É, ele me colocou no lugar onde só tinha mulheres... Foi aqui que eu me fortaleci: cartografias do enfrentamento da violência contra mulheres em Cruz das Almas-BA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Jackeline da Silva
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRB
Texto Completo: http://ri.ufrb.edu.br/jspui/handle/123456789/2436
Resumo: O sistema de produção dos gêneros, que toma como real o dualismo feminino- masculino, considera as características morfológicas de uma genitália, substanciais para a inscrição e construção do sujeito-corpo, naturalizando o discurso social da biologia, fazendo-a assim uma potente tecnologia na pedagogização dos corpos. A identificação biológica de macho e fêmea transcende o conceito de dimorfismo sexual - conceito cunhado pela biologia que designa diferença morfológica entre macho e fêmea da mesma espécie - e funciona na qualificação e imposição de uma normatividade forjada em aparatos de poder. Uma vez configurados lugares desiguais servil ao jogo binário dos sexos, o mesmo discurso biológico serve à naturalização da inferioridade dos femininos nos jogos de poder. A violência contra mulheres é uma consequência da desigualdade histórica de gênero criada e mantida por e entre as estruturas de uma sociedade a partir dos mecanismos de poder. Está enraizada em padrões tradicionais e na forma de concepção do estado e das instituições culturais ancorados na hegemonia da masculinidade heteronormativa. É produzida nos acontecimentos históricos de uma cultura, portanto as cenas de violências naturalizadas passam nos nossos corpos e olhos, no interim das nossas vidas cotidianas, costurando e produzindo marcas. O presente trabalho consiste na cartografia da produção da violência de gênero contra mulheres e as minúcias dos processos de enfrentamento a este fenômeno em Cruz das Almas - BA, a partir das anunciações que emergem por entre o Centro de Referencia a Mulher e as ações mobilizadas para o enfrentamento a VCM, especialmente as enredadas no contexto da educação. A cartografia enquanto metodologia se propõe a desenhar mapas que conformem planos de força e configurações provisórias do objeto político da pesquisa. Os mapas e contornos se configurarão conforme os corpos sejam afetados e, portanto, produzam efeitos. A violência esta substancialmente ligada à produção da masculinidade heteronormativa, atingindo todos os femininos, no entanto, do lugar onde falamos tocamos e fomos tocadas nas mulheres negras, nas mulheres com pouca escolarização, nas mulheres cristãs e de meia idade. No que tange aos processos de enfrentamento, nos dispositivos que devem funcionar enquanto 10 combate a VCM também circulam mecanismos de manutenção dessa estrutura violenta para nossos corpos. No entanto, as pedagogias feministas adentram as fissuras dos concretos e subjetivações nas instituições de ensino e em outros contextos, enunciando outros modos de produção de vidas, sobrepondo a lógica do sistema colonial de hierarquização dos gêneros.
id UFRB-1_3c86f0e5da81ae0799896055e42eb019
oai_identifier_str oai:ri.ufrb.edu.br:123456789/2436
network_acronym_str UFRB-1
network_name_str Repositório Institucional da UFRB
repository_id_str 2758
spelling 2023-05-25T22:02:44Z2023-05-25T22:02:44Z2019-02-28http://ri.ufrb.edu.br/jspui/handle/123456789/2436O sistema de produção dos gêneros, que toma como real o dualismo feminino- masculino, considera as características morfológicas de uma genitália, substanciais para a inscrição e construção do sujeito-corpo, naturalizando o discurso social da biologia, fazendo-a assim uma potente tecnologia na pedagogização dos corpos. A identificação biológica de macho e fêmea transcende o conceito de dimorfismo sexual - conceito cunhado pela biologia que designa diferença morfológica entre macho e fêmea da mesma espécie - e funciona na qualificação e imposição de uma normatividade forjada em aparatos de poder. Uma vez configurados lugares desiguais servil ao jogo binário dos sexos, o mesmo discurso biológico serve à naturalização da inferioridade dos femininos nos jogos de poder. A violência contra mulheres é uma consequência da desigualdade histórica de gênero criada e mantida por e entre as estruturas de uma sociedade a partir dos mecanismos de poder. Está enraizada em padrões tradicionais e na forma de concepção do estado e das instituições culturais ancorados na hegemonia da masculinidade heteronormativa. É produzida nos acontecimentos históricos de uma cultura, portanto as cenas de violências naturalizadas passam nos nossos corpos e olhos, no interim das nossas vidas cotidianas, costurando e produzindo marcas. O presente trabalho consiste na cartografia da produção da violência de gênero contra mulheres e as minúcias dos processos de enfrentamento a este fenômeno em Cruz das Almas - BA, a partir das anunciações que emergem por entre o Centro de Referencia a Mulher e as ações mobilizadas para o enfrentamento a VCM, especialmente as enredadas no contexto da educação. A cartografia enquanto metodologia se propõe a desenhar mapas que conformem planos de força e configurações provisórias do objeto político da pesquisa. Os mapas e contornos se configurarão conforme os corpos sejam afetados e, portanto, produzam efeitos. A violência esta substancialmente ligada à produção da masculinidade heteronormativa, atingindo todos os femininos, no entanto, do lugar onde falamos tocamos e fomos tocadas nas mulheres negras, nas mulheres com pouca escolarização, nas mulheres cristãs e de meia idade. No que tange aos processos de enfrentamento, nos dispositivos que devem funcionar enquanto 10 combate a VCM também circulam mecanismos de manutenção dessa estrutura violenta para nossos corpos. No entanto, as pedagogias feministas adentram as fissuras dos concretos e subjetivações nas instituições de ensino e em outros contextos, enunciando outros modos de produção de vidas, sobrepondo a lógica do sistema colonial de hierarquização dos gêneros.The system of production of the genres, which takes as real the male-female dualism, considers the morphological characteristics of a genitalia, substantial for the inscription and construction of the subject-body, naturalizing the social discourse of biology, thus making it a powerful technology in the pedagogization of bodies. The biological identification of male and female transcends the concept of sexual dimorphism - a concept coined by biology that designates morphological difference between male and female of the same species - and functions in the qualification and imposition of a normativity forged in apparatus of power. Once unequal places are set up to serve the binary game of the sexes, the same biological discourse serves the naturalization of the inferiority of the feminine in the power games. Violence against women is a consequence of the historical inequality of gender created and maintained by and between the structures of a society from the mechanisms of power. It is rooted in traditional patterns and in the form of conception of the state and cultural institutions anchored in the hegemony of heteronormative masculinity. It is produced in the historical events of a culture, so the scenes of naturalized violence pass in our bodies and eyes, in the interim of our daily lives, sewing and producing marks. The present work consists of the cartography of the production of gender violence against women and the details of the processes of coping with this phenomenon in Cruz das Almas-BA, from the announcements that emerge through the Reference Center for Women and the actions mobilized to the confrontation with VCM, especially those entangled in the context of education. Mapping as a methodology proposes to draw maps that conform planes of force and provisional configurations of the political object of the research. The maps and contours will be configured as the bodies are affected and, therefore, produce effects. Violence is substantially linked to the production of heteronormative masculinity, affecting all women, however, from the place where we speak and we touch and were touched on black women, women with little schooling, Christian women and middle age. Regarding the coping processes, in the devices that should work while fighting the VCM, mechanisms of maintaining this violent structure for our bodies also circulate. However, pedagogies enter the fissures of concrete and subjective in educational institutions and other contexts, enunciating and making other ways of producing lives, overlapping the logic of the colonial system of hierarchical genres.porUniversidade Federal do Recôncavo da BahiaUFRBBrasilCCAAB - Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e BiológicasCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BIOLOGIA GERALGenderViolence against womenColonialismFeminist pedagogiesGêneroViolência contra mulherColonialismoPedagogias feministasÉ, ele me colocou no lugar onde só tinha mulheres... Foi aqui que eu me fortaleci: cartografias do enfrentamento da violência contra mulheres em Cruz das Almas-BAinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisLicenciaturaGivigi, Ana Cristina NascimentoDornelles, Priscila GomesFerreira, Rosilda ArrudaAnjos, Eliene Gomes dosGomes, Jackeline da Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRBinstname:Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)instacron:UFRBORIGINALEle_Colocou_Lugar_TCC_2019.pdfEle_Colocou_Lugar_TCC_2019.pdfapplication/pdf1152435http://ri.ufrb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2436/1/Ele_Colocou_Lugar_TCC_2019.pdffa0de8f41472de7e30dad5cbb8ba61f7MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81945http://ri.ufrb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2436/2/license.txtcb172ebd310cb2dff80414cf02d831eeMD52123456789/24362023-05-25 19:02:44.566oai:ri.ufrb.edu.br:123456789/2436TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVU5JVkVSU0lEQURFIEZFREVSQUwgRE8gUkVDw5ROQ0FWTyBEQSBCQUhJQQ0KDQpDb20gYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgdm9jw6ogKGF1dG9yKGEpIG91IHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzKSBjb25jZWRlIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRvIFJlY8O0bmNhdm8gZGEgQmFoaWEgKFJJVUZSQikgbyBkaXJlaXRvIG7Do28gZXhjbHVzaXZvIGUgaXJyZXZvZ8OhdmVsIGRlIHJlcHJvZHV6aXIgZS9vdSBkaXN0cmlidWlyIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0csO0bmljbyBlIGVtIHF1YWxxdWVyIG1laW8sIGluY2x1aW5kbyBvcyBmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gZSB2w61kZW8uDQoNClZvY8OqIGRlY2xhcmEsIHF1YW5kbyBjYWLDrXZlbCwgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zDrXRpY2EgZGUgY29weXJpZ2h0IGRhIGVkaXRvcmEgZG8gc2V1IGRvY3VtZW50byBlIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgZG8gUklVRlJCLg0KDQpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBlc3RlIGFycXVpdm8gw6kgYSB2ZXJzw6NvIGZpbmFsIGRvIHRyYWJhbGhvIGVtIHN1cG9ydGUgZGlnaXRhbCwgY29uZmlybWFkYSBwZWxvIG9yaWVudGFkb3IoYSkgbWVkaWFudGUgYXNzaW5hdHVyYSBhYmFpeG8sIGFwcm92YWRhIGFww7NzIGEgcmVhbGl6YcOnw6NvIGRlIGRlZmVzYSBww7pibGljYSwgZSwgcXVhbmRvIGZvciBvIGNhc28sIGFww7NzIGFzIGNvcnJlw6fDtWVzIHN1Z2VyaWRhcyBwZWxhIGJhbmNhLg0KDQpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSDDqSBvcmlnaW5hbCwgbsOjbyBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2EgZSBxdWUgY29udGVuZG8gbWF0ZXJpYWwgZG8gcXVhbCBuw6NvIGRldGVuaGEgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIHByw6l2aWEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIHJlZmVyaWRvcyBkaXJlaXRvcyBwYXJhIGNvbmNlZGVyIMOgIFVGUkIgb3MgdGVybW9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdMOhIGxpY2Vuw6dhLg0KDQpWb2PDqiBhZmlybWEgZXN0YXIgY2llbnRlIGRlIHF1ZSBvIGRlcMOzc2l0byBkYSBwcm9kdcOnw6NvIGNpZW50w61maWNhIGUgYWNhZMOqbWljYSBwcmVzZXJ2YSBvcyBkaXJlaXRvcyBkbyhzKSBhdXRvcihlcykgZSwgZGVzc2EgZm9ybWEsIG7Do28gaW1wbGljYSBlbSB0cmFuc2ZlcsOqbmNpYSBkb3Mgc2V1cyBkaXJlaXRvcyBzb2JyZSBvIHRyYWJhbGhvIHBhcmEgYSBVbml2ZXJzaWRhZGUuDQoNCkNBU08gTyBET0NVTUVOVE8gT1JBIERFUE9TSVRBRE8gVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4NCg0KTyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRlJCIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgb3UgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZSwgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4NCg==Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufrb.edu.br/oai/requestnutin.cidoc@proplan.ufrb.edu.bropendoar:27582023-05-25T22:02:44Repositório Institucional da UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv É, ele me colocou no lugar onde só tinha mulheres... Foi aqui que eu me fortaleci: cartografias do enfrentamento da violência contra mulheres em Cruz das Almas-BA
title É, ele me colocou no lugar onde só tinha mulheres... Foi aqui que eu me fortaleci: cartografias do enfrentamento da violência contra mulheres em Cruz das Almas-BA
spellingShingle É, ele me colocou no lugar onde só tinha mulheres... Foi aqui que eu me fortaleci: cartografias do enfrentamento da violência contra mulheres em Cruz das Almas-BA
Gomes, Jackeline da Silva
CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS
CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BIOLOGIA GERAL
Gênero
Violência contra mulher
Colonialismo
Pedagogias feministas
Gender
Violence against women
Colonialism
Feminist pedagogies
title_short É, ele me colocou no lugar onde só tinha mulheres... Foi aqui que eu me fortaleci: cartografias do enfrentamento da violência contra mulheres em Cruz das Almas-BA
title_full É, ele me colocou no lugar onde só tinha mulheres... Foi aqui que eu me fortaleci: cartografias do enfrentamento da violência contra mulheres em Cruz das Almas-BA
title_fullStr É, ele me colocou no lugar onde só tinha mulheres... Foi aqui que eu me fortaleci: cartografias do enfrentamento da violência contra mulheres em Cruz das Almas-BA
title_full_unstemmed É, ele me colocou no lugar onde só tinha mulheres... Foi aqui que eu me fortaleci: cartografias do enfrentamento da violência contra mulheres em Cruz das Almas-BA
title_sort É, ele me colocou no lugar onde só tinha mulheres... Foi aqui que eu me fortaleci: cartografias do enfrentamento da violência contra mulheres em Cruz das Almas-BA
author Gomes, Jackeline da Silva
author_facet Gomes, Jackeline da Silva
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Givigi, Ana Cristina Nascimento
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Dornelles, Priscila Gomes
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Ferreira, Rosilda Arruda
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Anjos, Eliene Gomes dos
dc.contributor.author.fl_str_mv Gomes, Jackeline da Silva
contributor_str_mv Givigi, Ana Cristina Nascimento
Dornelles, Priscila Gomes
Ferreira, Rosilda Arruda
Anjos, Eliene Gomes dos
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS
CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BIOLOGIA GERAL
topic CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS
CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BIOLOGIA GERAL
Gênero
Violência contra mulher
Colonialismo
Pedagogias feministas
Gender
Violence against women
Colonialism
Feminist pedagogies
dc.subject.por.fl_str_mv Gênero
Violência contra mulher
Colonialismo
Pedagogias feministas
dc.subject.en.pt_BR.fl_str_mv Gender
Violence against women
Colonialism
Feminist pedagogies
description O sistema de produção dos gêneros, que toma como real o dualismo feminino- masculino, considera as características morfológicas de uma genitália, substanciais para a inscrição e construção do sujeito-corpo, naturalizando o discurso social da biologia, fazendo-a assim uma potente tecnologia na pedagogização dos corpos. A identificação biológica de macho e fêmea transcende o conceito de dimorfismo sexual - conceito cunhado pela biologia que designa diferença morfológica entre macho e fêmea da mesma espécie - e funciona na qualificação e imposição de uma normatividade forjada em aparatos de poder. Uma vez configurados lugares desiguais servil ao jogo binário dos sexos, o mesmo discurso biológico serve à naturalização da inferioridade dos femininos nos jogos de poder. A violência contra mulheres é uma consequência da desigualdade histórica de gênero criada e mantida por e entre as estruturas de uma sociedade a partir dos mecanismos de poder. Está enraizada em padrões tradicionais e na forma de concepção do estado e das instituições culturais ancorados na hegemonia da masculinidade heteronormativa. É produzida nos acontecimentos históricos de uma cultura, portanto as cenas de violências naturalizadas passam nos nossos corpos e olhos, no interim das nossas vidas cotidianas, costurando e produzindo marcas. O presente trabalho consiste na cartografia da produção da violência de gênero contra mulheres e as minúcias dos processos de enfrentamento a este fenômeno em Cruz das Almas - BA, a partir das anunciações que emergem por entre o Centro de Referencia a Mulher e as ações mobilizadas para o enfrentamento a VCM, especialmente as enredadas no contexto da educação. A cartografia enquanto metodologia se propõe a desenhar mapas que conformem planos de força e configurações provisórias do objeto político da pesquisa. Os mapas e contornos se configurarão conforme os corpos sejam afetados e, portanto, produzam efeitos. A violência esta substancialmente ligada à produção da masculinidade heteronormativa, atingindo todos os femininos, no entanto, do lugar onde falamos tocamos e fomos tocadas nas mulheres negras, nas mulheres com pouca escolarização, nas mulheres cristãs e de meia idade. No que tange aos processos de enfrentamento, nos dispositivos que devem funcionar enquanto 10 combate a VCM também circulam mecanismos de manutenção dessa estrutura violenta para nossos corpos. No entanto, as pedagogias feministas adentram as fissuras dos concretos e subjetivações nas instituições de ensino e em outros contextos, enunciando outros modos de produção de vidas, sobrepondo a lógica do sistema colonial de hierarquização dos gêneros.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-02-28
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-05-25T22:02:44Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-05-25T22:02:44Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://ri.ufrb.edu.br/jspui/handle/123456789/2436
url http://ri.ufrb.edu.br/jspui/handle/123456789/2436
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFRB
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv CCAAB - Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRB
instname:Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
instacron:UFRB
instname_str Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
instacron_str UFRB
institution UFRB
reponame_str Repositório Institucional da UFRB
collection Repositório Institucional da UFRB
bitstream.url.fl_str_mv http://ri.ufrb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2436/1/Ele_Colocou_Lugar_TCC_2019.pdf
http://ri.ufrb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2436/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv fa0de8f41472de7e30dad5cbb8ba61f7
cb172ebd310cb2dff80414cf02d831ee
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
repository.mail.fl_str_mv nutin.cidoc@proplan.ufrb.edu.br
_version_ 1802115746500706304