Kant e o mal: a impossibilidade de uma vontade diabólica na natureza humana

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Autor(a) principal: Santos, Cláudio Ananias Alves dos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26283
Resumo: A temática do mal na filosofia kantiana decorre da sua abordagem da moralidade cujo conceito do mal, em suma, é ir contra a lei moral, conquanto o mal esteja na realização de uma ação que não é uma ação moral, uma vez que a lei moral almeje a realização do mais elevado bem possível por meio de nós. Kant aborda objetivamente o mal na sua obra A Religião nos Limites da Simples Razão, de 1793, e, para tal, apresenta-o em três níveis: o mal da fraqueza, o mal da impureza e a malignidade. No entanto, ele indica o conceito de um quarto nível que não seria possível, a saber, uma vontade diabólica. A fraqueza seria uma inclinação para uma ação que contraria às próprias máximas, sendo fraco e agindo inversamente à lei moral. A impureza está numa ação correta que, no entanto, não tem como fundamento a lei moral. A malignidade seria a decisão de fazer o mal, tendo as intenções e motivações egoístas na frente da lei moral. Mas, o quarto nível de mal, que para Kant não seria possível de existir, consiste numa ação maligna em que uma vontade puramente diabólica se estabelece. O mal nesse sentido, diabólico, propõe sua querência a partir de uma corrupção natural da vontade. Kant apresenta este conceito, porém entende que ele não é possível, pois as ações humanas desse tipo de mal seriam justificadas na própria razão, uma vez que tal maldade seria a disposição de ânimo admitindo como motivo o mal enquanto mal na própria máxima. Posto que Kant entenda que o homem não alcança a condição de uma vontade diabólica, a presente pesquisa pretende investigar porque, em Kant, o mal diabólico (no sentido de uma desumanidade inata, ou num prazer natural na maldade) não seria possível. Partindo dos conceitos chaves que discute a moral em Kant, como liberdade, imperativo categórico, vontade, intenção, bem e mal, pretende-se analisar a impossibilidade dessa pura maldade na natureza humana.
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No entanto, ele indica o conceito de um quarto nível que não seria possível, a saber, uma vontade diabólica. A fraqueza seria uma inclinação para uma ação que contraria às próprias máximas, sendo fraco e agindo inversamente à lei moral. A impureza está numa ação correta que, no entanto, não tem como fundamento a lei moral. A malignidade seria a decisão de fazer o mal, tendo as intenções e motivações egoístas na frente da lei moral. Mas, o quarto nível de mal, que para Kant não seria possível de existir, consiste numa ação maligna em que uma vontade puramente diabólica se estabelece. O mal nesse sentido, diabólico, propõe sua querência a partir de uma corrupção natural da vontade. Kant apresenta este conceito, porém entende que ele não é possível, pois as ações humanas desse tipo de mal seriam justificadas na própria razão, uma vez que tal maldade seria a disposição de ânimo admitindo como motivo o mal enquanto mal na própria máxima. Posto que Kant entenda que o homem não alcança a condição de uma vontade diabólica, a presente pesquisa pretende investigar porque, em Kant, o mal diabólico (no sentido de uma desumanidade inata, ou num prazer natural na maldade) não seria possível. Partindo dos conceitos chaves que discute a moral em Kant, como liberdade, imperativo categórico, vontade, intenção, bem e mal, pretende-se analisar a impossibilidade dessa pura maldade na natureza humana.The theme of evil in Kantian philosophy stems from its approach to morality whose concept of evil, in short, is to go against the moral law, although evil is in the performance of an action that is not a moral action, since the moral law to achieve the highest possible good through us. Kant objectively approaches evil in his work, Religion within the Boundaries of bare Reason, 1793, and for this he presents it on three levels: the evil of weakness, the evil of impurity and malignity. However, it indicates the concept of a fourth level that would not be possible, namely a diabolical will. Weakness would be a penchant for an action that goes against our own maxims, being weak and acting inversely to the moral law. The impurity is in a correct action that, however, is not based on the moral law. Malice would be the decision to do evil, having selfish motives and intentions in front of the moral law. But the fourth level of evil, which for Kant would not be possible to exist, consists in a malign action in which a purely devilish will is established. Evil in this sense, diabolical, proposes its desire from a natural corruption of the will. Kant presents this concept, but understands that it is not possible, since human actions of this kind of evil would be justified in reason itself, since such evil would be the disposition of spirit admitting as a motive evil as evil in its own maxim. Since Kant understands that man does not attain to the condition of a diabolic will, the present research seeks to investigate why in Kant the diabolical evil (in the sense of innate inhumanity or a natural pleasure in evil) would not be possible. Starting from the key concepts that discusses morality in Kant, such as freedom, categorical imperative, will, intention, good and evil, we intend to analyze the impossibility of this pure evil in human nature.porCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIAKantLeiMoralMaldadeVontade diabólicaKant e o mal: a impossibilidade de uma vontade diabólica na natureza humanainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIAUFRNBrasilinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALKantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdfapplication/pdf1750525https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26283/1/Kantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf0b2a453203d59abb8e6821ccf757e30fMD51TEXTKantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.txtKantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain242462https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26283/2/Kantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.txta4879d61041fca1e81c5d1962d6d13dfMD52THUMBNAILKantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.jpgKantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2824https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26283/3/Kantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.jpg90fc168c2678c70e41e6c9a9113abff9MD53TEXTKantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.txtKantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain242462https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26283/2/Kantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.txta4879d61041fca1e81c5d1962d6d13dfMD52THUMBNAILKantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.jpgKantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg2824https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/26283/3/Kantmalimpossibilidade_Santos_2018.pdf.jpg90fc168c2678c70e41e6c9a9113abff9MD53123456789/262832019-01-30 02:12:09.11oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/26283Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2019-01-30T05:12:09Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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