A atuação da burguesia agrária brasileira e a consolidação do poder político e econômico do agronegócio

• Autor(a) principal: Batista, Ederson Breno da Silva
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/53256
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS; questão agrária; hegemonia; burguesia agrária; agronegócio

O objetivo deste trabalho consiste em apreender a atuação da burguesia agrária para a manutenção da hegemonia do agronegócio na realidade brasileira, partindo do enraizamento do modelo agroexportador de commodities que permeia as bases sócio-históricas e econômicas do Brasil desde o momento da colonização no século XVI, caracterizado pelo modelo plantation da agricultura, até o momento de soberania do agronegócio e do capital mundializado e financeirizado. Compreende-se que a principal face da classe dominante nacional é a burguesia agrária, principalmente em virtude do protagonismo do agronegócio nos momentos de crise, quando é necessário gerar saldo positivo na balança de comércio externo e, desse modo, ocasionando o processo de reprimarização da economia e a tendência histórica de centralização da exportação de produtos básicos ou matérias-primas. Para essa análise, o trabalho está ancorado na perspectiva teórico-metodológica crítica do materialismo-dialético com a finalidade de se obter uma maior aproximação teórica com o objeto de estudo apresentado, tendo como metodologia uma pesquisa qualitativa com revisão bibliográfica. Foi identificado que a hegemonia de classe da burguesia agrária brasileira é construída mediante a atuação do capital transnacional no campo, ancorado na financeirização e aliado ao latifúndio monopolizador da terra, que resulta em seu amplo poder econômico. Tal aliança entre o capital transnacional, financeiro e os grandes proprietários de terra resulta na captura do Estado brasileiro para favorecer os interesses da burguesia agrária, configurando-se um verdadeiro lobby ruralista nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Portanto, essa hegemonia resulta na exploração descontrolada da terra, dos recursos naturais e do trabalhador rural, que aprofunda as desigualdades e a miséria, além de inviabilizar a luta dos movimentos populares pela Reforma Agrária.