Fluxos migratórios de haitianos e venezuelanos para o Brasil na década de 2010 : uma análise da cobertura dos jornais O Estado de S. Paulo e Gazeta do Povo

• Autor(a) principal: Boni, Mathias dos Santos Silva
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/258851
• topic: Jornalismo : Aspectos sociais; Análise de conteúdo; Folha de S. Paulo (Jornal); Refugiados; Migration; Immigration; Refuge; Journalism; Content; Stereotypes

O presente trabalho tem por objetivo compreender se matérias publicadas retratando o fluxo migratório de haitianos e venezuelanos que vieram ao Brasil na década passada contribuíram para reforçar estereótipos e estigmas pejorativos a esses indivíduos ou aos próprios fluxos de forma geral. Para chegar a essa compreensão, foram aplicadas técnicas de análise de conteúdo, em uma amostragem de 10 matérias publicadas pelos jornais O Estado de S. Paulo e a Gazeta do Povo, que foram escolhidos em razão da grande quantidade de imigrantes destes fluxos que São Paulo e Paraná receberam. Após o primeiro capítulo introdutório, o segundo capítulo explicará conceitos fundamentais para entender os fluxos migratórios contemporâneos, como as diferenças entre os termos "migrante", "imigrante" e "refugiado", bem como apresentará os fluxos migratórios de haitianos e venezuelanos que vieram ao Brasil. O terceiro capítulo direcionará seu foco às questões jornalísticas, debatendo o jornalismo como forma de conhecimento, as finalidades de sua prática e sua abordagem a temas relacionados à migração. O quarto capítulo apresentará a metodologia da pesquisa, bem como a análise dos conteúdos selecionados. Ainda, na sequência, será apresentada a discussão dos resultados obtidos na análise dos conteúdos selecionados. A partir dos resultados, observou-se que em grande parte das matérias analisadas foram utilizados termos pejorativos em relação aos imigrantes ou aos fluxos migratórios, reforçando estigmas e estereótipos. Notou-se, ainda, que uma parcela significativa das matérias confundem nos textos o uso dos termos "imigrante" e "refugiado", principalmente em relação ao fluxo haitiano, e que nenhum dos conteúdos analisados se preocupa em informar a diferença entre os termos mencionados, o que seria fundamental para o devido entendimento do leitor em relação aos fluxos.