Ecologia trófica e distribuição espaço-temporal das espécies Pomadasys ramosus (Poey, 1860) e Haemulopsis corvinaeformis (Steindachner, 1868) (Haemulidae) ao longo do gradiente de variação no estuário do Rio Goiana (PE/PB)
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30709 |
Resumo: | O estudo discute como a flutuação das condições ambientais de um ecossistema transicional reflete na utilização do habitat, na ecologia alimentar e na contaminação por microplásticos, das espécies Pomadasys ramosus e Haemulopsis corvinaeformis (Haemulidae), durante seu ciclo de vida, levando em consideração os aspectos espaciais e sazonais. As espécies foram capturados no canal principal do estuário do Rio Goiana, considerado uma área de proteção ambiental, a reserva extrativista Resex Acaú-Goiana. O estuário é dividido, de acordo com a geomorfologia e o gradiente de salinidade em estuários superior, intermediário e inferior. Foram realizados 6 arrastos de fundo mensais, totalizando 216 arrastos. A partir dos dados, as espécies foram classificada como estuarino-dependentes. A variabilidade na densidade dos Haemulidae foi influenciada pelas diferenças entre as áreas (P < 0,05), enquanto que a biomassa foi influenciada por diferenças entre as áreas, as estações e as fases ontogenéticas (P < 0,01). A presença de adultos e subadultos de P. ramosus exclusivamente nas áreas superior e intermediária do estuário está associada, principalmente a estação chuvosa, quando a salinidade teve as menores concentrações. Por outro lado, adultos e sub-adultos de H. corvinaeformis habitaram exclusivamente o estuário inferior durante a estação de seca, quando a salinidade aumenta no estuário. Entretanto, detectar as áreas de berçário para estas espécies ainda é difícil, uma vez que poucos espécimes juvenis foram capturadas. Juvenis de P. ramosus são zooplânctívoros, se alimentando principalmente de copépodas Calanoida (FO = 60% e %Iᵣᵢ = 79%). Sub-adultos e adultos são zoobentívoros, se alimentando principalmente poliquetas (FO e %Iᵣᵢ > 50 a 100%). Juvenis de H. corvinaeformis não foram capturados no canal principal, mas os sub-adultos e adultos também apresentaram hábitos zoobentívoros, se alimentando principalmente de Anomalocardia flexuosa (FO = 71,4% a 100% e Iᵣᵢ = 71,1% a 90%), Mytella falcata (FO = 41% a 100% e Iᵣᵢ = 3,8% a 34%) e poliquetas (FO = 41% a 100% e Iᵣᵢ = 14,4% a 16,6%). Durante o final da seca, A. flexuosa e M. falcata tiveram suas maiores médias de ingestão em número e peso por adultos (P < 0,01), enquanto que poliqueta foi o item mais ingerido em peso por sub-adutlos (P < 0,01). Dentre as espécies avaliadas, 25% dos juvenis, 75,3% dos sub-adultos e 85,7% dos adultos de P. ramosus estavam contaminados, enquanto que 68,7% dos sub-adultos e 46,4% dos adultos de H. corvinaeformis apresentaram ingestão de microfilamentos. Para H. corvinaeformis, a maior ingestão média de microfilamentos, que ocorreu na fase adulta,coincidiu com o pico de ingestão de A. flexuosa, no estuário inferior, duraente o final da estação seca (P < 0,01). Além disso, tal contaminação pode ser atribuída ao período em que estas fases mudam para uma dieta mais diversa e iniciam estratégias de forrageamento mais complexas em invertebrados bentônicos. Dessa forma, a contaminação por microplasticos deve considerar hábitos espécieespecíficos, uma vez que a ingestão de microplásticos é independente dos padrões de distribuição e da guilda trófica das espécies. |
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SILVA, José Diego Barbosa dahttp://lattes.cnpq.br/0013401623458515http://lattes.cnpq.br/3026114758912290BARLETTA, MarioLIMA, André Ricardo de Araújo2019-05-14T21:33:37Z2019-05-14T21:33:37Z2018-02-27https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30709O estudo discute como a flutuação das condições ambientais de um ecossistema transicional reflete na utilização do habitat, na ecologia alimentar e na contaminação por microplásticos, das espécies Pomadasys ramosus e Haemulopsis corvinaeformis (Haemulidae), durante seu ciclo de vida, levando em consideração os aspectos espaciais e sazonais. As espécies foram capturados no canal principal do estuário do Rio Goiana, considerado uma área de proteção ambiental, a reserva extrativista Resex Acaú-Goiana. O estuário é dividido, de acordo com a geomorfologia e o gradiente de salinidade em estuários superior, intermediário e inferior. Foram realizados 6 arrastos de fundo mensais, totalizando 216 arrastos. A partir dos dados, as espécies foram classificada como estuarino-dependentes. A variabilidade na densidade dos Haemulidae foi influenciada pelas diferenças entre as áreas (P < 0,05), enquanto que a biomassa foi influenciada por diferenças entre as áreas, as estações e as fases ontogenéticas (P < 0,01). A presença de adultos e subadultos de P. ramosus exclusivamente nas áreas superior e intermediária do estuário está associada, principalmente a estação chuvosa, quando a salinidade teve as menores concentrações. Por outro lado, adultos e sub-adultos de H. corvinaeformis habitaram exclusivamente o estuário inferior durante a estação de seca, quando a salinidade aumenta no estuário. Entretanto, detectar as áreas de berçário para estas espécies ainda é difícil, uma vez que poucos espécimes juvenis foram capturadas. Juvenis de P. ramosus são zooplânctívoros, se alimentando principalmente de copépodas Calanoida (FO = 60% e %Iᵣᵢ = 79%). Sub-adultos e adultos são zoobentívoros, se alimentando principalmente poliquetas (FO e %Iᵣᵢ > 50 a 100%). Juvenis de H. corvinaeformis não foram capturados no canal principal, mas os sub-adultos e adultos também apresentaram hábitos zoobentívoros, se alimentando principalmente de Anomalocardia flexuosa (FO = 71,4% a 100% e Iᵣᵢ = 71,1% a 90%), Mytella falcata (FO = 41% a 100% e Iᵣᵢ = 3,8% a 34%) e poliquetas (FO = 41% a 100% e Iᵣᵢ = 14,4% a 16,6%). Durante o final da seca, A. flexuosa e M. falcata tiveram suas maiores médias de ingestão em número e peso por adultos (P < 0,01), enquanto que poliqueta foi o item mais ingerido em peso por sub-adutlos (P < 0,01). Dentre as espécies avaliadas, 25% dos juvenis, 75,3% dos sub-adultos e 85,7% dos adultos de P. ramosus estavam contaminados, enquanto que 68,7% dos sub-adultos e 46,4% dos adultos de H. corvinaeformis apresentaram ingestão de microfilamentos. 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The species were captured in the main channel of the Goiana Estuary, characterized as a marine protected area (Resex Acaú-Goiana). The ecosystem is divided into upper, middle and lower portions, according to its geomorphology and salinity gradient.Six monthly bottom trawls were made totalling 216 trawls. Regarding habitat use, these species were classified as estuarinedependent. Differences in Haemulidae densities were caused by spatial variability (P < 0.05). Spatial, seasonal and ontogenetic factors were responsible for biomass differences (P < 0.01). The occurrence of adults and sub-adults of P. ramosus, exclusively in the upper and middle estuary is mainly related to the rainy season, when salinity reaches the lowest values in those habitats. On the other hand, adults and sub-adults of H. corvinaeformis inhabit exclusively the lower estuary, during the dry seasons, when salinity increases in the estuary. However, identification of nursery ground for both species is difficult, since only a few juveniles were sampled in the main channel. Juveniles of P. ramosus are zooplanktivorous, feeding mainly on Calanoid copepods (FO = 60% and %Iᵣᵢ = 79%). Sub-adults and adults are zoobenthivores, preying mostly on polychaetes (FO and %Iᵣᵢ > 50 to 100%). H. corvinaeformis juveniles do not occur in the main channel, but sub-adults and adults classified as zoobenthivores, feeding mainly on Anomalocardia flexuosa (FO = 71.4% to 100% and Iᵣᵢ = 71.1% to 90%), Mytella falcata (FO = 41% to 100% and Iᵣᵢ = 3.8% to 34%) and polychaeta (FO = 41% to 100% and Iᵣᵢ = 14.4% to 16.6%). During the late dry season, A. flexuosa and M. falcata had highest ingestion rates in number and weight by the adults of H. corvinaeformis (P < 0.01), while polychaeta was the most important food item in weight for sub-adults (P < 0.01). Regarding the ontogenetic of P. ramosus, 25% of juveniles, 73.3% of sub-adults and 85.7% of adults were contaminated by microplastic filaments, while 68.7% of sub-adults and 46.4% of adults of H. corvinaeformis ingested microplastic filaments. For H. corvinaeformes, the highest mean contamination microplastic filaments occurred in the adult phase and coincided with the peak of ingestion of A. flexuosa, in the lower estuary, during the late dry season (P < 0.01). Moreover, the increase in contamination rates might be associeted to dietary shifts, when species change to a more diverece diet, using complex strategies to forage on benthic invertebrates. Thus, studies on microplastic contamination might consider specie speciffic behaviours, once the contamination rates are highly influenced by distribution patterns and the tophic guild of species.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em OceanografiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessOceanografiaHaemulidaeEcoclima de salinidadeEstuário tropicalIngestão de microplásticoRecursos pesqueirosOntogeniaConservaçãoEcologia trófica e distribuição espaço-temporal das espécies Pomadasys ramosus (Poey, 1860) e Haemulopsis corvinaeformis (Steindachner, 1868) (Haemulidae) ao longo do gradiente de variação no estuário do Rio Goiana (PE/PB)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO José Diego Barbosa da Silva.pdf.jpgDISSERTAÇÃO José Diego Barbosa da Silva.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1299https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/30709/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Jos%c3%a9%20Diego%20Barbosa%20da%20Silva.pdf.jpg2bdad175ac85b60373998446c418a6e3MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO José Diego Barbosa da Silva.pdfDISSERTAÇÃO José Diego Barbosa da Silva.pdfapplication/pdf1856129https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/30709/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Jos%c3%a9%20Diego%20Barbosa%20da%20Silva.pdf0bd0190a41d3a39466b8b5e1cb8b28a1MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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O estudo discute como a flutuação das condições ambientais de um ecossistema transicional reflete na utilização do habitat, na ecologia alimentar e na contaminação por microplásticos, das espécies Pomadasys ramosus e Haemulopsis corvinaeformis (Haemulidae), durante seu ciclo de vida, levando em consideração os aspectos espaciais e sazonais. As espécies foram capturados no canal principal do estuário do Rio Goiana, considerado uma área de proteção ambiental, a reserva extrativista Resex Acaú-Goiana. O estuário é dividido, de acordo com a geomorfologia e o gradiente de salinidade em estuários superior, intermediário e inferior. Foram realizados 6 arrastos de fundo mensais, totalizando 216 arrastos. A partir dos dados, as espécies foram classificada como estuarino-dependentes. A variabilidade na densidade dos Haemulidae foi influenciada pelas diferenças entre as áreas (P < 0,05), enquanto que a biomassa foi influenciada por diferenças entre as áreas, as estações e as fases ontogenéticas (P < 0,01). A presença de adultos e subadultos de P. ramosus exclusivamente nas áreas superior e intermediária do estuário está associada, principalmente a estação chuvosa, quando a salinidade teve as menores concentrações. Por outro lado, adultos e sub-adultos de H. corvinaeformis habitaram exclusivamente o estuário inferior durante a estação de seca, quando a salinidade aumenta no estuário. Entretanto, detectar as áreas de berçário para estas espécies ainda é difícil, uma vez que poucos espécimes juvenis foram capturadas. Juvenis de P. ramosus são zooplânctívoros, se alimentando principalmente de copépodas Calanoida (FO = 60% e %Iᵣᵢ = 79%). Sub-adultos e adultos são zoobentívoros, se alimentando principalmente poliquetas (FO e %Iᵣᵢ > 50 a 100%). Juvenis de H. corvinaeformis não foram capturados no canal principal, mas os sub-adultos e adultos também apresentaram hábitos zoobentívoros, se alimentando principalmente de Anomalocardia flexuosa (FO = 71,4% a 100% e Iᵣᵢ = 71,1% a 90%), Mytella falcata (FO = 41% a 100% e Iᵣᵢ = 3,8% a 34%) e poliquetas (FO = 41% a 100% e Iᵣᵢ = 14,4% a 16,6%). Durante o final da seca, A. flexuosa e M. falcata tiveram suas maiores médias de ingestão em número e peso por adultos (P < 0,01), enquanto que poliqueta foi o item mais ingerido em peso por sub-adutlos (P < 0,01). Dentre as espécies avaliadas, 25% dos juvenis, 75,3% dos sub-adultos e 85,7% dos adultos de P. ramosus estavam contaminados, enquanto que 68,7% dos sub-adultos e 46,4% dos adultos de H. corvinaeformis apresentaram ingestão de microfilamentos. Para H. corvinaeformis, a maior ingestão média de microfilamentos, que ocorreu na fase adulta,coincidiu com o pico de ingestão de A. flexuosa, no estuário inferior, duraente o final da estação seca (P < 0,01). Além disso, tal contaminação pode ser atribuída ao período em que estas fases mudam para uma dieta mais diversa e iniciam estratégias de forrageamento mais complexas em invertebrados bentônicos. Dessa forma, a contaminação por microplasticos deve considerar hábitos espécieespecíficos, uma vez que a ingestão de microplásticos é independente dos padrões de distribuição e da guilda trófica das espécies. |
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