Relações pessoa-ambiente na América Latina: perspectivas críticas, territorialidades e resistências

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Farias, Tadeu Mattos
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Olekszechen, Nikolas, Brito, Monique Araújo de Medeiros
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45356
Resumo: A configuração social, espacial e histórica da América Latina tem sido pautada no âmbito da Associação Brasileira de Psicologia Social e em seus Encontros Nacionais. Nos XIX e XX Encontros Nacionais da Associação Brasileira de Psicologia Social, realizamos encontros do Grupo de Trabalho intitulado "Relações pessoa-ambiente: territorialidades e criação de espaços de resistência”. Em 2017, o foco esteve nas estratégias de resistência derivadas da tensão entre processos psicossociais (como identificação, subjetivação, apropriação do espaço) com contextos sociofísicos específicos (cidade, campo, comunidades, bairros etc.). A pluralidade de referenciais teórico-metodológicos que davam contornos aos estudos pessoa-ambiente na perspectiva da psicologia social crítica foi nosso foco. Naquele momento, as discussões giraram em torno de três aspectos: relações urbanas, cujo foco foi a relação de pessoas em situação de rua com os locais onde vivem, modos de socialização de jovens em contexto de violência urbana e a ressignificação da relação entre pessoas em sofrimento psíquico grave e os espaços públicos; ruralidades, congregando trabalhos a respeito da intersecção entre urbanidades e ruralidades, assim como processos participativos de comunidades em licenciamento ambiental e; comunidades tradicionais, com destaque para os trabalhos realizados a respeito do vínculo entre moradores de quilombos, bairros e residências e o local onde habitam. A pluralidade teórica e metodológica na condução dos estudos ficou como uma marca do encontro, contemplando métodos participativos, como a etnografia e a observação participante, e analisados à luz de referenciais que possuíam o cerne na crítica social, como aqueles de natureza materialista histórica e dialética e pós-estruturalista. Frente ao resultado bastante satisfatório dos debates no Encontro de 2017, em 2019 buscamos aprofundar as discussões. Nesse caso, identificando estratégias de ocupação/produção dos territórios de identidade e pertencimento cultural e social, bem como as formas de resistência aos processos de expropriação de territórios e criminalização dos movimentos sociais envolvidos nessa luta pelos direitos sociais e ambientais, com foco nas experiências de pesquisa, atuação, e/ou artístico-culturais em tais contextos. Foi a partir desses debates, de sua pertinência e potência crítica, que fizemos a proposta de organização deste livro. Trata-se, para nós, de uma ferramenta para a consolidação dos referenciais críticos da psicologia social no campo dos estudos pessoa-ambiente, buscando expor a multiplicidade de referenciais teóricos, epistemológicos e metodológicos que configuram nosso terreno comum. Território e resistência são temas indissociáveis da história da América Latina. Desde a invasão colonial, o embate entre as forças de incorporação e submissão do continente ao capitalismo - seja em seu estágio nascente mercantilista, seja em suas posteriores etapas e reconfigurações - e aquelas que resistiram e ainda resistem seus modos de vida, e/ou buscaram transformar as sociedades locais em direção à emancipação, ditaram a forma de produzir os mais diversos espaços, do campo à cidade. Junto às forças político-econômicas do capital, a racialização da sociedade para subjugação dos povos não brancos, o modelo patriarcal, hetero e cisnormativo, vinculado à centralidade do modelo de família burguesa, foram produtos de exportação colonialista que também passaram a dinamizar a configuração de territórios, modos de vida, subjetividades, e, por consequência, tornaram-se também objeto de denúncia e resistência ao longo dessa história. A busca pelo saqueio de bens naturais, por mão de obra a ser escravizada e/ou superexplorada, conjugada a uma divisão sexual, de gênero e racial da sociedade, marcam o desenho social e ambiental dos mais diversos territórios do continente, produzindo espaços desiguais e opressivos, em termos de classe, raça, etnia e gênero. Ao mesmo tempo, essa história é também dos povos e grupos que buscam até hoje resistir, reinventar territórios, lutar contra a subjugação socio-territorial e garantir outros modos de viver e outros modelos de sociabilidade. A produção sociopolítica dos territórios e lugares de vida é um tema que vem recebendo atenção de pesquisadores(as) de distintos campos da psicologia. As lutas por moradia, pelo direito à cidade, pela reforma agrária, pelo direito à segurança alimentar dos povos, pelo direito à vida e ao livre exercício da cultura pelos povos originários e povos das periferias, por uma relação com o espaço e com a natureza não submetida aos imperativos do lucro, contra as intervenções territoriais imperialistas, possuem em comum o constante tensionamento entre as formas hegemônicas de produzir territórios e modos de vida e os grupos que lutam para não serem submetidos ou por outros modos de produzir os lugares. A proposta deste livro está situada no compromisso conjunto com a articulação de ações e agendas de pesquisa/intervenção sobre a ideia de territorialidades e espaços de resistência no âmbito da psicologia social. Se as crises e críticas à psicologia social hegemônica de décadas atrás nos renderam uma psicologia social (ou psicologias sociais) que buscou se distanciar criticamente dos referenciais incorporados da Europa e Estados Unidos e voltar-se para a realidade latinoamericana, produzindo teoria e prática implicadas com essa realidade, processo do qual a própria ABRAPSO é parte, é possível dizer que o aspecto territorial/espacial dessa realidade não foi o foco das reflexões, sendo em geral negligenciado. Nesse sentido, pensar território e resistências socioespaciais está em consonância com a proposta do XXI Encontro Nacional da ABRAPSO, apontando para a história da psicologia social, mas sobretudo para as críticas do presente e estratégias de luta. Nesse sentido, especialmente pensando uma psicologia social articulada com as lutas que possuem o território como elemento central, seja no campo ou na cidade. Por seu turno, a psicologia ambiental, área que explicitamente advoga tal aspecto espacial para o centro de suas reflexões psicossociais, não fez parte do processo de virada crítica dos anos 1970/1980 na psicologia (com destaque para a psicologia social altinoamericana), e tem sua história no continente ainda hegemonizada pelos referenciais trazidos da realidade euro-estadunidense, inclusive abraçando referenciais teórico-metodológicos, teorias e modelos explicativos da psicologia social já criticados largamente ao longo das transformações desse campo na América Latina. Dessa maneira, nosso propósito neste livro foi o de agregar pesquisadores(as) que vêm tentando fazer frente a esses limites, amalgamando território e crítica. O livro traz análises sobre fenômenos de natureza socioespacial articulados com contextos específicos, no sentido de compreender suas reverberações para os coletivos envolvidos, as estratégias metodológicas utilizadas nas investigações e intervenções sobre esses fenômenos, os desafios colocados para a psicologia social crítica a partir da análise das territorialidades, e proporcionar compartilhamento e publicização de formas de resistência nesses territórios atravessados por forças de dominação referentes à dinâmica do capital e às estruturas de opressão de classe, raça, etnia e gênero. Ademais, nosso intuito foi conjugar experiências de pesquisadores(as) da América Latina e Caribe, a fim de reforçar a singularidade das estratégias de resistência coletivas produzidas na perspectiva do sul global, das realidades periféricas e dependentes, e que fazem frente aos processos globais de dominação perpetrados a partir do centro capitalista. Nesse sentido, é importante considerar que aqui entendemos como perspectivas críticas aquelas que assumem a não neutralidade do fazer científico, e que colocam o horizonte da transformação social e da emancipação humana como dimensão da práxis científica. Os capítulos presentes no livro foram escritos por participantes dos encontros do GT nos Encontros supracitados e outros(as) convidados(as), e conta com um caráter regionalmente múltiplo, em termos de Brasil e de América Latina. O livro está dividido em duas partes, que correspondem a dois eixos temáticos. A primeira, Descolonizando saberes: perspectivas críticas para as relações pessoa-ambiente a partir do Sul Global, articula trabalhos que possuem como foco apresentar e discutir perspectivas epistemológicas e teórico-metodológicas críticas no campo da psicologia social/ambiental sobre o território e as relações pessoa-ambiente, visando à compreensão das relações socioespaciais no contexto de capitalismo periférico. Os capítulos nesta seção são contribuições que apresentam perspectivas teóricas descolonizadoras/anticapitalistas para o estudo das relações pessoa-ambiente, e partem de uma compreensão política e social dos fenômenos socioespaciais. Na segunda parte, Territorialidades e práxis de resistência no campo e na cidade, estão trabalhos que possuem como foco a apresentação, discussão e análise de práxis de resistência de coletivos, comunidades, movimentos sociais, que mobilizam os sentidos e significados dos territórios no enfrentamento às diversas formas de dominação nos âmbitos macro e micropolíticos, sinalizando para potencialidades locais e protagonismos insurgentes. Esses trabalhos destacam as diferentes maneiras de habitar/ocupar os lugares e evidenciam a tensão entre vulnerabilidades e potencialidades locais na criação da vida cotidiana, e nas lutas sociais que possuem o território como atravessamento. Se é impossível dizer que em algum momento da história latino-americana, as lutas acima referidas cessaram, também podemos afirmar que há momentos em que a história parece abrir horizontes disruptivos em que a ação desses povos em luta pode nos levar para novos caminhos. América Latina e Caribe fervilham nos últimos anos entre ascensão reacionária conjugada com projetos neoliberais antissociais, golpes de Estado e levantes populares das massas oprimidas e exploradas, do Haiti ao Chile, passando por Equador, Bolívia e Colômbia. É só a luta dessas massas que pode efetivamente transformar a realidade. Mas a produção teórico-científica que tenha a crítica por exercício deve proceder no sentido de se conectar a essa realidade, nesse caso, a realidade dos povos latinoamericanos, e se aliar a suas necessidades emancipatórias. Fazer a crítica do presente, da realidade social e da psicologia, mas sobretudo estar pensando junto com os povos em luta para transformar essa realidade. O presente livro é uma humilde contribuição para quem deseja estudar e refletir sobre nossos territórios e suas resistências, em diálogo com a psicologia, ao mesmo tempo crítica e territorializada
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Naquele momento, as discussões giraram em torno de três aspectos: relações urbanas, cujo foco foi a relação de pessoas em situação de rua com os locais onde vivem, modos de socialização de jovens em contexto de violência urbana e a ressignificação da relação entre pessoas em sofrimento psíquico grave e os espaços públicos; ruralidades, congregando trabalhos a respeito da intersecção entre urbanidades e ruralidades, assim como processos participativos de comunidades em licenciamento ambiental e; comunidades tradicionais, com destaque para os trabalhos realizados a respeito do vínculo entre moradores de quilombos, bairros e residências e o local onde habitam. A pluralidade teórica e metodológica na condução dos estudos ficou como uma marca do encontro, contemplando métodos participativos, como a etnografia e a observação participante, e analisados à luz de referenciais que possuíam o cerne na crítica social, como aqueles de natureza materialista histórica e dialética e pós-estruturalista. Frente ao resultado bastante satisfatório dos debates no Encontro de 2017, em 2019 buscamos aprofundar as discussões. Nesse caso, identificando estratégias de ocupação/produção dos territórios de identidade e pertencimento cultural e social, bem como as formas de resistência aos processos de expropriação de territórios e criminalização dos movimentos sociais envolvidos nessa luta pelos direitos sociais e ambientais, com foco nas experiências de pesquisa, atuação, e/ou artístico-culturais em tais contextos. Foi a partir desses debates, de sua pertinência e potência crítica, que fizemos a proposta de organização deste livro. Trata-se, para nós, de uma ferramenta para a consolidação dos referenciais críticos da psicologia social no campo dos estudos pessoa-ambiente, buscando expor a multiplicidade de referenciais teóricos, epistemológicos e metodológicos que configuram nosso terreno comum. Território e resistência são temas indissociáveis da história da América Latina. Desde a invasão colonial, o embate entre as forças de incorporação e submissão do continente ao capitalismo - seja em seu estágio nascente mercantilista, seja em suas posteriores etapas e reconfigurações - e aquelas que resistiram e ainda resistem seus modos de vida, e/ou buscaram transformar as sociedades locais em direção à emancipação, ditaram a forma de produzir os mais diversos espaços, do campo à cidade. 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Por seu turno, a psicologia ambiental, área que explicitamente advoga tal aspecto espacial para o centro de suas reflexões psicossociais, não fez parte do processo de virada crítica dos anos 1970/1980 na psicologia (com destaque para a psicologia social altinoamericana), e tem sua história no continente ainda hegemonizada pelos referenciais trazidos da realidade euro-estadunidense, inclusive abraçando referenciais teórico-metodológicos, teorias e modelos explicativos da psicologia social já criticados largamente ao longo das transformações desse campo na América Latina. Dessa maneira, nosso propósito neste livro foi o de agregar pesquisadores(as) que vêm tentando fazer frente a esses limites, amalgamando território e crítica. O livro traz análises sobre fenômenos de natureza socioespacial articulados com contextos específicos, no sentido de compreender suas reverberações para os coletivos envolvidos, as estratégias metodológicas utilizadas nas investigações e intervenções sobre esses fenômenos, os desafios colocados para a psicologia social crítica a partir da análise das territorialidades, e proporcionar compartilhamento e publicização de formas de resistência nesses territórios atravessados por forças de dominação referentes à dinâmica do capital e às estruturas de opressão de classe, raça, etnia e gênero. Ademais, nosso intuito foi conjugar experiências de pesquisadores(as) da América Latina e Caribe, a fim de reforçar a singularidade das estratégias de resistência coletivas produzidas na perspectiva do sul global, das realidades periféricas e dependentes, e que fazem frente aos processos globais de dominação perpetrados a partir do centro capitalista. 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Junto às forças político-econômicas do capital, a racialização da sociedade para subjugação dos povos não brancos, o modelo patriarcal, hetero e cisnormativo, vinculado à centralidade do modelo de família burguesa, foram produtos de exportação colonialista que também passaram a dinamizar a configuração de territórios, modos de vida, subjetividades, e, por consequência, tornaram-se também objeto de denúncia e resistência ao longo dessa história. A busca pelo saqueio de bens naturais, por mão de obra a ser escravizada e/ou superexplorada, conjugada a uma divisão sexual, de gênero e racial da sociedade, marcam o desenho social e ambiental dos mais diversos territórios do continente, produzindo espaços desiguais e opressivos, em termos de classe, raça, etnia e gênero. Ao mesmo tempo, essa história é também dos povos e grupos que buscam até hoje resistir, reinventar territórios, lutar contra a subjugação socio-territorial e garantir outros modos de viver e outros modelos de sociabilidade. A produção sociopolítica dos territórios e lugares de vida é um tema que vem recebendo atenção de pesquisadores(as) de distintos campos da psicologia. As lutas por moradia, pelo direito à cidade, pela reforma agrária, pelo direito à segurança alimentar dos povos, pelo direito à vida e ao livre exercício da cultura pelos povos originários e povos das periferias, por uma relação com o espaço e com a natureza não submetida aos imperativos do lucro, contra as intervenções territoriais imperialistas, possuem em comum o constante tensionamento entre as formas hegemônicas de produzir territórios e modos de vida e os grupos que lutam para não serem submetidos ou por outros modos de produzir os lugares. A proposta deste livro está situada no compromisso conjunto com a articulação de ações e agendas de pesquisa/intervenção sobre a ideia de territorialidades e espaços de resistência no âmbito da psicologia social. Se as crises e críticas à psicologia social hegemônica de décadas atrás nos renderam uma psicologia social (ou psicologias sociais) que buscou se distanciar criticamente dos referenciais incorporados da Europa e Estados Unidos e voltar-se para a realidade latinoamericana, produzindo teoria e prática implicadas com essa realidade, processo do qual a própria ABRAPSO é parte, é possível dizer que o aspecto territorial/espacial dessa realidade não foi o foco das reflexões, sendo em geral negligenciado. Nesse sentido, pensar território e resistências socioespaciais está em consonância com a proposta do XXI Encontro Nacional da ABRAPSO, apontando para a história da psicologia social, mas sobretudo para as críticas do presente e estratégias de luta. Nesse sentido, especialmente pensando uma psicologia social articulada com as lutas que possuem o território como elemento central, seja no campo ou na cidade. Por seu turno, a psicologia ambiental, área que explicitamente advoga tal aspecto espacial para o centro de suas reflexões psicossociais, não fez parte do processo de virada crítica dos anos 1970/1980 na psicologia (com destaque para a psicologia social altinoamericana), e tem sua história no continente ainda hegemonizada pelos referenciais trazidos da realidade euro-estadunidense, inclusive abraçando referenciais teórico-metodológicos, teorias e modelos explicativos da psicologia social já criticados largamente ao longo das transformações desse campo na América Latina. Dessa maneira, nosso propósito neste livro foi o de agregar pesquisadores(as) que vêm tentando fazer frente a esses limites, amalgamando território e crítica. O livro traz análises sobre fenômenos de natureza socioespacial articulados com contextos específicos, no sentido de compreender suas reverberações para os coletivos envolvidos, as estratégias metodológicas utilizadas nas investigações e intervenções sobre esses fenômenos, os desafios colocados para a psicologia social crítica a partir da análise das territorialidades, e proporcionar compartilhamento e publicização de formas de resistência nesses territórios atravessados por forças de dominação referentes à dinâmica do capital e às estruturas de opressão de classe, raça, etnia e gênero. Ademais, nosso intuito foi conjugar experiências de pesquisadores(as) da América Latina e Caribe, a fim de reforçar a singularidade das estratégias de resistência coletivas produzidas na perspectiva do sul global, das realidades periféricas e dependentes, e que fazem frente aos processos globais de dominação perpetrados a partir do centro capitalista. Nesse sentido, é importante considerar que aqui entendemos como perspectivas críticas aquelas que assumem a não neutralidade do fazer científico, e que colocam o horizonte da transformação social e da emancipação humana como dimensão da práxis científica. Os capítulos presentes no livro foram escritos por participantes dos encontros do GT nos Encontros supracitados e outros(as) convidados(as), e conta com um caráter regionalmente múltiplo, em termos de Brasil e de América Latina. O livro está dividido em duas partes, que correspondem a dois eixos temáticos. A primeira, Descolonizando saberes: perspectivas críticas para as relações pessoa-ambiente a partir do Sul Global, articula trabalhos que possuem como foco apresentar e discutir perspectivas epistemológicas e teórico-metodológicas críticas no campo da psicologia social/ambiental sobre o território e as relações pessoa-ambiente, visando à compreensão das relações socioespaciais no contexto de capitalismo periférico. Os capítulos nesta seção são contribuições que apresentam perspectivas teóricas descolonizadoras/anticapitalistas para o estudo das relações pessoa-ambiente, e partem de uma compreensão política e social dos fenômenos socioespaciais. Na segunda parte, Territorialidades e práxis de resistência no campo e na cidade, estão trabalhos que possuem como foco a apresentação, discussão e análise de práxis de resistência de coletivos, comunidades, movimentos sociais, que mobilizam os sentidos e significados dos territórios no enfrentamento às diversas formas de dominação nos âmbitos macro e micropolíticos, sinalizando para potencialidades locais e protagonismos insurgentes. Esses trabalhos destacam as diferentes maneiras de habitar/ocupar os lugares e evidenciam a tensão entre vulnerabilidades e potencialidades locais na criação da vida cotidiana, e nas lutas sociais que possuem o território como atravessamento. Se é impossível dizer que em algum momento da história latino-americana, as lutas acima referidas cessaram, também podemos afirmar que há momentos em que a história parece abrir horizontes disruptivos em que a ação desses povos em luta pode nos levar para novos caminhos. América Latina e Caribe fervilham nos últimos anos entre ascensão reacionária conjugada com projetos neoliberais antissociais, golpes de Estado e levantes populares das massas oprimidas e exploradas, do Haiti ao Chile, passando por Equador, Bolívia e Colômbia. É só a luta dessas massas que pode efetivamente transformar a realidade. Mas a produção teórico-científica que tenha a crítica por exercício deve proceder no sentido de se conectar a essa realidade, nesse caso, a realidade dos povos latinoamericanos, e se aliar a suas necessidades emancipatórias. Fazer a crítica do presente, da realidade social e da psicologia, mas sobretudo estar pensando junto com os povos em luta para transformar essa realidade. O presente livro é uma humilde contribuição para quem deseja estudar e refletir sobre nossos territórios e suas resistências, em diálogo com a psicologia, ao mesmo tempo crítica e territorializada
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