Avaliação vocal e fonológica de crianças com Hipotireoidismo congênito
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/36126 |
Resumo: | Resumo: O Hipotireoidismo Congênito (HC) é a segunda doença endócrina crônica mais comum na infância. Apesar dos avanços dos Programas de Triagem Neonatal, a falta de hormônios tireoidianos (HT) intraútero pode acarretar pequenos déficits do desenvolvimento neuropsicomotor. Quanto à voz, embora o choro rouco seja um dos principais sinais clínicos ao nascimento, não há evidências sobre sua persistência ou não durante a infância. O objetivo deste trabalho foi avaliar as características vocais e fonológicas de crianças com HC e suas possíveis relações com perfil clínico, laboratorial e terapêutico. Trata-se de estudo observacional, analítico, transversal e ambispectivo. Participaram 200 crianças, pré-púberes, sendo 100 com HC (Grupo estudo - GE), e 100 sem a doença (Grupo controle - GC), com idades cronológicas entre três e 12 anos, que foram submetidas a: 1) Anamnese Fonoaudiológica - identificação, queixas e presença de variáveis interferentes; 2) Avaliação perceptivo-auditiva e acústica da voz – amostras de vogal sustentada e fala encadeada, analisadas subjetivamente por um grupo de quatro fonoaudiólogos especialistas em voz, e objetivamente por meio de programa computadorizado; 3) Autoavaliação vocal – escores obtidos por meio do instrumento "Qualidade de Vida em Voz Pediátrico" (QVV-P); 4) Avaliação laringológica – presença ou ausência de lesão laríngea e dados de coaptação glótica; 5) Avaliação fonológica – prova de fonologia do Teste de Linguagem Infantil ABFW; 6) Análise de prontuários (GE) - etiologia do HC, idade de início do tratamento, gravidade ao diagnóstico, qualidade de tratamento, resultados dos testes neuropsicológicos (CAT, CLAMS e CDC) nos três primeiros anos de vida, e da função tireoidiana no dia da coleta. GE e GC foram diferentes quanto ao sexo (p < 0,001) e escolaridade (p = 0,001) e semelhantes quanto à idade (p = 0,91). Na avaliação perceptivo-auditiva, 62,6% das crianças do GE passaram e 37,4% falharam na triagem vocal, sem diferença em relação ao GC (p = 0,45). Ambos os grupos apresentaram médias/medianas de medidas acústicas dentro dos parâmetros de normalidade, sem diferenças entre eles. As médias do QVV-P do GE (99,3 + 2,4) e do GC (99,5 + 1,7) foram semelhantes (p = 1,00) e correspondem aos valores apresentados por indivíduos sem queixas de voz. Na avaliação laringológica, 16,7% do GE e 15% do GC apresentaram lesões em pregas vocais (p = 1,00). Quanto à avaliação fonológica, houve uma maior ocorrência de queixa de fala no GE (p = 0,05). Na análise por idade, observou-se maior ocorrência de simplificação de encontros consonantais aos sete anos no GE (p = 0,006 na prova de imitação e p = 0,06 na prova de nomeação). Houve diferença entre as faixas etárias de quatro mais cinco versus seis mais sete anos quanto à aquisição fonológica, sendo que o GC completou o sistema mais precocemente (p = 0,02). A agenesia de tireóide (p = 0,04) e os resultados alterados nos testes CLAMS (p = 0,007) e CDC (p = 0,008) foram associados à presença de desvio fonológico. Conclui-se que crianças com HC, tratadas precoce e adequadamente, têm as mesmas características vocais e laringológicas das crianças sem a doença. No entanto, apresentam um atraso na aquisição fonológica, principalmente entre seis e sete anos de idade, que parece ter relação com a etiologia, queixas dos pais e resultados dos testes neuropsicológicos. |
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Participaram 200 crianças, pré-púberes, sendo 100 com HC (Grupo estudo - GE), e 100 sem a doença (Grupo controle - GC), com idades cronológicas entre três e 12 anos, que foram submetidas a: 1) Anamnese Fonoaudiológica - identificação, queixas e presença de variáveis interferentes; 2) Avaliação perceptivo-auditiva e acústica da voz – amostras de vogal sustentada e fala encadeada, analisadas subjetivamente por um grupo de quatro fonoaudiólogos especialistas em voz, e objetivamente por meio de programa computadorizado; 3) Autoavaliação vocal – escores obtidos por meio do instrumento "Qualidade de Vida em Voz Pediátrico" (QVV-P); 4) Avaliação laringológica – presença ou ausência de lesão laríngea e dados de coaptação glótica; 5) Avaliação fonológica – prova de fonologia do Teste de Linguagem Infantil ABFW; 6) Análise de prontuários (GE) - etiologia do HC, idade de início do tratamento, gravidade ao diagnóstico, qualidade de tratamento, resultados dos testes neuropsicológicos (CAT, CLAMS e CDC) nos três primeiros anos de vida, e da função tireoidiana no dia da coleta. GE e GC foram diferentes quanto ao sexo (p < 0,001) e escolaridade (p = 0,001) e semelhantes quanto à idade (p = 0,91). Na avaliação perceptivo-auditiva, 62,6% das crianças do GE passaram e 37,4% falharam na triagem vocal, sem diferença em relação ao GC (p = 0,45). Ambos os grupos apresentaram médias/medianas de medidas acústicas dentro dos parâmetros de normalidade, sem diferenças entre eles. As médias do QVV-P do GE (99,3 + 2,4) e do GC (99,5 + 1,7) foram semelhantes (p = 1,00) e correspondem aos valores apresentados por indivíduos sem queixas de voz. Na avaliação laringológica, 16,7% do GE e 15% do GC apresentaram lesões em pregas vocais (p = 1,00). Quanto à avaliação fonológica, houve uma maior ocorrência de queixa de fala no GE (p = 0,05). Na análise por idade, observou-se maior ocorrência de simplificação de encontros consonantais aos sete anos no GE (p = 0,006 na prova de imitação e p = 0,06 na prova de nomeação). 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