Relato de sódio e potássio ingerido de pacientes com diabetes tipo 2 : comparação com marcadores biológicos de excreção urinária

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Miranda, Ingrid Lamas de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/210400
Resumo: Introdução: A hipertensão arterial sistêmica é duas vezes mais frequente em pacientes com diabetes melito (DM), podendo afetar entre 20-40% desta população e, além de importante fator de risco cardiovascular está associada às complicações crônicas microvasculares. Considerando o potencial efeito do sódio e potássio da dieta sobre a pressão arterial, é importante termos inquéritos alimentares adequados para mensurar a ingestão destes nutrientes com o intuito de usálos na avaliação e monitoramento nutricional. Objetivo: Avaliar o desempenho do relato de sódio e potássio a partir de dois inquéritos dietéticos Questionário de Frequência Alimentar (QFA) e Registros Alimentares de 3 dias (RA) e sua validade em comparação aos seus biomarcadores de ingestão em pacientes com DM. Métodos: Estudo transversal com pacientes com DM acompanhados no ambulatório do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.A avaliação do consumo alimentar foi coletada a partir de três métodos: QFA, 3 dias de RA com pesagem de alimentos e excreção urinária em 24 horas de sódio e potássio. O relato de ingestão obtido pelo QFA foi convertido em consumo diário e a composição nutricional calculada para ambos os métodos (QFA e RA). Além disso, os pacientes foram submetidos à avaliação clínica, antropométrica e laboratorial. Resultados: Cinquenta e sete pacientes com DM foram incluídos no estudo (57,9% do gênero feminino, 62 ± 9 anos, IMC = 30,1 ± 4,1 kg/m²). As ingestões estimadas a partir dos dois inquéritos dietéticos (QFA e RA) não diferiram para a maioria dos nutrientes, exceto para fibras totais e potássio (P <0,05) e os coeficientes de correlação foram significativos (P <0,05) para energia e nutrientes, com exceção do sódio (P = 0,069), variando de 0,305 (sódio) a 0,708 (lipídeos). Em comparação aos biomarcadores de excreção urinária, os dados do QFA foram superiores para potássio (10,28%; P = 0,035) e inferiores para o sódio (- 228%; P <0,001) com coeficientes de correlação não significativos. Quando comparados RA e excreção urinária, dados de ingestão de potássio foram inferiores ao seu biomarcador, no entanto, sem diferença estatísticamente significativa (-7,27; P 0,144) e os dados da ingestão de sódio foram significativamente inferiores ao biomarcador (-218%; P <0,001) com coeficientes de correlação não significativos para ambos os nutrientes. Gráficos de Bland-Altman entre a informação de sódio e potássio a partir dos inquéritos dietéticos com seus biomarcadores evidenciaram a má concordância em ambos os métodos (QFA e RA). Conclusão:Nesta amostra de pacientes com DM tipo 2, ambos instrumentos (QFA e RA) não apresentaram desempenho satisfatório para mensurar o sódio e potássio ingeridos, demonstrando a dificuldade de identificarmos principalmente o sódio adicionado aos alimentos. Questionamentos específicos precisam ser elaborados e futuramente testados com o intuito de melhorar o desempenho destes instrumentos para quantificar estes nutrientes da dieta.
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