Comparação entre o conhecimento dos pescadores e dados de desembarques pesqueiros em rios da Amazônia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/258641 |
Resumo: | Entrevistas com pescadores são dados largamente utilizados para caracterizar a pesca tropical continental. Frequentemente, entrevistas não são acompanhadas de dados coletados diretamente de desembarques pesqueiros. As entrevistas podem ser utilizadas como recurso para a elucidação de aspectos biológicos dos peixes, para a montagem de séries temporais, ou, até mesmo, descrever consequências de grandes desenvolvimentos de infraestrutura para a pesca e peixes. Porém, para a aplicação de dados de entrevistas, é necessário agir com parcimônia, pois nem sempre esses dados refletem a realidade com exatidão, devido à variação diária da atividade pesqueira, variações climáticas, ou por impactos de ações humanas. Neste trabalho comparamos dados pesqueiros oriundos de entrevistas com pescadores (conhecimento ecológico local) e de desembarques registrados por monitoramento participativo através de análises estatísticas, com o intuito de determinar a concordância entre os mesmos e o quanto as entrevistas podem ser um indicador dos desembarques. Os dados foram coletados entre 2016 e 2017 nos rios Negro (AM) e Tapajós (PA), em oito comunidades em cada rio, somando 3760 desembarques e 271 entrevistas individuais com pescadores. As métricas analisadas foram a de composição (quais as espécies capturadas na pesca), biomassa por desembarque e média de biomassa em desembarques por pescador, bem como captura por unidade de esforço (CPUE= Kg/n pescadores*h) por desembarque e média de CPUE em desembarques por pescador. Todos esses dados foram comparados entre o registro de desembarques e seus correspondentes das entrevistas. As análises de correlação de Pearson para a composição compararam a biomassa total e o número de citações em entrevistas por espécie, bem como as porcentagens equivalentes, indicando correlação positiva significativa entre desembarques e entrevistas. As análises de Mann-Whitney comparando médias indicaram que, no rio Tapajós, a biomassa e média de biomassa por pescador (com e sem outliers) não diferiram significativamente entre entrevistas e desembarques, o mesmo se vale para a CPUE (e sua contraparte sem outliers) e média de CPUE por pescador em desembarques. No rio Negro, a média de CPUE por pescador em desembarques (com e sem outliers) não diferiu estatisticamente das entrevistas, bem como a CPUE sem outliers em desembarques. Essas análises indicam que os relatos de pescadores têm a capacidade de descrever a pesca de maneira verossímil, e que devem ser considerados em decisões sobre o manejo da pesca. |
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Alves, Ivan ArthurSilvano, Renato Azevedo Matias2023-05-30T03:29:56Z2023http://hdl.handle.net/10183/258641001167901Entrevistas com pescadores são dados largamente utilizados para caracterizar a pesca tropical continental. Frequentemente, entrevistas não são acompanhadas de dados coletados diretamente de desembarques pesqueiros. As entrevistas podem ser utilizadas como recurso para a elucidação de aspectos biológicos dos peixes, para a montagem de séries temporais, ou, até mesmo, descrever consequências de grandes desenvolvimentos de infraestrutura para a pesca e peixes. Porém, para a aplicação de dados de entrevistas, é necessário agir com parcimônia, pois nem sempre esses dados refletem a realidade com exatidão, devido à variação diária da atividade pesqueira, variações climáticas, ou por impactos de ações humanas. Neste trabalho comparamos dados pesqueiros oriundos de entrevistas com pescadores (conhecimento ecológico local) e de desembarques registrados por monitoramento participativo através de análises estatísticas, com o intuito de determinar a concordância entre os mesmos e o quanto as entrevistas podem ser um indicador dos desembarques. Os dados foram coletados entre 2016 e 2017 nos rios Negro (AM) e Tapajós (PA), em oito comunidades em cada rio, somando 3760 desembarques e 271 entrevistas individuais com pescadores. As métricas analisadas foram a de composição (quais as espécies capturadas na pesca), biomassa por desembarque e média de biomassa em desembarques por pescador, bem como captura por unidade de esforço (CPUE= Kg/n pescadores*h) por desembarque e média de CPUE em desembarques por pescador. Todos esses dados foram comparados entre o registro de desembarques e seus correspondentes das entrevistas. As análises de correlação de Pearson para a composição compararam a biomassa total e o número de citações em entrevistas por espécie, bem como as porcentagens equivalentes, indicando correlação positiva significativa entre desembarques e entrevistas. As análises de Mann-Whitney comparando médias indicaram que, no rio Tapajós, a biomassa e média de biomassa por pescador (com e sem outliers) não diferiram significativamente entre entrevistas e desembarques, o mesmo se vale para a CPUE (e sua contraparte sem outliers) e média de CPUE por pescador em desembarques. No rio Negro, a média de CPUE por pescador em desembarques (com e sem outliers) não diferiu estatisticamente das entrevistas, bem como a CPUE sem outliers em desembarques. Essas análises indicam que os relatos de pescadores têm a capacidade de descrever a pesca de maneira verossímil, e que devem ser considerados em decisões sobre o manejo da pesca.application/pdfporPesca artesanalEtnoecologiaAmazôniaComparação entre o conhecimento dos pescadores e dados de desembarques pesqueiros em rios da Amazôniainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPorto Alegre, BR-RS2023Ciências Biológicas: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001167901.pdf.txt001167901.pdf.txtExtracted Texttext/plain48206http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/258641/2/001167901.pdf.txt8bc9b742540283216d2a989445beef92MD52ORIGINAL001167901.pdfTexto completoapplication/pdf2480148http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/258641/1/001167901.pdfbacfae5116066919ab09b27b7b4670a5MD5110183/2586412023-05-31 03:26:13.279108oai:www.lume.ufrgs.br:10183/258641Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-05-31T06:26:13Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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