Preservação da fertilidade em pacientes oncológicos: métodos e aplicações

• Autor(a) principal: Cruz, Beatriz de Araújo
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
• Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54361
• topic: Reprodução humana assistida; Assisted human reproduction; Câncer; Cancer; Oncofertilidade; Oncofertility; Criopreservação; Cryopreservation

O câncer é uma doença mutagênica que necessita de tratamentos a base de alquilantes ou radiação ionizante para inibir a proliferação desordenada da malignidade, afetando também tecidos saudáveis do organismo. A incidência dessas terapias nos tecidos gonadais podem implicar em quadro de infertilidade. Nessa perspectiva, realizou-se uma revisão de literatura fazendo-se um levantamento das técnicas de preservação de fertilidade mais empregadas em pacientes oncológicos, bem como quanto aos benefícios aplicados ao quadro clínico de cada paciente. Foram utilizadas duas bases de dados, PubMed e Web of Science, selecionando estudos clínicos através de duas estratégias de busca “Fertility preservation” OR oncofertility AND “ovar*” para pacientes femininos e "Fertility preservation" OR "oncofertility" OR "cancer" AND "sperm*" OR "testicle" para pacientes masculinos, obtendo-se 9 e 6 resultados selecionados, respectivamente. Os resultados apontaram a criopreservação de oócitos como a técnica mais citada para pacientes femininos, sendo o câncer de mama o de maior incidência nestes estudos; e criopreservação de sêmen como a técnica mais citada para pacientes masculinos, sendo o câncer de testículo o de maior incidência nos pacientes avaliados. Os resultados desta revisão destacam ainda a importância da estimulação hormonal previamente à coleta dos oócitos a serem criopreservados, ao mesmo tempo em que se chama atenção quanto a possíveis efeitos adversos a pacientes com canceres hormônio-dependentes. Destaca-se ainda a dificuldade em se acompanhar os pacientes por longos prazos, o que pode explicar a ocorrência de desfechos distintos frente à aplicação das diferentes técnicas, quando se busca rastrear suas taxas de sucesso em se obter uma gestação ao término do tratamento oncológico. Fica evidente, portanto, a importância da associação de técnicas de reprodução assistida à preservação da fertilidade, visando diminuir os impactos sofridos pelo paciente oncológico durante um tratamento potencialmente gonadotóxico e proporcionar bem-estar e perspectivas futuras positivas a estes pacientes, quanto ao desejo de constituir uma família a partir de seus próprios gametas.