Ensino de função afim em turmas de Educação de Jovens e Adultos do campo – EJA – Campo Ensino Médio

• Autor(a) principal: SILVA, Josias Pedro da
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
• Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29550
• topic: Educação (Pernambuco); Camponeses (Pernambuco); Matemática – Estudo e ensino (Pernambuco); Educação de jovens e adultos (Pernambuco); Matemática - Ensino médio

A pesquisa se situa na articulação entre a Educação Matemática e a Educação do Campo e se fundamenta nos estudos realizados nestes dois domínios. Buscamos investigar, em particular, as relações estabelecidas por professores(as) entre o conceito de função afim e as atividades produtivas desenvolvidas por alunos(as) de turmas de Educação de Jovens e Adultos - EJA Campo Ensino Médio. Participaram da pesquisa sete professores(as) e oitenta e oito alunos(as) de oito turmas de EJA sediadas em dois municípios do Agreste e um do Sertão de Pernambuco. Mesmo tendo como foco a atividade do professor, a pesquisa com os(as) alunos(as) se justificou, por um lado, pela necessidade de identificar as atividades produtivas camponeses que eles(as) desenvolvem e, por outro, saber de que modo a matemática estudada estão a elas articuladas. Para tanto, utilizamos quatro instrumentos de coleta de dados: um questionário com os(as) alunos(as) e outro com os(as) professores(as); uma entrevista semiestruturada com os(as) professores(as); um estudo documental para analisar as atividades matemáticas registradas pelos(as) alunos(as) em seus cadernos; e solicitamos aos(às) professores(as) que, a partir de um gráfico de função afim que fornecemos, elaborassem atividades para suas turmas de EJA. As respostas dos(as) alunos(as) indicam a plantação de milho e feijão, a criação de animais e o trabalho com artesanato como as principais atividades produtivas que desenvolvem. Este resultado converge com as respostas dos(as) professores(as) a mesma pergunta. Eles também foram unânimes em afirmar que o ensino da Matemática pode contribuir para a transformação social e para o desenvolvimento local, apontando algumas possibilidade de estabelecer uma relação entre os conteúdos matemáticos que ensinam nas turmas de EJA e as atividades produtivas desenvolvidas pelos(as) alunos(as). No entanto, das dezessete atividades que propuseram apenas uma faz referência à vida real, ao passo que doze fazem referência a uma semirrealidade e quatro fazem referência à matemática pura. Este resultado indica que o ensino de função afim para estes(as) professores, neste contexto específico, requer quase sempre alguma contextualização, mesmo que ela não retrate a realidade dos estudantes e da comunidade. A necessidade de conhecer as razões desta escolha sinaliza para a necessidade de uma nova pesquisa.