Padrão de ocorrência e prevalência de lesões de Tubarão-Charuto (Isistius spp.) em cetáceos da Bacia de Santos, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Flach, Luiza Klein
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/237741
Resumo: TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Biologia.
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spelling Padrão de ocorrência e prevalência de lesões de Tubarão-Charuto (Isistius spp.) em cetáceos da Bacia de Santos, BrasilLesões epidérmicasInterações ecológicasMamíferos marinhosTCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Biologia.O tubarão-charuto, Isistius spp., é um pequeno tubarão oceânico conhecido por deixar marcas características em suas presas devido ao seu hábito alimentar oportunista. Entre as principais presas, estão os cetáceos, caracterizando uma interação interespecífica de natureza ainda não bem conhecida. Marcas dessa interação já foram documentadas em 13 espécies de cetáceos em águas brasileiras, totalizando 49 espécies ao redor do mundo. Estas marcas são frequentemente observadas nos cetáceos por meio da técnica de fotoidentificação, permitindo, a partir da identificação da lesão, o registro de ocorrências e prevalências da interação e suas nuances ecológicas. Estudos que buscam entender essa interação ainda são escassos no Brasil. Portanto, o presente estudo tem como objetivo avaliar a ocorrência e prevalência de marcas de mordidas de Isistius spp. em diferentes espécies de cetáceos, testar se este padrão varia espacialmente, sazonalmente e entre espécies, e investigar possíveis condições facilitadoras dessa interação. Esse estudo foi realizado a partir de dados do Projeto de Monitoramento de Cetáceos da Bacia de Santos (PMC-BS), que monitora em larga escala temporal e espacial as populações de cetáceos encontradas em águas costeiras e oceânicas da Bacia de Santos, região que se estende do Rio de Janeiro a Santa Catarina, abrangendo uma área de cerca de 350 mil km2. Os dados de fotoidentificação foram coletados durante todas as atividades embarcadas realizadas pelo PMC-BS entre os anos de 2015 e 2021, possibilitando o cruzamento da variação de prevalência e ocorrência de lesões com variáveis temporais (sazonalidade e interanual) e espaciais (profundidade e posição geográfica). Todos os registros foram analisados individualmente a fim de identificar marcas de mordidas de tubarão-charuto nos cetáceos. A ocorrência foi avaliada através de avistagens de grupos com lesões por espécie. A prevalência foi quantificada a partir da razão entre indivíduos fotoidentificados com mordidas e o total identificado anualmente por espécie. O acompanhamento das lesões por espécie, permitiu avaliar se aspectos ecológicos ou biológicos de cada espécie podem favorecer a interação da mesma com indivíduos de Isistius spp. Foram identificados 131 indivíduos de 19 espécies de cetáceos com marcas de mordidas, sendo que para 13 destas espécies, estes são os primeiros registros de interação com tubarão-charuto em águas brasileiras. Para Eubalaena australis, este é o primeiro registro para a espécie. As espécies de cetáceos com maior prevalência de lesões são oceânicas ou costeiro-oceânicas, migratórias, vivem em pequenos grupos e com grande tamanho corporal, com destaque para os balenopterídeos. Embora tenham ocorrido ao longo de todo o ano, a ocorrência de marcas de tubarão-charuto foi maior no inverno. Espacialmente, a ocorrência não variou latitudinalmente, mas aparenta aumentar com a profundidade e distanciamento da costa. Estes resultados reforçam que a interação entre cetáceos e tubarão-charuto deve se limitar às águas oceânicas, onde ocorre Isistius spp. Assim, os raros registros de lesões em indivíduos em área costeira podem indicar movimentos longitudinais de uma presa tipicamente oceânica, porém com uso ocasional de águas costeiras.The cookie-cutter-shark, Isistius spp., is a small oceanic shark known to leave characteristic marks on its prey through its opportunistic feeding habit. Among the main prey are the cetaceans, characterizing na interspecific interaction that is not yet well understood. Marks of this interaction have already been documented in 13 cetacean species in Brazilian waters, totaling 49 species around the world. These marks are frequently observed in cetaceans through the photo-identification technique, allowing, from the identification of the lesion, the registration of occurrences and prevalence of the interaction and its ecological nuances. Studies that seek to understand this interaction are still scarce in Brazil. Therefore, the present study aims to evaluate the occurrence and prevalence of Isistius spp. in different cetacean species, to test whether this pattern varies spatially, seasonally and between species, and to investigate possible conditions that facilitate this interaction. This study was carried out using data from the Santos Basin Cetacean Monitoring Project (PMC-BS), which monitors on a large temporal and spatial scale the populations of cetaceans found in coastal and oceanic waters of the Santos Basin, a region that extends from Rio de Janeiro to Santa Catarina, covering an area of about 350.000 km2. Photoidentification data were collected during all onboard activities carried out by the PMC-BS between 2015 and 2021, allowing the crossing of the variation in prevalence and occurrence of injuries with temporal (seasonality and interannual) and spatial (depth and geographical position) variables. All records were analyzed individually in order to identify cookie-cutter-shark bite marks on cetaceans. The occurrence was evaluated through sightings of groups with lesions by species. The prevalence was quantified by dividing the number of photoidentified individuals with bites by the total number of individual cetaceans identified annually by species. The monitoring of lesions by species allowed us to assess whether ecological or biological aspects of each species may favor its interaction with individuals of Isistius spp. We photoidentified 131 individuals of 19 different cetacean species with bite marks, and for 13 species, these are the first records of interaction with cookie-cutter-shark in Brazilian waters, while for Eubalaena australis this is the first record for the species. The cetacean species with the highest prevalence of lesions are oceanic or coastal-oceanic, migratory, living in small groups and with large body size, especially balaenopterids. Although they occurred throughout the year, the occurrence of cookie-cutter-shark marks was higher in winter. Spatially, the occurrence did not vary latitudinally, but appears to increase with depth and distance from the coast. These results reinforce that the interaction between cetaceans and cookie-cutter-sharks should be limited to oceanic waters, where Isistius spp. occurs. Thus, the rare records of injuries in individuals in coastal areas may indicate longitudinal movements of a typically oceanic host, but with occasional use of coastal waters.Florianópolis, SC.Costa-Silva, SamiraDaura-Jorge, Fábio GonçalvesUniversidade Federal de Santa CatarinaFlach, Luiza Klein2022-08-03T19:31:28Z2022-08-03T19:31:28Z2022-07-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesis40application/pdfhttps://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/237741info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSC2022-08-03T19:31:29Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/237741Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-08-03T19:31:29Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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