Analisando a retomada anafórica do objeto direto em português falado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/179070 |
Resumo: | Em português brasileiro (PB), duas diferentes estratégias para a retomada anafórica de objetos são conhecidas: por um lado, temos a preferência por pronomes clíticos na retomada de 1ª e 2ª pessoas; por outro, na retomada anafórica de 3ª pessoa, a queda dos clíticos – em seu lugar, encontramos pronomes plenos ou uma categoria vazia na posição de objeto. Aqui, buscamos explicar qual motivação gramatical influencia a retomada anafórica que condiciona o uso de pronomes ou categorias vazias na retomada anafórica de objeto. Para isso, comparamos duas hipóteses conhecidas na literatura sobre o assunto. A primeira hipótese, adotada, por exemplo, por Cyrino (1993, 1994/1997), aponta o traço de animacidade e sua combinação com o traço de especificidade como fator condicionador da escolha entre o uso de pronome ou objeto nulo (ON). Por outro lado, há a hipótese do gênero semântico do referente (CREUS; MENUZZI, 2004): o gênero semântico seria o traço relevante na distribuição entre pronomes e ONs em PB. Avaliamos aqui qual dessas duas hipóteses tem maior poder explicativo no condicionamento dessas duas estratégias de retomada anafórica em PB. Para isso, pesquisamos ocorrências de retomadas anafóricas em função de objeto em um corpus composto por 19 entrevistas do VARSUL. Verificamos a manutenção dos clíticos de primeira e segunda pessoas e a queda do clítico de terceira pessoa, que dá lugar, principalmente, ao ON. A hipótese que explica o condicionamento entre pronome e ON de forma mais acurada parece ser a do gênero semântico, já que, com ela, temos resultados mais polarizados. Além disso, essa hipótese é mais econômica do que a hipótese dos traços de animacidade e especificidade do referente. |
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Othero, Gabriel de ÁvilaSpinelli, Ana Carolina2018-06-02T03:14:37Z20170100-0888http://hdl.handle.net/10183/179070001067860Em português brasileiro (PB), duas diferentes estratégias para a retomada anafórica de objetos são conhecidas: por um lado, temos a preferência por pronomes clíticos na retomada de 1ª e 2ª pessoas; por outro, na retomada anafórica de 3ª pessoa, a queda dos clíticos – em seu lugar, encontramos pronomes plenos ou uma categoria vazia na posição de objeto. Aqui, buscamos explicar qual motivação gramatical influencia a retomada anafórica que condiciona o uso de pronomes ou categorias vazias na retomada anafórica de objeto. Para isso, comparamos duas hipóteses conhecidas na literatura sobre o assunto. A primeira hipótese, adotada, por exemplo, por Cyrino (1993, 1994/1997), aponta o traço de animacidade e sua combinação com o traço de especificidade como fator condicionador da escolha entre o uso de pronome ou objeto nulo (ON). Por outro lado, há a hipótese do gênero semântico do referente (CREUS; MENUZZI, 2004): o gênero semântico seria o traço relevante na distribuição entre pronomes e ONs em PB. Avaliamos aqui qual dessas duas hipóteses tem maior poder explicativo no condicionamento dessas duas estratégias de retomada anafórica em PB. Para isso, pesquisamos ocorrências de retomadas anafóricas em função de objeto em um corpus composto por 19 entrevistas do VARSUL. Verificamos a manutenção dos clíticos de primeira e segunda pessoas e a queda do clítico de terceira pessoa, que dá lugar, principalmente, ao ON. A hipótese que explica o condicionamento entre pronome e ON de forma mais acurada parece ser a do gênero semântico, já que, com ela, temos resultados mais polarizados. Além disso, essa hipótese é mais econômica do que a hipótese dos traços de animacidade e especificidade do referente.In Brazilian Portuguese (BP), two different strategies for the anaphoric retrieval of objects are known: on the one hand, we have the preference for clitic pronouns in the anaphor for 1st and 2nd person. On the other hand, in the anaphoric recovery of the 3rd person, we find full pronouns or an empty category in the object position. In this paper we seek to explain the grammatical motivation influencing anaphoric resumption involving the use of pronouns or empty categories in anaphoric verbal objects. We compare two hypotheses known in the literature on the subject. The first hypothesis, adopted, for example, by Cyrino (1993, 1994/1997), points out the trace of animacity and its combination with the trait of specificity as a conditioning factor regulating the use of a pronoun or a null object. On the other hand, there is the hypothesis of the semantic gender of the referent (cf. CREUS; MENUZZI, 2004): the semantic gender would be the relevant trait in the distribution between pronouns and null objects in BP. Here we evaluate which of these two hypotheses has greater explanatory power in the conditioning of these two strategies of anaphoric resumption in BP. For this, we investigated occurrences of anaphoric resumptions of verbal objects in a corpus composed of 19 interviews of VARSUL. We verified the maintenance of the 1st and 2nd person clitics and the decay of the 3rd person clitic. The hypothesis that explains the conditioning between pronoun and null object more accurately seems to be that of the semantic gender: when we assume it, we have more polarized results and, moreover, this hypothesis is more economical than the hypothesis of the characteristics of the referent and specificity.application/pdfporRevista letras. Curitiba, PR. N. 96 (jul./dez. 2017), p. [174]-195Língua portuguesaLíngua faladaObjeto direto nuloAnáforaProjeto VARSULSpoken discourseBrazilian portugueseNull objectAnaphorVARSULAnalisando a retomada anafórica do objeto direto em português faladoAnalysing anaphoric direct object in spoken Portuguese info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001067860.pdf001067860.pdfTexto completoapplication/pdf293570http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/179070/1/001067860.pdf55f8d83edb5a42ace3bdcbbffc8ab6e8MD51TEXT001067860.pdf.txt001067860.pdf.txtExtracted Texttext/plain45936http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/179070/2/001067860.pdf.txt894d40cb3559927bc9f6c68ae4b6c49bMD5210183/1790702023-04-05 03:47:43.477665oai:www.lume.ufrgs.br:10183/179070Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-04-05T06:47:43Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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