Resposta inflamatória uterina em éguas inseminadas com sêmen fresco e congelado de jumento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Caroline Spitz dos
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRRJ
Texto Completo: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14233
Resumo: Este estudo objetivou caracterizar a resposta inflamatória uterina de éguas após a inseminação com sêmen fresco e congelado de jumento. Sete éguas foram submetidas as inseminações artificial com sêmen fresco (G1) e congelado (G2) por dois ciclos estrais. A resposta inflamatória uterina foi avaliada por ultrassonografia, swab e citologia uterina realizadas antes (T1), quatro horas (T2) e 24 horas após as inseminações (T3). As análises estatísticas foram realizadas por meio do teste de Qui-quadrado e ANOVA, e a correlação de Pearson. A ultrassonografia em T1 não revelou acúmulos de fluido intra-uterino, porém, em T2 e T3 houve acúmulos menores que 20,0 mm, não havendo diferença significativa entre G1 e G2 (p>0,05). Houve diferença significativa entre T1 e os demais momentos de coleta (p<0,001), demonstrando que após a inseminação o acúmulo de fluido uterino observado para ambos os grupos foi atribuído à resposta inflamatória ao sêmen. As amostras de swab uterino em T1, 84,6% apresentaram crescimento, com maior freqüência de E. coli (41,6%) e Enterobacter sp. (61,5%) em G1 e G2 respectivamente. Em G1 (T2 e T3) houve predomínio de Streptococcus β-hemolítico (50,0 % e 37,5%, respectivamente). Em G2 (T2), Enterobacter sp. apresentou freqüência de 50,0%, contudo o número de amostras negativas (66,7%) foi maior que em T1, e em T3, a freqüência de Enterobacter sp. foi de 87,5%. A análise de regressão linear (R2 = 0,3251) das amostras avaliados em T1, T2 e T3 e o traçado em declínio da linha de tendência, demonstraram que houve redução no número de amostras positivas e o predomínio de amostras negativas em T2 e T3 em relação a T1. As amostras de citologia uterina em T1 apresentaram neutrófilos ≤ 5%. Em T2 o percentual de neutrófilos foi superior a 50% (G1 e G2), não apresentando diferença (p>0,05) entre os grupos. Em G1 T3, houve redução no percentual de neutrófilos observados em relação a T2 (p<0,001) para ambos os grupos. Sendo assim após 24 horas da inseminação a citologia demonstrou a redução significativa de neutrófilos, e que após 24 horas tem início o processo de resolução da inflamação. A correlação de Pearson entre os achados de ultrassonografia e bacteriologia demonstraram não haver uma associação (r= -0,03324) entre os dois testes quanto a avaliação da condição uterina, uma vez que um grande número de amostras foi positiva na bacteriologia e negativa a ultrassonografia, o mesmo foi visto em relação a citologia e ultrassonografia (r = - 0,09017), indicando que a ultrassonografia só é positiva quando a inflamação é intensa. A análise entre os testes de citologia e bacteriologia também apresentaram correlação negativa (r= -0,06757), demonstrando que as bactérias isoladas não constituíram um estímulo antigênico suficiente para elevar a contagem de neutrófilos na citologia. Portanto, a presença do espermatozoide no lúmen uterino provocou uma resposta inflamatória semelhante ao que é observada com sêmen eqüino.
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As análises estatísticas foram realizadas por meio do teste de Qui-quadrado e ANOVA, e a correlação de Pearson. A ultrassonografia em T1 não revelou acúmulos de fluido intra-uterino, porém, em T2 e T3 houve acúmulos menores que 20,0 mm, não havendo diferença significativa entre G1 e G2 (p>0,05). Houve diferença significativa entre T1 e os demais momentos de coleta (p<0,001), demonstrando que após a inseminação o acúmulo de fluido uterino observado para ambos os grupos foi atribuído à resposta inflamatória ao sêmen. As amostras de swab uterino em T1, 84,6% apresentaram crescimento, com maior freqüência de E. coli (41,6%) e Enterobacter sp. (61,5%) em G1 e G2 respectivamente. Em G1 (T2 e T3) houve predomínio de Streptococcus β-hemolítico (50,0 % e 37,5%, respectivamente). Em G2 (T2), Enterobacter sp. apresentou freqüência de 50,0%, contudo o número de amostras negativas (66,7%) foi maior que em T1, e em T3, a freqüência de Enterobacter sp. foi de 87,5%. A análise de regressão linear (R2 = 0,3251) das amostras avaliados em T1, T2 e T3 e o traçado em declínio da linha de tendência, demonstraram que houve redução no número de amostras positivas e o predomínio de amostras negativas em T2 e T3 em relação a T1. As amostras de citologia uterina em T1 apresentaram neutrófilos ≤ 5%. Em T2 o percentual de neutrófilos foi superior a 50% (G1 e G2), não apresentando diferença (p>0,05) entre os grupos. Em G1 T3, houve redução no percentual de neutrófilos observados em relação a T2 (p<0,001) para ambos os grupos. Sendo assim após 24 horas da inseminação a citologia demonstrou a redução significativa de neutrófilos, e que após 24 horas tem início o processo de resolução da inflamação. A correlação de Pearson entre os achados de ultrassonografia e bacteriologia demonstraram não haver uma associação (r= -0,03324) entre os dois testes quanto a avaliação da condição uterina, uma vez que um grande número de amostras foi positiva na bacteriologia e negativa a ultrassonografia, o mesmo foi visto em relação a citologia e ultrassonografia (r = - 0,09017), indicando que a ultrassonografia só é positiva quando a inflamação é intensa. A análise entre os testes de citologia e bacteriologia também apresentaram correlação negativa (r= -0,06757), demonstrando que as bactérias isoladas não constituíram um estímulo antigênico suficiente para elevar a contagem de neutrófilos na citologia. Portanto, a presença do espermatozoide no lúmen uterino provocou uma resposta inflamatória semelhante ao que é observada com sêmen eqüino.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, Brasil.The purpose of this study was to characterize the uterine inflammatory response of mares post insemination with fresh and frozen donkey semen. Seven mares underwent artificial insemination with fresh semen (G1) and frozen (G2) for two estrous cycles. The uterine inflammatory response was assessed by ultrasonography, uterine swab and cytology performed before (T1), four hours (T2) and 24 hours post insemination (T3). Statistical analyzes were taken using the chi-square and ANOVA tests, and Pearson correlation. Ultrasonography in T1 did not show accumulation of intrauterine fluid, but in T2 and T3 there were buildups of less than 20,0 mm, without significant difference between G1 and G2 (p> 0,05). There were significant differences between T1 and the remaining moments (p <0,001), revealing that post insemination uterine fluid accumulation noted for either groups has been assigned to inflammatory response of semen. Uterine swab samples at T1, 85,7% showed growth with higher frequency of E. coli (46,2%) and Enterobacter sp. (64,3%) in G1 and G2 respectively. In G1T2 with a predominance of Streptococcus β-hemolytico (50.0%), whilst in T3, E. coli and Streptococcus β-hemolytic presented the same frequency of isolation (33,3%), and there was no growth in 42,9% of the samples. In G2 (T2), Enterobacter sp. presented frequency of 50,0%, nevertheless the number of negative samples (57,1%) was higher than T1. At T3, 35,7% of samples showed no growth, the frequency of Enterobacter sp. was 88,9%. The linear regression analysis (R2 = 0,3251) of the samples assessed in T1, T2 and T3 and the layout of the declining trend line, have demonstrated that there was a decrease in the number of positive samples and the predominance of negative samples at T2 and T3 about to T1. The uterine cytology samples T1 were ≤ 5% of neutrophils. In T2 the percentage of neutrophils was greater than 50,0% (G1 and G2), showing no significant difference (p> 0,05) between groups. In G1 T3, there was a reduction in the percentage of neutrophils observed for T2 (p<0,001) for both groups. Thus 24 hours after insemination cytology showed a significant reduction in neutrophils, and 24 hours after begining the process of resolution of inflammation. The Pearson correlation between findings of ultrasonography and bacteriology showed no association (r = -0,03324) among the two tests for the evaluation of the uterine condition, since a large amounts of samples were positive and negative bacteriology ultrasonography, it has been seen regarding cytology and ultrasonography (r = - 0,09017), indicating that the ultrasound is only positive when inflammation is intense. The analysis between cytology and bacteriology tests also showed negative correlation (r = -0,06757) indicating that the isolated bacteria were not an sufficient antigenic stimulus to raise the neutrophil count in cytology. Therefore, the presence of sperm in the uterine lumen caused an inflammatory response similar to that observed with equine semen.application/pdfporUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)UFRRJBrasilInstituto de Veterináriaendometritesêmen asininobacteriologiaendometritisasinine semenbacteriologyMedicina VeterináriaResposta inflamatória uterina em éguas inseminadas com sêmen fresco e congelado de jumentoUterine inflammatory response in mares inseminated with fresh and frozen donkey sêmeninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisAHMADI, M.R.; NAZIFI, S.; GHAISARI, H.R.; DAMEHY, M.; Evaluation of the cytology of uterus, vagina, and clitoris as predictor of condition in the mare. Comp. Clinic Pathology, v. 14, p. 186-190, 2006. 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description Este estudo objetivou caracterizar a resposta inflamatória uterina de éguas após a inseminação com sêmen fresco e congelado de jumento. Sete éguas foram submetidas as inseminações artificial com sêmen fresco (G1) e congelado (G2) por dois ciclos estrais. A resposta inflamatória uterina foi avaliada por ultrassonografia, swab e citologia uterina realizadas antes (T1), quatro horas (T2) e 24 horas após as inseminações (T3). As análises estatísticas foram realizadas por meio do teste de Qui-quadrado e ANOVA, e a correlação de Pearson. A ultrassonografia em T1 não revelou acúmulos de fluido intra-uterino, porém, em T2 e T3 houve acúmulos menores que 20,0 mm, não havendo diferença significativa entre G1 e G2 (p>0,05). Houve diferença significativa entre T1 e os demais momentos de coleta (p<0,001), demonstrando que após a inseminação o acúmulo de fluido uterino observado para ambos os grupos foi atribuído à resposta inflamatória ao sêmen. As amostras de swab uterino em T1, 84,6% apresentaram crescimento, com maior freqüência de E. coli (41,6%) e Enterobacter sp. (61,5%) em G1 e G2 respectivamente. Em G1 (T2 e T3) houve predomínio de Streptococcus β-hemolítico (50,0 % e 37,5%, respectivamente). Em G2 (T2), Enterobacter sp. apresentou freqüência de 50,0%, contudo o número de amostras negativas (66,7%) foi maior que em T1, e em T3, a freqüência de Enterobacter sp. foi de 87,5%. A análise de regressão linear (R2 = 0,3251) das amostras avaliados em T1, T2 e T3 e o traçado em declínio da linha de tendência, demonstraram que houve redução no número de amostras positivas e o predomínio de amostras negativas em T2 e T3 em relação a T1. As amostras de citologia uterina em T1 apresentaram neutrófilos ≤ 5%. Em T2 o percentual de neutrófilos foi superior a 50% (G1 e G2), não apresentando diferença (p>0,05) entre os grupos. Em G1 T3, houve redução no percentual de neutrófilos observados em relação a T2 (p<0,001) para ambos os grupos. Sendo assim após 24 horas da inseminação a citologia demonstrou a redução significativa de neutrófilos, e que após 24 horas tem início o processo de resolução da inflamação. A correlação de Pearson entre os achados de ultrassonografia e bacteriologia demonstraram não haver uma associação (r= -0,03324) entre os dois testes quanto a avaliação da condição uterina, uma vez que um grande número de amostras foi positiva na bacteriologia e negativa a ultrassonografia, o mesmo foi visto em relação a citologia e ultrassonografia (r = - 0,09017), indicando que a ultrassonografia só é positiva quando a inflamação é intensa. A análise entre os testes de citologia e bacteriologia também apresentaram correlação negativa (r= -0,06757), demonstrando que as bactérias isoladas não constituíram um estímulo antigênico suficiente para elevar a contagem de neutrófilos na citologia. Portanto, a presença do espermatozoide no lúmen uterino provocou uma resposta inflamatória semelhante ao que é observada com sêmen eqüino.
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