Bailes de idosos: relação entre o nível de atividade física e marcadores de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guidarini, Fernanda Christina de Souza
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/132958
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Desportos, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Florianópolis, 2014.
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spelling Bailes de idosos: relação entre o nível de atividade física e marcadores de risco para desenvolvimento de doenças cardiovascularesEducação físicaIdosos -Saude e higieneExercicios fisicos para idososDançaSistema cardiovascular -DoençasNeopterinaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Desportos, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Florianópolis, 2014.As doenças cardiovasculares (DC) são causa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo. Estratégias para a prevenção das DC são necessárias no sentido de minimizar a possibilidade de eventos cardiovasculares e gastos em saúde pelo poder público. Neste panorama, torna-se essencial a busca por atividades físicas (AF) no intuito de resgatá-las ao contexto da prevenção de DC. Os bailes proporcionam atividade física de lazer e são bastante frequentados por idosos. Na região de Florianópolis existe uma ampla e regular oferta de bailes (sete dias por semana) com longa duração (de 3 a 5 horas). Entretanto, esse local de prática de dança é pouco estudado em pesquisas sobre prevenção de saúde. Assim, realizou-se um estudo com objetivo geral de verificar a associação entre a dança praticada em bailes e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares em idosos. Os bailes elegíveis foram aqueles realizados de forma regular, no período vespertino, nos Centros Comunitários da Região de Florianópolis. Nestes bailes foram investigados volume e intensidade da dança praticada por idosas denominadas grupo baile (GB). Um grupo controle (GC) foi formado por idosas que não frequentavam o baile, mas participavam de bingos nos mesmos centros comunitários dos bailes. Todas as idosas preencheram o questionário de caracterização e utilizaram o acelerômetro sete dias durante 10 horas/dia, para mensurar o nível de atividade física semanal. Os marcadores de risco de doenças cardiovasculares foram o Escore de Risco de Framingham (ERF), neopterina (NPT) e espessura médio-intimal (EMI) das carótidas. Para obtê-los, realizou-se coleta de sangue; coleta de urina; medidas da pressão arterial (PA); e exame de ultrassonografia das carótidas. Os principais resultados demonstraram que as idosas do grupo baile são mais ativas que as do grupo controle quando analisadas as variáveis: total de AF/semana: 2912 vs 2308,6 minutos (p=0,005); prevalência na realização de 150min de AF moderada e vigorosa/semana: 94,2% vs 74,4% (p=0,008); do número de passos por dia: 6454,1 vs 5670,8 (p=0,05). A AF realizada no baile correspondente a diferença diária entre os grupos em termos de AF semanal. A maioria das idosas frequentava o baile de 1-2 vezes por semana (71%) de forma regular durante seis anos (66,9%). Das quatro horas em que permaneciam no baile, as idosas praticavam AF durante duas horas, nas quais realizavam em média de 14,4 minutos de atividade física moderada e vigorosa (AFLAMV). Verificou-se que as idosas realizavam em média quatro bouts de 14 minutos de AFLAMV, o que somados representam 60,2minutos. Nos bailes a velocidade do passo aumentou 400% em relação a caminhada habitual semanal (de 3,7 para 15,1 passos/min.). A média de passos por baile foi de 3.593 em duas horas de atividade. Em relação aos fatores de risco, observa-se diferença significante entre grupo baile (GB) e grupo controle (GC) nos pontos do ERF: 14,8 vs 17,2 (p=0,04). Clinicamente observaram-se diferenças entre os valores da PA sistólica: GB 134,5 vs GC 143,4mmHg; na prevalência de placas GB 27,9% vs GC 43,6%; e de obstrução carotídea GB 5,9% vs GC 5,1% respectivamente. Apesar do baixo percentual de idosas com obstrução, a maior parte das obstruções encontradas variou de 55 a 65% tanto no GB quanto no GC. Associações inversas foram encontradas entre AFLMV e a neopterina (NPT): diminuição de 2,29 µmol NPT/ µmol Creatinina a cada minuto a mais de AFLAMV (p=0,03); AF leve alta (AFLA) e NPT: diminuição de 3,61 µmol NPT/ µmol Creatinina a cada minuto de AFLA (p=0,02) durante as atividades físicas dos bailes.Nas atividades físicas semanais observaram-se associações inversas entre 150min AFLAMV com a EMI: diminuição de 0,43mm a cada minuto a mais nos 150min/semana AFLAMV (p=0,00), AFLA com EMI: diminuição de 0,02mm a cada hora a mais de AFLA (p=0,04). Também nas AF semanais encontrou-se associação inversa entre AFMV com ERF: diminuição de 0,012 pontos/minuto a cada minuto a mais de AFMV (p=0,004). Conclui-se que as atividades físicas apresentaram associações inversas com os marcadores de risco cardiovasculares quando realizadas de forma igual ou maior do que a intensidade leve alta, ou seja, quando classificadas a partir da intensidade moderada por meio do ponto de corte proposto para idosos de Copeland e Esliger (2009). Em relação ao volume observou-se associação inversa somente com os 150min/semana de AFLMV. Sobre à atividade física realizada nos bailes, concluiu-se que esta parece contribuir para uma vida mais ativa e saudável no envelhecimento, tendo este estudo demonstrado volume e intensidade adequados na AF dos bailes para proporcionar benefícios à saúde das idosas. Também se conclui que as idosas do grupo baile apresentaram menores valores nos fatores de risco para doenças cardiovasculares quando comparadas as idosas do grupo controle. A associação inversa entre as intensidades da AF realizada nos bailes com os valores de NPT sinalizou a necessidade de novas pesquisas para esclarecer questões de causa e efeito entre essas variáveis.<br>Abstract : Cardiovascular diseases (CVDs) are cause of morbidity and mortality in Brazil and the world. Strategies for preventing CVDs are necessary to minimize the possibility of cardiovascular events and expenses in health care by public authorities. In this scenario, it is essential to rescue physical activities to the CVD prevention context. Social dance provide leisure physical activity and are attended by the elderly. In Florianópolis region there is a wide and regular offer of long lasting (3 to 5 hours) social dance (seven days a week). Nevertheless, this dancing practice place is poorly studied in health prevention researches. Thus, a study aiming to verify the association between social dance and the risk of cardiovascular diseases development in the elderly was conducted. There search was conducted with a group of elderly that attended social dance (SDG). The selected social dances were the regular ones, happening in the afternoons, in Community Centers at Florianópolis region. The volume and dancing intensity practiced by the elderly at those social dances were investigated. A control group (CG) was formed by elderly that did not attended social dance, but participated in bingos at the same community centers were the social dance took place. All elderly filled out an assessment questionnaire and used the accelerometer five days during 10 hours/day, to measure their weekly physical activity. Cardiovascular disease risk markers in this study were Framingham Risk Score (FRS), neopterin (NPT) and carotid artery intima-medial thickness (IMT). To obtain them, blood sample; urine sample; mean arterial pressure (MAP) measurements and carotid ultrasound were conducted. Main results show that elderly from SDG are more active than the CG by the total amount of PA/week: 2912 vs 2308,6 minutes (p=0,005); prevalence on performing 150min of AFMV/week: 94,2% vs 74,4% (p=0,008); of number of steps a day: 6454,1 vs5670,8 (p=0,05); being the performed PA at the social dances corresponding to the daily difference between groups in terms of weekly PA. Most elderly attended the social dance once or twice a week (71%) in a regular basis during six years (66,9%). From the four hours of permanence at the social dance, the elderly performed PA in two hours, considering an average of 14,4 minutes of moderate physical activity (AFLAMV). It was verified that the elderly performed an average of four 14 minutes bouts of AFLAMV, that summed 56 minutes. At social dance the foot step speed increases 400% compared to weekly usual walk (from 3,7 to 15,1). The step walk average for each ball room was 3.593 considering its performing in only two hours. Considering the riskfactors, there is a significative difference between SDG and CG at the ERF point: 14,8 vs 17,2 (p=0,04). Clinically, there are differences among the PAS values: SDG 134,5 vs CG 143,4mmHg; in plaque prevalence SDG 27,9% vs CG 43,6%; and carotid obstruction SDG 5,9% vs CG 5,1% respectively. Besides the low percentage of elderly with obstruction, most obstructions found varied from 55 to 65% in either groups. Inverse associations were found between AFLMV and NPT: decreasing of 2,29 µmol NPT/ µmol Creatinine to each extra minute of AFLAMV (p=0,03); AFLA e NPT: decreasing of 3,61 µmol NPT/ µmol Creatinine to each minute of AFLA (p=0,02) during physical activity at the social dance; and in the weekly physicals activities inverse associations between 150min AFLAMV with ITM were observed: decreasing of 0,43mm for each extra minute 150min/week AFLAMV (p=0,00), AFLA with ITM: decrease of 0,02mm for each extra hour of AFLA (p=0,04) and plus; AFMV with ERF: decreasing of 0,012 points/minute for each extra minute of AFMV (p=0,004). Conclusions: physical activities present inverse associations to the cardiovascular risk markers when performed in the same way or higher than the high light intensity, that is to say, when classified as moderate intensity by cut-off proposed to elders by Copeland and Esliger (2009). About the volume, it was observed inverse association only with the 150min/week of AFLMV. Regarding the physical activity performed at social dance, it was observed that it seems to contribute to a more active and healthier life in aging considering the PA values performed at the social dance and the lower values of the risk factor in elders from SDG when compared to CG. The inverse association between LA and LAMV from activities performed at the social dance with NPT values stressed the need of new researches to clarify issues of cause and effect among those variables.Benedetti, Tânia BertoldoUniversidade Federal de Santa CatarinaGuidarini, Fernanda Christina de Souza2015-05-19T04:04:14Z2015-05-19T04:04:14Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis179 p.| il., tabs., grafs.application/pdf333428https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/132958porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2016-03-07T18:57:23Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/132958Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732016-03-07T18:57:23Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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