A voz feminina nas reportagens televisivas : um estudo comparativo entre os jornais televisivos de Portugal e do Brasil a partir do Lugar de Fala

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nodari, Sandra
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/73263
Resumo: Orientador: Prof. Dr. Jorge Pedro Sousa
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spelling Nodari, SandraCervi, Emerson Urizzi, 1972-Universidade Federal do Parana. Setor de Artes, Comunicação e Design. Programa de Pós-Graduação em ComunicaçãoUniversidade Fernando PessoaSousa, Jorge Pedro, 1967-2022-03-22T16:01:58Z2022-03-22T16:01:58Z2021https://hdl.handle.net/1884/73263Orientador: Prof. Dr. Jorge Pedro SousaCoorientador: Prof. Dr. Emerson Urizzi CerviTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Artes, Comunicação e Design, Programa de Pós-Graduação em Comunicação, em cotutela com a Universidade Fernando Pessoa. Defesa : Porto, 09/07/2021Inclui referênciasResumo: Esta tese é uma análise comparativa sobre a visibilização das vozes das fontes femininas em dois telejornais: o Jornal das 8 (J8/Portugal) e o Jornal Nacional (JN/Brasil), ambos de maior audiência em cada país. O objetivo da pesquisa é analisar de que forma as mulheres, quando fontes, são tratadas no jornalismo situando este trabalho na interface entre jornalismo e gênero. A pergunta da investigação dá conta de responder de quais lugares sociais falam as fontes femininas visibilizadas pelas reportagens, por meio da coleta de dados quantitativos (da distinção entre frequência de tempo e conteúdo destas vozes), analisadas a partir das teorias de gênero e da epistemologia feminista. Os perfis das fontes femininas (a partir de faixa etária, traços fenotípicos, representatividade, profissão e lugar social) são categorizados (Bardin, 2016) nas edições dos telejornais de dias ordinários (dias comuns), de acordo com o conceito de mostra construída (Kayser, 1974) comparados a edições especiais do dia 8 de Março, Dia Internacional de Lutas das Mulheres. A hipótese que fundamenta esta tese confirma que mesmo em datas celebrativas, como o 8 de Março, as mulheres são tratadas pelos programas televisivos jornalísticos como fontes subalternas entrevistadas para reportagens relacionadas à feminilidade e à violência contra as mulheres, além de ser apresentadas de maneira estereotipada, quando simbolizam personagens que conseguem ocupar posições e cargos eminentemente masculinos do mercado de trabalho, tornando-se mulheres-exceção à regra. Os capítulos teóricos contextualizam o conceito de feminino passando pelos diversos feminismos (Beauvoir, 1967, 1980; Gonzalez, 1984; Vergé, 2020; Butler, 2003). Lugar de Fala (Collins, 2000) é reconstruído a partir de teorias para ser apresentado como sinônimo de visibilidade da pessoa que fala e que é ouvida e não como lugar de calamento. Tal conceito foi pesquisado em diversos trabalhos acadêmicos recentes que comprovam a necessidade de ser conceituado, já que foi observado o uso frequente de Lugar de Fala sem referência teórica. Ainda dentro das discussões teóricas, a sociologia do jornalismo (Navarro, Ross & Saitta, 2019), bem como as dinâmicas das redações, são base para a discussão do lugar das fontes (Schmitz, 2011) dentro do jornalismo de televisão, focando nas mulheres entrevistadas. Como resultado da análise comparativa (Wirth & Kolb, 2009), foi possível perceber um padrão nos dois programas: mulheres falam menos que homens quando fontes. Mas também foi encontrada uma discrepância: o J8 dá mais espaço para fontes e a diferença é menor entre homens e mulheres, enquanto o JN dá menos espaço para fontes e a diferença entre homens e mulheres, quando fontes, é bem maior. Outro resultado bastante relevante é que entre as fontes femininas há mais diversidade em termos fenotípicos no JN que no J8, o que fica bastante visível no tópico que apresenta as personas dos dois telejornais a partir de imagens.Abstract: This thesis is a comparative analysis of the visualization of the voices of female sources in two television news programmes: Jornal das 8 (J8/Portugal) and Jornal Nacional (JN/ Brazil), both having the largest audience in their respective countries. This research aims to understand how women, as sources, are treated in journalism, and this study is, therefore, an interface between journalism and gender studies. The research question can provide answers regarding the social places of the female sources visualized by the reportages, through the gathering of quantitative data (of the distinction between the frequency and content of the voices of female sources), analyzed based on gender theories and feminist epistemology. The profiles of these female sources (according to age group, phenotypical characteristics, representativeness, profession and social place) are categorized (Bardin, 2016) in the editions of television news programmes on ordinary days (common days), according to the concept of a "built sample" (Kayser, 1974) comparing them to the special editions of the 8 March, International Women’s Day. The hypothesis on which this thesis is based confirms that, even on special dates, such as March 8th, women are treated by television news programmes as subordinate sources interviewed for reportages related to femininity and violence against women, besides presenting them in a stereotyped fashion, when they represent characters who have managed to occupy positions and roles predominantly held by men in the job market, becoming women who are exceptions to the rule. The theoretical chapters contextualize the concept of femininity spanning the various feminisms (Beauvoir, 1967, 1980; Gonzalez, 1984; Vergé, 2020; Butler, 2003) with their characteristics and discussions, but not merely with these authors. Feminist Standpoint (Collins, 2000) is reconstructed upon theories in order to be presented as being synonymous with the visibility of the person who speaks and is heard, and not with the standpoint to make other people to shut up. Still on the matter of theoretical discussions, the sociology of journalism (Navarro, Ross & Saitta, 2019), as well as newsroom dynamics, are the basis for the discussion of the sources standpoint (Schmitz, 2011) within television journalism, focusing on the women who are interviewed. As a result of the comparative analysis (Wirth & Kolb, 2009), it was possible to perceive a pattern in the two programmes: women speak less than men as sources. However, a discrepancy was also found: J8 gives more visibility to sources, and the difference between men and women is smaller, while JN gives less visibility to sources, and the difference between men and women, as sources, is much greater. Another rather significant result is that, in terms of phenotype, there is more diversity of female sources in JN than in J8, which becomes very clear in the item that introduces the persona of the two television news programmes using images.SOMMAIRE Cette thèse est une analyse comparative de la visibilité des voix des sources féminines dans deux journaux télévisés : « Jornal das 8 » (J8/Portugal) et « Jornal Nacional » (JN/Brésil), qui ont la plus forte audience dans leurs pays. La recherche vise à comprendre comment les femmes sont traitées comme sources, dans le journalisme, plaçant ce travail à l'interface entre le journalisme et le genre. La recherche répond, à partir de quels lieux sociaux parlent ces sources rendu visibles par les reportages, à travers la collecte de données quantitatives (la distinction entre fréquence du temps et le contenu des voix des sources), analysées à partir des théories du genre et de l'épistémologie féministe. Leurs profils (l'âge, le traits phénotypiques, la représentativité, la profession et le lieu social) sont catégorisés (Bardin, 2016) dans les émissions des jours ordinaires, selon le concept d’échantillon construit (Kayser, 1974) par rapport aux éditions spéciales du 8 Mars, Journée Internationale de la Femme. L'hypothèse qui soutient cette thèse confirme que même aux dates de célébration, comme le 8 Mars, les femmes sont traitées comme des sources subordonnées, interviewées pour des reportages sur la féminité et la violence contre les femmes. De plus, d'être présentées de manière stéréotypée, elles symbolisent des personnages qui parviennent à occuper des postes et des positions éminemment masculines sur le marché du travail, devenant des femmes-exceptions à la règle. Des chapitres théoriques contextualisent le concept du féminin à travers différents féminismes (Beauvoir 1967, 1980; Gonzalez, 1984 ; Vergé, 2020 ; Butler, 2003). Feminist standpoint (Collins, 2000), titre de cet ouvrage, est reconstruit à partir de théories pour être présenté comme un synonyme de la visibilité de la personne qui parle et est entendue et non comme un lieu de silence. Dans les discussions théoriques, la sociologie du journalisme (Navarro, Ross & Saitta, 2019), ainsi que la dynamique des rédactions, sont à la base d'une discussion sur la place des sources (Schmitz, 2011) au sein du téléjournalisme, en se concentrant sur les femmes interviewées. À la suite de l'analyse comparative (Wirth & Kolb, 2009), il a été possible de remarquer une tendance dans les deux programmes : les femmes parlent moins que les hommes lorsqu'ils sont sources. Mais un écart a également été constaté : le J8 donne plus d'espace pour les sources et la différence est moindre entre les hommes et les femmes, tandis que le JN donne moins d'espace pour les sources et l'écart entre les hommes et les femmes est plus grand. Un autre résultat très pertinent est que parmi les sources féminines, il y a plus de diversité en termes phénotypiques dans JN que dans J8, ce qui est bien visible dans le sujet qui présente les personas des deux téléjournaux à partir d'images. Mots-clé : Femmes. Genre. Série télévisée. Journalisme. Point de vue féministe.RESUMEN Esta tesis es un análisis comparativo sobre la visibilidad de las voces de las fuentes femeninas en dos noticieros: el Jornal das 8 (J8/Portugal) y el Jornal Nacional (JN/ Brasil), ambos de mayor audiencia en cada país. El objetivo de la investigación es comprender de qué forma las mujeres, cuando fuentes, son tratadas en el periodismo situando este trabajo en la interfaz entre periodismo y género. La pregunta de investigación cuida de responder de qué lugares sociales hablan las fuentes femeninas visibilizadas por los reportajes, por medio de la colecta de datos cuantitativos (de la distinción entre frecuencia de tiempo y contenido de las voces de las fuentes femeninas), analizadas a partir de las teorías de género y de la epistemología feminista. Los perfiles de las fuentes femeninas (a partir de faja etaria, trazos fenotípicos, representatividad, profesión y lugar social) son categorizados (Bardin, 2016) en las ediciones de los noticieros de días ordinarios (días comunes), de acuerdo con el concepto de muestra construida (Kayser, 1974) comparado a ediciones especiales del día 8 de Marzo, Día Internacional de Luchas de las Mujeres. La hipótesis que fundamenta esta tesis confirma que aún en fechas celebrativas, como el 8 de Marzo, las mujeres son tratadas por los programas televisivos periodísticos como fuentes subalternas entrevistadas para reportajes relacionadas a la feminidad y a la violencia contra las mujeres, además de ser presentadas de manera estereotipada, cuando simbolizan personajes que consiguen ocupar posiciones y cargos eminentemente masculinos del mercado de trabajo, volviéndose mujeres-excepción de la regla. Los capítulos teóricos contextualizan el concepto de femenino pasando a través de los diversos feminismos (Beauvoir, 1967, 1980; Gonzalez, 1984; Vergé, 2020; Butler, 2003). El punto de vista feminista (Collins, 2000) es reconstruido a partir de teorías para ser presentado como sinónimo de visibilidad de la persona que habla y que es oída y no como lugar de acallar. Aún dentro de las discusiones teóricas, la sociología del periodismo (Navarro, Ross & Saitta, 2019), así como las dinámicas de las redacciones, son base para la discusión del lugar de las fuentes (Schmitz, 2011) dentro del periodismo de televisión, enfocando en las mujeres entrevistadas. Como resultado del análisis comparativo (Wirth & Kolb, 2009) fue posible percibir un patrón en los dos programas: mujeres hablan menos que hombres cuando fuentes. Pero también fue encontrada una discrepancia: el J8 da más espacio para fuentes y la diferencia es menor entre hombres y mujeres, mientras que el JN da menos espacio para fuentes y la diferencia entre hombres y mujeres, cuando fuentes, es mucho mayor. Otro resultado bastante relevante es que entre las mujeres fuentes hay más diversidad en términos fenotípicos en el JN que en el J8, lo que queda bastante visible en el tópico que presenta a las personas de los dos noticieros a partir de imágenes.1 recurso online : PDF.application/pdfTelejornalismoComunicaçãoMulheres no jornalismoA voz feminina nas reportagens televisivas : um estudo comparativo entre os jornais televisivos de Portugal e do Brasil a partir do Lugar de Falainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - T - SANDRA NODARI ROMANO.pdfapplication/pdf8019267https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/73263/1/R%20-%20T%20-%20SANDRA%20NODARI%20ROMANO.pdfa48c4ad33bb395de8d00b3e04c1af39dMD51open access1884/732632022-03-22 13:01:58.3open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/73263Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082022-03-22T16:01:58Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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