Jacques Rancière: desentendimento e democracia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Pensando |
Texto Completo: | https://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/13762 |
Resumo: | Este artigo questiona a dimensão crítica da democracia analisada por Jacques Rancière. Focamos particularmente os componentes do discurso que abrem o espaço da subjetividade política dentro do que Rancière chama de “modo de dizer” de uma comunidade política. O artigo examina então a tensão entre essa manifestação do discurso e a socialização produzida pela institucionalização da democracia. As formas de instituir a liberdade e a igualdade não devem ser reduzidas a uma configuração estatal estabelecida, pois justamente a confrontam, problematizam e reconfiguram. Essa divisão tem um efeito de policiamento, e Rancière usa o termo “a polícia” (la police) para se referir às ordens de governança. A essência da polícia não é a repressão, mas a distribuição – a distribuição, ou compartimentação, do sensível, do que é disponibilizado aos sentidos e do que é feito para fazer sentido. Enquanto Foucault trata a polícia como um fenômeno histórico, Rancière a utiliza para se referir a vários regimes de ordenamento. É uma lógica governamental e não um fenômeno histórico, embora obviamente tenha diversas concretizações e manifestações históricas. Existem várias ordens policiais; não temos uma única ordem policial completa e imutável, produzida por um projeto intencional. Não estamos, em outras palavras, no domínio do totalitarismo. Os efeitos de policiamento podem ser produzidos tanto pelo aparato estatal intencional quanto pelas relações sociais espontâneas. Qualquer estrutura hierárquica que procure alocar e manter lugares, pessoas, nomes, funções, autoridades, atividades e assim por diante em seu lugar “próprio” em uma ordem aparentemente natural das coisas pode ser considerada uma “polícia”, uma ordem sensata com efeitos de policiamento. A política de Rancière se preocupa com situações em que tais efeitos prejudicam a igualdade. |
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Jacques Rancière: desentendimento e democraciaFilosofia, Filosofia PolíticaDesentendimento, Democracia, Igualdade, Política, PolíciaEste artigo questiona a dimensão crítica da democracia analisada por Jacques Rancière. Focamos particularmente os componentes do discurso que abrem o espaço da subjetividade política dentro do que Rancière chama de “modo de dizer” de uma comunidade política. O artigo examina então a tensão entre essa manifestação do discurso e a socialização produzida pela institucionalização da democracia. As formas de instituir a liberdade e a igualdade não devem ser reduzidas a uma configuração estatal estabelecida, pois justamente a confrontam, problematizam e reconfiguram. Essa divisão tem um efeito de policiamento, e Rancière usa o termo “a polícia” (la police) para se referir às ordens de governança. A essência da polícia não é a repressão, mas a distribuição – a distribuição, ou compartimentação, do sensível, do que é disponibilizado aos sentidos e do que é feito para fazer sentido. Enquanto Foucault trata a polícia como um fenômeno histórico, Rancière a utiliza para se referir a vários regimes de ordenamento. É uma lógica governamental e não um fenômeno histórico, embora obviamente tenha diversas concretizações e manifestações históricas. Existem várias ordens policiais; não temos uma única ordem policial completa e imutável, produzida por um projeto intencional. Não estamos, em outras palavras, no domínio do totalitarismo. Os efeitos de policiamento podem ser produzidos tanto pelo aparato estatal intencional quanto pelas relações sociais espontâneas. Qualquer estrutura hierárquica que procure alocar e manter lugares, pessoas, nomes, funções, autoridades, atividades e assim por diante em seu lugar “próprio” em uma ordem aparentemente natural das coisas pode ser considerada uma “polícia”, uma ordem sensata com efeitos de policiamento. A política de Rancière se preocupa com situações em que tais efeitos prejudicam a igualdade.Editora da Universidade Federal do Piauí - EDUFPISahd, Luiz Felipe Netto de Andrade e Silva2022-09-18info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/1376210.26694/pensando.v13i29.13762Pensando - Revista de Filosofia; v. 13, n. 29 (2022): VARIA; 35-472178-843X10.26694/pensando.v13i29reponame:Pensandoinstname:Universidade Federal do Piauí (UFPI)instacron:UFPIporhttps://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/13762/8398Direitos autorais 2022 Pensando - Revista de Filosofiahttps://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2023-04-09T18:22:21Zoai:ojs.10.22.15.19:article/13762Revistahttp://www.ojs.ufpi.br/index.php/pensando/indexPUBhttps://revistas.ufpi.br/index.php/pensando/oai||revista.pensando@gmail.com2178-843X2178-843Xopendoar:2023-04-09T18:22:21Pensando - Universidade Federal do Piauí (UFPI)false |
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