Sintonias, antinomias, autonomias: autoidentificação anarquista na literatura nuestroamericana
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/34820 |
Resumo: | O anarquismo, enquanto teoria política, surge em meados do século XIX, principalmente em torno dos escritos do teórico russo Mikhail Bakunin (1814-1876). Fortemente presente no movimento operário do início do século XX, articulando protestos, greves e difundindo os ideais libertários nos periódicos proletários, também marcou a sua presença em acontecimentos como a Revolução Mexicana (1910) – inspirando Emiliano Zapata e os irmãos Flores Magón – e na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), somente para citar os casos mais simbólicos. Desde então, os libertários manifestam sua existência nos mais diversos espaços da sociedade, incorporando-se à música, ao teatro, à literatura, às práticas pedagógicas, ao ecologismo, bem como na própria luta política – como nos demonstram os zapatistas e os curdos. Rejeitando doutrinas e receitas para ação, cultivando a diversidade de possibilidades, o anarquismo se mantém um terreno aberto aos anarquismos. Se no campo político a questão causa desentendimentos – principalmente em relação aos “anarquismos de direita” – no âmbito cultural a questão talvez seja ainda mais diversa. Recusando hierarquias e nutrindo uma política autônoma, a rebeldia do artista anda de mãos dadas com os fundamentos mais elementares do ideal anárquico. No mundo das letras latino-americanas, diferentes literatos declararam, em diferentes momentos e contextos, sua identificação com o anarquismo. São exemplos: Carlos Drummond de Andrade, Ernesto Cardenal, Ernesto Sabato, Eduardo Galeano, Gilberto Freyre, Jorge Luis Borges, Murilo Mendes, Nicanor Parra e Oswald de Andrade – isso sem falar nos que, de alguma forma, relacionaram suas práticas ao anarquismo, como Cesar Vallejo, Juan Manoel Roca e Julio Cortázar. Desta forma, compreendendo o movimento anarquista como um lugar de florescimento da polissemia, este trabalho intenta mapear sumariamente manifestações de uma existência anárquica na literatura latino-americana do século XX. Tendo como critério inicial a busca por autoidentificações dos sujeitos e explorando entrevistas, poemas e demais falas de diferentes literatos latino-americanos, buscaremos localizar o anarquismo em diferentes espaços semânticos. |
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