Tooro Nagashi: Memórias que flutuam.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FLORES, JOSUÉ SOARES
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Conjunto de dados
Idioma: por
Título da fonte: Repositório de Dados Científicos da UFPR
Texto Completo: http://hdl.handle.net/123456789/105
http://dx.doi.org/10.5380/bdc/85
Resumo: Esta pesquisa tem como objeto de estudo a memória social produzida a partir das inflexões de lembranças, particularmente dos processos sociais que ocorrem na Festa Popular em Registro, Vale do Ribeira, Estado de São Paulo, nos dias 01 e 02 de novembro, conhecida por Tooro Nagashi, expressão da língua japonesa que significa lançar lanterna. Ela tem seu nascedouro como experiência do budismo japonês e que, ao longo dos processos histórico-sociais os quais a comunidade de imigrantes e descendentes japoneses foram submetidos no Brasil, especialmente por conta da difusão do perigo amarelo e das implicações da Segunda Guerra Mundial, as mudanças ocorridas propiciaram o surgimento de uma niponicidade marcada por várias japonesidades, ou seja, formas diferentes de apreender o espírito japonês como elemento étnico, identitário e cultural. O Tooro Nagashi, festa dedicada aos ancestrais e antepassados falecidos, é lugar de encontro destas várias japonesidades, da comensalidade pública nipônica, da espiritualidade marcada pela religião japonesa, do passado enquanto história e do futuro enquanto escatologia. No primeiro capítulo busquei resgatar as narrativas da imigração enquanto lugar (topoi) de memória arqué, ou a gênese das trajetórias da diáspora nipônica em terras brasileiras, destaquei os elementos que contribuíram para o reconhecimento sociológico do grupo social em sua peculiaridade. No capítulo segundo, busquei destacar os elementos históricos que propiciaram o surgimento da festa em Registro e fundamentalmente do ponto substancial em que o tooro torna-se símbolo da convergência de tempo/espaço interpostas a realidade do instante, ou seja, passado, presente e futuro vistos sob o ponto de vista da efemeridade da vida. O capítulo terceiro é dedicado a compreensão dos processos de destruição de lembranças no contexto de ritos de saudade como cerimonias de encomendação e memoriais que, culminam apenas na preservação do nome (kaimyō) enquanto lembrança, elemento fundamental para a substância da memória. A pesquisa propõe-se a demonstrar que, em todo os processos que ocorrem durante os festejos do Tooro Nagashi, estão ocorrendo sinapses memoriais nos discursos anamnéticos, e não apenas na produção do tooro, por isso, a extensão alcançada transborda os limites do ato do lançamento das lanternas, habitando em todos os momentos da festa.
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