Incêndios e queimadas na Amazônia: posicionamentos editoriais adotados pelo Jornal Nacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pimentel, Filipe
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/240110
Resumo: Esta pesquisa buscou compreender quais são os posicionamentos editoriais do Jornal Nacional a partir das matérias sobre a cobertura dos incêndios e queimadas na Amazônia, veiculadas de agosto de 2019 a setembro de 2020. Para responder ao problema de pesquisa, foram escolhidas pelo aplicativo Globoplay oito matérias, entre 17 encontradas sobre o tema no período de tempo pré-estabelecido. O primeiro critério de escolha foi selecionar quatro matérias entre agosto de 2019 a dezembro do mesmo ano e outras quatro de janeiro de 2020 a setembro do mesmo ano. O segundo, foi considerar somente as matérias que tivessem o tempo máximo de duração equivalente a 4 minutos e 30 segundos. O material foi submetido à metodologia de análise de conteúdo categorial temática, de acordo com perspectiva adotada por Bardin (2009). Para fins de investigação, foram acionados os conceitos de valores-notícia, trazidos por Traquina (2005, 2008), e de enquadramento noticioso, sob o viés de Koenig (2004) e Porto (2004) .O aporte téorico do jornalismo ambiental se deu a partir de autores como Belmonte (2004, 2017) e Bueno (2007). A reflexão sobre jornalismo de modo geral baseu-se em Genro Filho (2002), Lage (2002) e Melo (2012). As categorias de análise escolhidas para fins de investigação foram baseadas nas correntes teóricas de sustentabilidade ecossocial e ecotecnocrática, de Caporal e Costabeber (2001). A partir delas, buscou-se identificar qual viés era predominante em cada uma das matérias que compõem o corpus empírico. Enquanto a primeira perspectiva propõe um ruptura no modelo liberal e capitalista e faz um convite à valorização dos ecossistemas e de modos de vida mais sustentáveis, a segunda defende os sistemas político-econômicos vigentes e considera o meio ambiente como menos prioritário e importante do que a economia e outras instâncias. Evidenciou-se o predomínio de uma postura ecotecnocrática no telejornal de maior audiência do país, presente em sete das oito notícias. Com essa perspectiva, observou se que o tratamento das queimadas e incêndios na Amazônia dado pelo Jornal Nacional foi baseado em um viés majoritariamente econômico e que houve uma repetição de enquadramento, além do predomínio de fontes oficiais e especialistas e a carência de povos originários e comunidades afetadas pelo fenômeno ambiental.
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Para fins de investigação, foram acionados os conceitos de valores-notícia, trazidos por Traquina (2005, 2008), e de enquadramento noticioso, sob o viés de Koenig (2004) e Porto (2004) .O aporte téorico do jornalismo ambiental se deu a partir de autores como Belmonte (2004, 2017) e Bueno (2007). A reflexão sobre jornalismo de modo geral baseu-se em Genro Filho (2002), Lage (2002) e Melo (2012). As categorias de análise escolhidas para fins de investigação foram baseadas nas correntes teóricas de sustentabilidade ecossocial e ecotecnocrática, de Caporal e Costabeber (2001). A partir delas, buscou-se identificar qual viés era predominante em cada uma das matérias que compõem o corpus empírico. Enquanto a primeira perspectiva propõe um ruptura no modelo liberal e capitalista e faz um convite à valorização dos ecossistemas e de modos de vida mais sustentáveis, a segunda defende os sistemas político-econômicos vigentes e considera o meio ambiente como menos prioritário e importante do que a economia e outras instâncias. Evidenciou-se o predomínio de uma postura ecotecnocrática no telejornal de maior audiência do país, presente em sete das oito notícias. Com essa perspectiva, observou se que o tratamento das queimadas e incêndios na Amazônia dado pelo Jornal Nacional foi baseado em um viés majoritariamente econômico e que houve uma repetição de enquadramento, além do predomínio de fontes oficiais e especialistas e a carência de povos originários e comunidades afetadas pelo fenômeno ambiental.This research sought to understand what are the editorial positions of Jornal Nacional from the articles on the coverage of fires and burnings in the Amazon, aired from August 2019 to September 2020. To answer the research problem, eight articles were chosen by the Globoplay application, among 17 found on the topic in the pre-established period of time. The first choice criterion was to select four subjects from August 2019 to December of the same year and another four from January 2020 to September of the same year. The second was to consider only the materials that had a maximum duration of 4 minutes and 30 seconds. The material was submitted to the thematic categorical content analysis methodology, according to the perspective adopted by Bardin (2009). For research purposes, the concepts of news values, brought by Traquina (2005, 2008), and news framing, under the bias of Koenig (2004) and Porto (2004) were activated. The theoretical contribution of environmental journalism was triggered by authors such as Belmonte (2004, 2017) and Bueno (2007). The reflection on journalism in general was based on Genro Filho (2002), Lage (2002) and Melo (2012). The analysis categories chosen for research purposes were based on the theoretical currents of ecosocial and ecotechnocratic sustainability, by Caporal and Costabeber (2001). From them, we sought to identify which bias was predominant in each of the subjects that make up the empirical corpus. While the first perspective proposes a rupture with the liberal and capitalist model and invites the valorization of ecosystems and more sustainable ways of life, the second defends the current political-economic systems and considers the environment as less priority and important than the environment. economy and other instances. The predominance of an ecotechnocratic stance in the country's most watched newscast was evident, present in seven of the eight news items. With this perspective, it was observed that the treatment of fires in the Amazon given by Jornal Nacional was based on a mostly economic bias and that there was a repetition of framing, in addition to the predominance of official and specialist sources and the lack of native peoples and communities affected by the environmental phenomenon.application/pdfporTelejornalismoJornal Nacional (Programa de televisão)Jornalismo ambientalTelejournalismEnvironmental journalismFire and bushfires in the AmazonNews valueContent analysisIncêndios e queimadas na Amazônia: posicionamentos editoriais adotados pelo Jornal Nacionalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Biblioteconomia e ComunicaçãoPorto Alegre, BR-RS2022Comunicação Social: Habilitação em Jornalismograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001142181.pdf.txt001142181.pdf.txtExtracted Texttext/plain167998http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/240110/2/001142181.pdf.txt50751a91cbbcb5586324ad0d8c92c7d6MD52ORIGINAL001142181.pdfTexto completoapplication/pdf830858http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/240110/1/001142181.pdf33e0e935353115c2e5b5edcb0efac757MD5110183/2401102022-06-11 05:03:20.2434oai:www.lume.ufrgs.br:10183/240110Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-06-11T08:03:20Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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