Sobreposição das áreas de pesca e ocorrência de Toninha Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844) no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Júlia Emanoela
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/224278
Resumo: A atividade pesqueira é onipresente na zona costeira brasileira, estando relacionada a zonas produtivas, como no sul do Brasil. Essa produtividade, ao mesmo tempo que fornece uma base alimentar a diversos grupos de animais marinhos, favorece a sobreposição espacial com a atividade pesqueira na busca ativa pelos mesmos recursos. A toninha (Pontoporia blainvillei) é um pequeno golfinho endêmico do Oceano Atlântico Sul Ocidental, com distribuição restrita entre Itaúnas, litoral do Espírito Santo (18º25’S), Brasil, e o Golfo San Matías (~42ºS), na Argentina. A conservação da espécie enfrenta desafios devido, principalmente, ao elevado índice de capturas incidentais e à escassez de ações mitigatórias de manejo pesqueiro. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi compreender a distribuição simpátrica da toninha com a atividade pesqueira com base em dados de levantamentos aéreos realizados em 2014 entre Santa Catarina (27° 50’S) e Rio Grande do Sul (33° 56’S), limitado à área de ocorrência da toninha (i.e. isóbata de 50 m). No total, foram realizados 65 registros de grupos de toninhas e 51 registros de atividade pesqueira ao largo de 3.841 km em esforço de observação. Foi computada a taxa de encontro (tx) geral para cada intervalo de profundidade, análise gráfica que indicasse a sobreposição dos objetos de estudo, assim como levantados parâmetros estatísticos descritivos, como a média, a mediana e o desvio padrão das variáveis analisadas: profundidade, temperatura, clorofila-a, distância da costa e distância relativa dos estuários mais próximos à avistagem de cada grupo. A partir dos mapas gerados é possível compreender a sobreposição da toninha e da atividade pesqueira ao longo de toda área de estudo. O menor esforço de observação ocorreu entre 0 e 10 m, intervalo que compreendeu a maior presença de grupos de toninha. Em relação a taxa de encontro, o primeiro intervalo de profundidade evidenciou as maiores taxas, à exceção das embarcações NI (tx= 0,0074). Quanto as variáveis ambientais, analisadas por boxplot, embarcações de emalhe tiveram pouca dispersão, podendo indicar uma seletividade desse tipo de pesca em relação as espécies-alvo capturadas. As análises também foram feitas para quatro subáreas (litoral sul de Santa Catarina e litoral norte, médio e sul do Rio Grande do Sul). Dentre estas, apenas a região do litoral sul do Rio Grande do Sul apresentou registros para os grupos de toninha e todas as artes de pesca observadas durante os sobrevoos. Os dados demonstram que as áreas simpátricas entre grupos de toninha e da atividade pesqueira apresentam distâncias mais próximas à costa, reforçando que ações efetivas para a conservação da espécie podem ter maior efetividade se focadas em áreas mais costeiras.
id UFRGS-2_0351909a2af48772057f6e805d5415ee
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/224278
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Ribeiro, Júlia EmanoelaRitter, Matias do NascimentoPerez, Federico Sucunza2021-07-21T04:24:13Z2021http://hdl.handle.net/10183/224278001126859A atividade pesqueira é onipresente na zona costeira brasileira, estando relacionada a zonas produtivas, como no sul do Brasil. Essa produtividade, ao mesmo tempo que fornece uma base alimentar a diversos grupos de animais marinhos, favorece a sobreposição espacial com a atividade pesqueira na busca ativa pelos mesmos recursos. A toninha (Pontoporia blainvillei) é um pequeno golfinho endêmico do Oceano Atlântico Sul Ocidental, com distribuição restrita entre Itaúnas, litoral do Espírito Santo (18º25’S), Brasil, e o Golfo San Matías (~42ºS), na Argentina. A conservação da espécie enfrenta desafios devido, principalmente, ao elevado índice de capturas incidentais e à escassez de ações mitigatórias de manejo pesqueiro. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi compreender a distribuição simpátrica da toninha com a atividade pesqueira com base em dados de levantamentos aéreos realizados em 2014 entre Santa Catarina (27° 50’S) e Rio Grande do Sul (33° 56’S), limitado à área de ocorrência da toninha (i.e. isóbata de 50 m). No total, foram realizados 65 registros de grupos de toninhas e 51 registros de atividade pesqueira ao largo de 3.841 km em esforço de observação. Foi computada a taxa de encontro (tx) geral para cada intervalo de profundidade, análise gráfica que indicasse a sobreposição dos objetos de estudo, assim como levantados parâmetros estatísticos descritivos, como a média, a mediana e o desvio padrão das variáveis analisadas: profundidade, temperatura, clorofila-a, distância da costa e distância relativa dos estuários mais próximos à avistagem de cada grupo. A partir dos mapas gerados é possível compreender a sobreposição da toninha e da atividade pesqueira ao longo de toda área de estudo. O menor esforço de observação ocorreu entre 0 e 10 m, intervalo que compreendeu a maior presença de grupos de toninha. Em relação a taxa de encontro, o primeiro intervalo de profundidade evidenciou as maiores taxas, à exceção das embarcações NI (tx= 0,0074). Quanto as variáveis ambientais, analisadas por boxplot, embarcações de emalhe tiveram pouca dispersão, podendo indicar uma seletividade desse tipo de pesca em relação as espécies-alvo capturadas. As análises também foram feitas para quatro subáreas (litoral sul de Santa Catarina e litoral norte, médio e sul do Rio Grande do Sul). Dentre estas, apenas a região do litoral sul do Rio Grande do Sul apresentou registros para os grupos de toninha e todas as artes de pesca observadas durante os sobrevoos. Os dados demonstram que as áreas simpátricas entre grupos de toninha e da atividade pesqueira apresentam distâncias mais próximas à costa, reforçando que ações efetivas para a conservação da espécie podem ter maior efetividade se focadas em áreas mais costeiras.The fishing activity is ubiquitous off the Brazilian coastal zone, and is related to productive zones, as in the south of Brazil. This productivity, while it provides a food base for several groups of marine animals, favors the spatial overlap with the fishing activity in their active search for the same resources. The franciscana (Pontoporia blainvillei) is a small dolphin endemic to the western South Atlantic Ocean, with restricted distribution between Itaúnas, Espírito Santo (18º 25’S), Brazil, and the Golf San Matías, in Argentina (~42ºS). The conservation of the species faces challenges mostly due to the high rate of incidental catches and the scarcity of effective fishing management actions. In this context, the objective of this study was to understand the overlap in the distribution of the franciscana and fishing activities based on data recorded during dedicated aerial surveys for franciscana carried out in 2014 between Santa Catarina (27° 50'S) and the Rio Grande do Sul (33° 56'S), with focus on the species' occurrence area (i.e., from the coast up to the isobath of 50 m). A total of 65 groups of franciscana dolphins and 51 fishing activities were recorded off 3,841 km in observation effort. The encounter rate was computed for each interval of depth and distance from the coast (tx), graphic analyses that indicated the overlap of the study objects, as well as descriptive statistical parameters, such as the mean, median, and standard deviation of the analyzed variables: depth, temperature, chlorophyll-a, distance from the coast and relative distance from the estuaries closest to the sighting of each group. From the generated maps, it is possible to see the overlap of franciscana groups and the fishing activity over the entire study area. The lowest observation effort occurred between 0 and 10 m of depth, an interval that comprised the largest presence of franciscana groups. Regarding the encounter rate, the first depth interval (0 - 10 m of depth) showed the highest encounter rate for all objects recorded, with the exception of NI vessels (tx= 0.0074). Biological and environmental variables showed that gillnet vessels had little dispersion which may indicate a selectivity of this type of fishing in relation to the captured target species. The analysis was also carried out for four sub-areas (south coast of Santa Catarina, north, middle, and south coast of Rio Grande do Sul), and only in the region south coast of Rio Grande do Sul presented results for the porpoise groups and all fishing gear observed during the flights. The results showed that sympatric areas between franciscana dolphins and fishing activities were higher close to the coast, reinforcing that effective actions for the conservation of the species may be more effective if focused on coastal areas.application/pdfporPontoporia blainvilleiPescaGolfinhoLitoral Norte, Região (RS)Sobreposição das áreas de pesca e ocorrência de Toninha Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844) no sul do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulCampus Litoral NortePorto Alegre, BR-RSCiências Biológicas: Ênfase em Biologia Marinha e Costeira: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001126859.pdf.txt001126859.pdf.txtExtracted Texttext/plain84482http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224278/2/001126859.pdf.txtf1ad1f0bb9dbcf8213db22f2d4648262MD52ORIGINAL001126859.pdfTexto completoapplication/pdf1406682http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224278/1/001126859.pdf995eeb48473218526267cbb790184bc2MD5110183/2242782022-06-15 04:47:41.964697oai:www.lume.ufrgs.br:10183/224278Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-06-15T07:47:41Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Sobreposição das áreas de pesca e ocorrência de Toninha Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844) no sul do Brasil
title Sobreposição das áreas de pesca e ocorrência de Toninha Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844) no sul do Brasil
spellingShingle Sobreposição das áreas de pesca e ocorrência de Toninha Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844) no sul do Brasil
Ribeiro, Júlia Emanoela
Pontoporia blainvillei
Pesca
Golfinho
Litoral Norte, Região (RS)
title_short Sobreposição das áreas de pesca e ocorrência de Toninha Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844) no sul do Brasil
title_full Sobreposição das áreas de pesca e ocorrência de Toninha Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844) no sul do Brasil
title_fullStr Sobreposição das áreas de pesca e ocorrência de Toninha Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844) no sul do Brasil
title_full_unstemmed Sobreposição das áreas de pesca e ocorrência de Toninha Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844) no sul do Brasil
title_sort Sobreposição das áreas de pesca e ocorrência de Toninha Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844) no sul do Brasil
author Ribeiro, Júlia Emanoela
author_facet Ribeiro, Júlia Emanoela
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Ribeiro, Júlia Emanoela
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Ritter, Matias do Nascimento
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Perez, Federico Sucunza
contributor_str_mv Ritter, Matias do Nascimento
Perez, Federico Sucunza
dc.subject.por.fl_str_mv Pontoporia blainvillei
Pesca
Golfinho
Litoral Norte, Região (RS)
topic Pontoporia blainvillei
Pesca
Golfinho
Litoral Norte, Região (RS)
description A atividade pesqueira é onipresente na zona costeira brasileira, estando relacionada a zonas produtivas, como no sul do Brasil. Essa produtividade, ao mesmo tempo que fornece uma base alimentar a diversos grupos de animais marinhos, favorece a sobreposição espacial com a atividade pesqueira na busca ativa pelos mesmos recursos. A toninha (Pontoporia blainvillei) é um pequeno golfinho endêmico do Oceano Atlântico Sul Ocidental, com distribuição restrita entre Itaúnas, litoral do Espírito Santo (18º25’S), Brasil, e o Golfo San Matías (~42ºS), na Argentina. A conservação da espécie enfrenta desafios devido, principalmente, ao elevado índice de capturas incidentais e à escassez de ações mitigatórias de manejo pesqueiro. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi compreender a distribuição simpátrica da toninha com a atividade pesqueira com base em dados de levantamentos aéreos realizados em 2014 entre Santa Catarina (27° 50’S) e Rio Grande do Sul (33° 56’S), limitado à área de ocorrência da toninha (i.e. isóbata de 50 m). No total, foram realizados 65 registros de grupos de toninhas e 51 registros de atividade pesqueira ao largo de 3.841 km em esforço de observação. Foi computada a taxa de encontro (tx) geral para cada intervalo de profundidade, análise gráfica que indicasse a sobreposição dos objetos de estudo, assim como levantados parâmetros estatísticos descritivos, como a média, a mediana e o desvio padrão das variáveis analisadas: profundidade, temperatura, clorofila-a, distância da costa e distância relativa dos estuários mais próximos à avistagem de cada grupo. A partir dos mapas gerados é possível compreender a sobreposição da toninha e da atividade pesqueira ao longo de toda área de estudo. O menor esforço de observação ocorreu entre 0 e 10 m, intervalo que compreendeu a maior presença de grupos de toninha. Em relação a taxa de encontro, o primeiro intervalo de profundidade evidenciou as maiores taxas, à exceção das embarcações NI (tx= 0,0074). Quanto as variáveis ambientais, analisadas por boxplot, embarcações de emalhe tiveram pouca dispersão, podendo indicar uma seletividade desse tipo de pesca em relação as espécies-alvo capturadas. As análises também foram feitas para quatro subáreas (litoral sul de Santa Catarina e litoral norte, médio e sul do Rio Grande do Sul). Dentre estas, apenas a região do litoral sul do Rio Grande do Sul apresentou registros para os grupos de toninha e todas as artes de pesca observadas durante os sobrevoos. Os dados demonstram que as áreas simpátricas entre grupos de toninha e da atividade pesqueira apresentam distâncias mais próximas à costa, reforçando que ações efetivas para a conservação da espécie podem ter maior efetividade se focadas em áreas mais costeiras.
publishDate 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-07-21T04:24:13Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2021
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/224278
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001126859
url http://hdl.handle.net/10183/224278
identifier_str_mv 001126859
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224278/2/001126859.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224278/1/001126859.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv f1ad1f0bb9dbcf8213db22f2d4648262
995eeb48473218526267cbb790184bc2
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1815447278731657216