphilis since 34.1% of the women had positive VDRL test result on hospital admission. Among women who did not receive treatment for syphilis during prenatal care, only 57.7% and 46.2% followed the recommendations to begin follow-up during the first trimester of pregnancy and to attend six or more visits. On the other hand, 70% of the women who received treatment began follow-up during the first trimester of pregnancy and attended six or more prenatal care visits. The occurrence of gestational syphilis is associated with low education level, low socioeconomic level, more vulnerable behaviors, and unsatisfactory prenatal care. Obstacles for controlling syphilis in this population were also present.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do AdolescenteUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessSífilisGestantesEstudos de Casos e ControlesFatores de RiscoTransmissão Vertical de Doença InfecciosaSyphilisPregnancyCase-control studiesRisk factorsVertical Transmission of Infectious DiseasePrenatal CareSífilis gestacional: fatores de risco sociodemográficos, comportamentais e assistenciaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDoutorado_POSCA_VilmaMacedo_2015.pdf.jpgDoutorado_POSCA_VilmaMacedo_2015.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1341https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/16160/5/Doutorado_POSCA_VilmaMacedo_2015.pdf.jpgb7273c0744bc52464d82be29ebc0eec1MD55ORIGINALDoutorado_POSCA_VilmaMacedo_2015.pdfDoutorado_POSCA_VilmaMacedo_2015.pdfapplication/pdf2539315https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/16160/1/Doutorado_POSCA_VilmaMacedo_2015.pdff902199f34f31cb9dbedb12dc56463ffMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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A sífilis gestacional é uma doença infecciosa, transmitida verticalmente, e está associada a diversos desfechos negativos na gravidez que são evitáveis quando detectada e tratada de forma precoce. As recomendações atuais para o controle da sífilis reforçam a necessidade de priorizar intervenções globais em prevenção, diagnóstico e tratamento oportuno com atenção a grupos populacionais mais expostos. O objetivo desta tese foi estudar os fatores que influenciam a ocorrência e o tratamento para sífilis em mulheres atendidas em sete maternidades públicas do Recife – PE. O documento foi estruturado nos seguintes capítulos: revisão da literatura, método, resultados apresentado sob a forma de dois artigos originais, considerações finais e recomendações. O estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa mais abrangente, do tipo caso-controle, que recrutou 1.206 mulheres a partir da admissão nas maternidades, conforme local de residência e resultado do exame de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory). Para cada resultado de VDRL reagente sob qualquer titulação, buscavam-se, na sequência posterior de ordem de admissão, duas com resultados de VDRL não reagentes, durante os anos de 2013/2014. O primeiro artigo analisou os fatores de risco sociodemográficos, comportamentais e de assistência à saúde relacionados à ocorrência de sífilis em mulheres residentes e atendidas em maternidades públicas da cidade do Recife – PE. Utilizou-se um delineamento do tipo caso-controle que considerou o resultado da sorologia ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). A amostra foi constituída de 561 mulheres, das quais 239 eram reagentes (casos) e 322 eram não reagentes (controles) ao ELISA. Os resultados mostraram que os fatores de risco à sífilis gestacional estavam relacionados a menor escolaridade, ausência de acesso ao telefone, religião católica, ocorrência de quatro ou mais gestações, maior número de parceiros sexuais nos últimos doze meses, início do uso de drogas antes dos dezoito anos, assim como à utilização de drogas ilícitas pelo companheiro. Além destes, ao número insuficiente de consultas ao pré-natal e ao relato de história anterior de infecção sexualmente transmissível. O segundo artigo teve como objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico, reprodutivo e assistencial segundo a situação do pré-natal, o registro do VDRL e o tratamento para sífilis em mulheres admitidas em maternidades públicas de uma capital do Nordeste do Brasil, entre 2013 e 2014. Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra de 1.206 mulheres residentes em Pernambuco nos anos de 2013/2014. Os resultados evidenciaram entraves para o controle da transmissão vertical da sífilis. Do total, 91,3% das mulheres realizaram o pré-natal. O registro do VDRL no cartão de pré-natal estava ausente em 23,9% e destas, a maior parte iniciou o acompanhamento no último trimestre da gestação. O pré-natal não se mostrou efetivo na prevenção e rastreio da sífilis, uma vez que 34,1% apresentaram-se reagentes ao VDRL na admissão à maternidade. Entre as mulheres não tratadas para sífilis no pré-natal, apenas 57,7% e 46,2% cumpriram as recomendações de iniciar o acompanhamento no primeiro trimestre gestacional e realizar seis ou mais consultas, em contraste com as que receberam tratamento com valores de 70% para as duas situações, respectivamente. A ocorrência da sífilis na gestação está associada ao baixo nível de escolaridade, a piores condições socioeconômicas, a comportamentos de maior vulnerabilidade e acompanhamento pré-natal insatisfatório. Notou-se, também, obstáculos no diagnóstico e tratamento da sífilis durante o pré-natal, tornando ainda mais complexo o controle nessa população. |
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