Intervenção fisioterapêutica intraparto e sua repercussão nas variáveis obstétricas e neonatais: um estudo transversal
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45884 |
Resumo: | Introdução: Ainda é incipiente na literatura o escopo de evidências científicas que fundamentam a intervenção fisioterapêutica na assistência obstétrica. Objetivo: A dissertação abrange dois estudos, o primeiro teve por objetivo comparar os desfechos obstétricos de mulheres submetidas à fisioterapia durante o trabalho de parto (TP) com aquelas que não receberam tal assistência e associar os métodos não-farmacológicos (MNF) às fases do TP; e o segundo foi verificar a relação entre a atuação fisioterapêutica intraparto, o trauma perineal, variáveis obstétricas e neonatais. Métodos: Estudo transversal observacional analítico, realizado no Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, com parturientes entre 18 a 40 anos, com graus variados de paridade, feto único e idade gestacional entre 37 e 42 semanas de gestação. No primeiro artigo foram coletados dados de 118 mulheres, as variáveis dependentes foram duração do TP e do período expulsivo e as variáveis independentes foram recursos fisioterapêuticos intraparto. Utilizaram-se os testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, a fim de comparar os resultados obstétricos observados. No segundo estudo, coletaram-se dados de 171 mulheres, a variável dependente foi o trauma perineal (episiotomia e lacerações perineais espontâneas) e as variáveis independentes foram: intervenção fisioterapêutica intraparto, recursos fisioterapêuticos, variáveis obstétricas, sociodemográficas e neonatais. Realizou-se análise bivariada (Qui-quadrado) entre a variável dependente e as independentes e aplicou-se Regressão Logística Binária para verificar se as variáveis independentes seriam preditoras de trauma perineal. Para todas as análises adotou-se um nível de significância de p<0,05. Resultados: Quando comparado os desfechos obstétricos de mulheres submetidas à fisioterapia durante o TP com aquelas que não receberam tal assistência foi observado que não houve diferenças estatisticamente significativas quanto à duração do TP e período expulsivo entre os grupos com acompanhamento fisioterapêutico e sem esta assistência, nas fases ativa (p=0,14) e latente (p=0,80). No entanto, houve uma maior frequência de aplicação de MNF pelas mulheres acompanhadas por fisioterapeutas. Quando verificou a relação entre a atuação fisioterapêutica intraparto, o trauma perineal, variáveis obstétricas e neonatais, observou-se associação significativa entre trauma perineal versus: respiração lenta e profunda no período expulsivo (p=0,026), gestações anteriores (p=0,001) e número de partos vaginais (PV) (p=0,001). Na análise multivariada, observou-se diminuição do trauma perineal em 59,8% (OR: 0,402 IC95%: 0,164; 0,982) nas mulheres que receberam orientação respiratória no período expulsivo por fisioterapeutas, ao passo que, mulheres com até dois PV tem 5,38 (OR: 5,380 IC95%: 1,817; 15,926) vezes mais chances de apresentar trauma perineal quando comparadas àquelas com mais de dois PV. Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que parturientes acompanhadas por fisioterapeutas no TP apresentaram mais acessso a recursos não-farmacológicos e que técnicas respiratórias orientadas por estes profissionais no período expulsivo parecem repercutir positivamente sobre o assoalho pélvico de parturientes de baixo risco ou risco habitual. |
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Objetivo: A dissertação abrange dois estudos, o primeiro teve por objetivo comparar os desfechos obstétricos de mulheres submetidas à fisioterapia durante o trabalho de parto (TP) com aquelas que não receberam tal assistência e associar os métodos não-farmacológicos (MNF) às fases do TP; e o segundo foi verificar a relação entre a atuação fisioterapêutica intraparto, o trauma perineal, variáveis obstétricas e neonatais. Métodos: Estudo transversal observacional analítico, realizado no Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, com parturientes entre 18 a 40 anos, com graus variados de paridade, feto único e idade gestacional entre 37 e 42 semanas de gestação. No primeiro artigo foram coletados dados de 118 mulheres, as variáveis dependentes foram duração do TP e do período expulsivo e as variáveis independentes foram recursos fisioterapêuticos intraparto. Utilizaram-se os testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, a fim de comparar os resultados obstétricos observados. No segundo estudo, coletaram-se dados de 171 mulheres, a variável dependente foi o trauma perineal (episiotomia e lacerações perineais espontâneas) e as variáveis independentes foram: intervenção fisioterapêutica intraparto, recursos fisioterapêuticos, variáveis obstétricas, sociodemográficas e neonatais. Realizou-se análise bivariada (Qui-quadrado) entre a variável dependente e as independentes e aplicou-se Regressão Logística Binária para verificar se as variáveis independentes seriam preditoras de trauma perineal. Para todas as análises adotou-se um nível de significância de p<0,05. Resultados: Quando comparado os desfechos obstétricos de mulheres submetidas à fisioterapia durante o TP com aquelas que não receberam tal assistência foi observado que não houve diferenças estatisticamente significativas quanto à duração do TP e período expulsivo entre os grupos com acompanhamento fisioterapêutico e sem esta assistência, nas fases ativa (p=0,14) e latente (p=0,80). No entanto, houve uma maior frequência de aplicação de MNF pelas mulheres acompanhadas por fisioterapeutas. Quando verificou a relação entre a atuação fisioterapêutica intraparto, o trauma perineal, variáveis obstétricas e neonatais, observou-se associação significativa entre trauma perineal versus: respiração lenta e profunda no período expulsivo (p=0,026), gestações anteriores (p=0,001) e número de partos vaginais (PV) (p=0,001). Na análise multivariada, observou-se diminuição do trauma perineal em 59,8% (OR: 0,402 IC95%: 0,164; 0,982) nas mulheres que receberam orientação respiratória no período expulsivo por fisioterapeutas, ao passo que, mulheres com até dois PV tem 5,38 (OR: 5,380 IC95%: 1,817; 15,926) vezes mais chances de apresentar trauma perineal quando comparadas àquelas com mais de dois PV. Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que parturientes acompanhadas por fisioterapeutas no TP apresentaram mais acessso a recursos não-farmacológicos e que técnicas respiratórias orientadas por estes profissionais no período expulsivo parecem repercutir positivamente sobre o assoalho pélvico de parturientes de baixo risco ou risco habitual.Introduction: The scope of scientific evidence supporting physical therapy intervention in obstetric care is still incipient in the literature. Objective: The dissertation comprises two studies, the first aimed to compare the obstetric outcomes of women undergoing physical therapy during labor (PT) with those who did not receive such assistance and to associate nonpharmacological methods (NFM) with the phases of TP; and the second was to verify the relationship between intrapartum physical therapy, perineal trauma, obstetric and neonatal variables. Methods: Cross-sectional analytical observational study, carried out at the Ana Bezerra University Hospital (HUAB), Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brazil, with parturient women aged between 18 and 40 years, with varying degrees of parity, single fetus and gestational age between 37 and 42 weeks of gestation. In the first article, data from 118 women were collected, the dependent variables were duration of labor and the expulsion period, and the independent variables were intrapartum physical therapy resources. The Kruskal-Wallis and Mann-Whitney tests were used to compare the observed obstetric results. In the second study, data were collected from 171 women, the dependent variable was perineal trauma (episiotomy and spontaneous perineal lacerations) and the independent variables were: intrapartum physical therapy intervention, physical therapy resources, obstetric, sociodemographic and neonatal variables. A bivariate analysis (chi-square) was performed between the dependent and independent variables, and Binary Logistic Regression was applied to verify whether the independent variables would be predictors of perineal trauma. For all analyses, a significance level of p<0.05 was adopted. Results: When comparing the obstetric outcomes of women undergoing physical therapy during RT with those who did not receive such assistance, it was observed that there were no statistically significant differences regarding the duration of RT and expulsion period between the groups with physical therapy monitoring and without this assistance, in the active (p=0.14) and latent (p=0.80) phases. However, there was a higher frequency of application of MNF by women accompanied by physical therapists. When the relationship between intrapartum physical therapy, perineal trauma, obstetric and neonatal variables was verified, a significant association was observed between perineal trauma versus: slow and deep breathing in the expulsive period (p=0.026), previous pregnancies (p=0.001) and number of vaginal deliveries (PV) (p=0.001). In the multivariate analysis, a 59.8% decrease in perineal trauma was observed (OR: 0.402 95%CI: 0.164; 0.982) in women who received respiratory guidance during the expulsion period by physical therapists, whereas women with up to two PV have 5 .38 (OR: 5.380 95%CI: 1.817; 15.926) times more likely to have perineal trauma when compared to those with more than two PV. Conclusion: The results of this study suggest that parturients accompanied by physical therapists during PD had more access to nonpharmacological resources and that breathing techniques guided by these professionals during the expulsion period seem to have a positive impact on the pelvic floor of low-risk or usual-risk parturients.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃOUFRNBrasilTrabalho de partoPrimeiro estágio do trabalho de partoSegundo estágio do trabalho de partoTécnicas de FisioterapiaLaceraçõesAssoalho pélvicoIntervenção fisioterapêutica intraparto e sua repercussão nas variáveis obstétricas e neonatais: um estudo transversalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALIntervencaofisioterapeuticaintraparto_Melo_2021.pdfapplication/pdf2888369https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/45884/1/Intervencaofisioterapeuticaintraparto_Melo_2021.pdf60a8c4bffd1650743365f3e78ed97ba0MD51123456789/458842022-05-02 12:13:19.367oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/45884Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-05-02T15:13:19Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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Introdução: Ainda é incipiente na literatura o escopo de evidências científicas que fundamentam a intervenção fisioterapêutica na assistência obstétrica. Objetivo: A dissertação abrange dois estudos, o primeiro teve por objetivo comparar os desfechos obstétricos de mulheres submetidas à fisioterapia durante o trabalho de parto (TP) com aquelas que não receberam tal assistência e associar os métodos não-farmacológicos (MNF) às fases do TP; e o segundo foi verificar a relação entre a atuação fisioterapêutica intraparto, o trauma perineal, variáveis obstétricas e neonatais. Métodos: Estudo transversal observacional analítico, realizado no Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), Santa Cruz, Rio Grande do Norte, Brasil, com parturientes entre 18 a 40 anos, com graus variados de paridade, feto único e idade gestacional entre 37 e 42 semanas de gestação. No primeiro artigo foram coletados dados de 118 mulheres, as variáveis dependentes foram duração do TP e do período expulsivo e as variáveis independentes foram recursos fisioterapêuticos intraparto. Utilizaram-se os testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, a fim de comparar os resultados obstétricos observados. No segundo estudo, coletaram-se dados de 171 mulheres, a variável dependente foi o trauma perineal (episiotomia e lacerações perineais espontâneas) e as variáveis independentes foram: intervenção fisioterapêutica intraparto, recursos fisioterapêuticos, variáveis obstétricas, sociodemográficas e neonatais. Realizou-se análise bivariada (Qui-quadrado) entre a variável dependente e as independentes e aplicou-se Regressão Logística Binária para verificar se as variáveis independentes seriam preditoras de trauma perineal. Para todas as análises adotou-se um nível de significância de p<0,05. Resultados: Quando comparado os desfechos obstétricos de mulheres submetidas à fisioterapia durante o TP com aquelas que não receberam tal assistência foi observado que não houve diferenças estatisticamente significativas quanto à duração do TP e período expulsivo entre os grupos com acompanhamento fisioterapêutico e sem esta assistência, nas fases ativa (p=0,14) e latente (p=0,80). No entanto, houve uma maior frequência de aplicação de MNF pelas mulheres acompanhadas por fisioterapeutas. Quando verificou a relação entre a atuação fisioterapêutica intraparto, o trauma perineal, variáveis obstétricas e neonatais, observou-se associação significativa entre trauma perineal versus: respiração lenta e profunda no período expulsivo (p=0,026), gestações anteriores (p=0,001) e número de partos vaginais (PV) (p=0,001). Na análise multivariada, observou-se diminuição do trauma perineal em 59,8% (OR: 0,402 IC95%: 0,164; 0,982) nas mulheres que receberam orientação respiratória no período expulsivo por fisioterapeutas, ao passo que, mulheres com até dois PV tem 5,38 (OR: 5,380 IC95%: 1,817; 15,926) vezes mais chances de apresentar trauma perineal quando comparadas àquelas com mais de dois PV. Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que parturientes acompanhadas por fisioterapeutas no TP apresentaram mais acessso a recursos não-farmacológicos e que técnicas respiratórias orientadas por estes profissionais no período expulsivo parecem repercutir positivamente sobre o assoalho pélvico de parturientes de baixo risco ou risco habitual. |
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