Estudos morfológicos e moleculares de tecidos de modelo murino infectados experimentalmente com o vírus dengue sorotipo 3

• Autor(a) principal: Caldas, Gabriela Cardoso
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/20292
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::MICROBIOLOGIA; CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::IMUNOLOGIA; Dengue; Vírus da Dengue; Microscopia eletrônica; Biologia molecular; Camundongos; Dengue virus; Microscopy, Electron; Molecular biology; Mice

A circulação do vírus dengue sorotipo 3 (DENV-3) foi identificada em 2000, no estado do Rio de Janeiro. Em 2002, esse sorotipo foi responsável pela maior e mais grave epidemia no país, com 771.551 casos registrados correspondendo a 80% dos casos ocorridos nas Américas. Diversos estudos epidemiológicos correlacionaram a infecção pelo DENV-3 a quadros graves, tanto em infecções primárias quanto secundárias e, no Brasil, este sorotipo apresenta maior associação a sinais e sintomas mais graves, incluindo choque, dor abdominal e exantema, em comparação aos demais sorotipos. O estabelecimento de modelos animais para estudos das infecções pelos DENV é de grande relevância para a pesquisa sobre patogênese, imunidade, desenvolvimento e teste de fármacos e candidatas a vacinas. Porém, para tal, são inúmeros os desafios, uma vez que os vírus epidêmicos circulantes não infectam naturalmente espécies não-humanas. Diante deste cenário, este estudo teve como objetivo principal verificar através de análises morfológicas e moleculares possíveis alterações teciduais, assim como a presença do genoma do DENV em diferentes órgãos de camundongos BALB/c infectados experimentalmente com o DENV-3 epidêmico e não neuroadaptado. Camundongos BALB/c machos, de 2 meses de idade foram infectados com DENV-3 pela via intravenosa, 72 horas pós-infecção eutanasiados e cerebelo, coração, rim, pulmão, fígado e baço foram coletados. Parte dos tecidos foi fixada e processada por técnicas padrão para análises morfológicas por microscopia eletrônica de transmissão, microscopia fotônica e outra parte foi macerada em meio Leibovitz (L-15) objetivando detecção e quantificação do RNA do DENV pela técnica de RT-PCR em tempo real. Análises morfológicas a partir de amostras de todos os órgãos estudados revelaram alterações semelhantes às observadas em casos humanos de DEN e partículas semelhantes aos DENV foram detectadas em célula intersticial renal. O genoma viral foi detectado no pulmão, fígado, cerebelo, rim e baço e o maior título recuperado foi observado no baço. Estes resultados demonstram a suscetibilidade do camundongo BALB/c à infecção pelo DENV-3.