Editorial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Festi, Ricardo Colturato
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Revista Katálysis (Online)
Texto Completo: https://periodicos.ufsc.br/index.php/katalysis/article/view/1982-02592020v23n3p383
Resumo: Se Max Weber pudesse, por algum milagre, analisar as duas primeiras décadas do século XXI, ficaria intelectualmente instigado com o grau de irracionalismo da “política” contemporânea. Se essa versão encarnada do autor alemão fosse aquela associada ao romantismo e ao pessimismo cultural, ele teria a certeza de que a sua metáfora da jaula de ferro se confirmara em sua forma mais radical. A racionalidade burocrática – que, na concepção do autor, representaria uma das singularidades do capitalismoem relação aos outros sistemas – parece dividir espaço, sem contradições, com a irracionalidade. A racionalidade, forma moderna de dominação, teria produzido a reificação das relações sociais e ao desencantamento do mundo. Nesse sentido, Weber estaria de acordo com Marx de que o capitalismo moderno é um universo em que os indivíduos são dirigidos por abstrações, “em que relações impessoais e coisificadas substituem as relações pessoais de dependência e em que a acumulação do capital se torna um fim em si, amplamente irracional” (LÖWY, 2014, p. 18). Habermas (1980) nos lembra que Weber introduziu o conceito de “racionalidade” a fim de determinar a forma da atividade econômica no capitalismo, das relações de direito privado burguesas e da dominação burocrática. A racionalização progressiva da sociedade estaria ligada a secularização e a institucionalização do progresso científico e técnico.
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