Nhande ayvu é da cor da terra: perspectivas indígenas guarani sobre etnogenocídio, raça, etnia e branquitude

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Longhini, Geni Daniela Núñez
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/241036
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2022.
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spelling Nhande ayvu é da cor da terra: perspectivas indígenas guarani sobre etnogenocídio, raça, etnia e branquitudeCiências sociaisÍndios GuaraniRelações étnicasRelações raciaisTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, 2022.Esta pesquisa teve como objetivo analisar os efeitos do etnogenocídio nas relações étnico-raciais no Brasil à luz de perspectivas de acadêmicos/as indígenas do povo guarani. O método utilizado foi a pesquisa bibliográfica, na qual foram analisadas produções de autoria indígena e não indígena sobre categorias como ?etnia, raça, branquitude, étnico-racial, etnocídio, etnogenocídio?. Nos trabalhos de autoria não-indígena constatou-se um apagamento das especificidades indígenas na discussão sobre racismo no Brasil, em sua maioria voltados ao binarismo branco-negro. Foram analisados também os trabalhos de conclusão de curso dos/as acadêmicos/as guarani formados/as na primeira e segunda turma do curso de graduação em Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A partir da análise desses TCC?s foi possível compreender de que modo a branquitude é definida nas perspectivas guarani e de que maneira o próprio povo se define. No primeiro caso, constatou-se que os eixos que estruturam a branquitude são a noção de propriedade privada, a imposição dos diferentes marcos temporais coloniais, a tentativa de dominação e exploração de seres humanos e não humanos e a não concomitância característica das monoculturas de pensamento. Já a autodefinição guarani, também não foi pautada em um fenótipo específico, mas pelo pertencimento coletivo ao povo guarani, à cultura, língua, costumes, espiritualidade e ao modo de vida que o caracteriza, marcado pela relação de parentesco e afeto com os demais seres, sem que se estabeleça com eles uma relação de propriedade e hierarquia. Como resultado, a pesquisa aponta a importância de que perspectivas guarani e indígenas, num geral, sejam cada vez mais escutadas e reconhecidas como epistemologias válidas para se pensar e combater racismo e etnogenocídio, pois, além do diagnóstico das violências coloniais, também apontam pistas para o reflorestamento dessas feridas causadas pelo desmatamento colonial em dimensões psicossociais aos humanos, à terra.Abstract: This research aimed to analyze the effects of ethnogenocide on ethnic-racial relations in Brazil in the light of the perspectives of indigenous academics of the Guarani people. The method used was bibliographic research, in which productions by indigenous and non-indigenous authors were analyzed on categories such as ?ethnicity, race, whiteness, ethnic-racial, ethnocide, ethnogenocide?. In the works by non-indigenous authors, there was an erasure of indigenous specificities in the discussion about racism in Brazil, mostly focused on white-black binarism. The final papers of the Guarani academics, graduated in the first and second class of the graduation course in Intercultural Indigenous Licentiate of the South of the Atlantic Forest of the Federal University of Santa Catarina (UFSC), were also analyzed. From the analysis of these papers (TCCs), it was possible to understand how whiteness is defined in the Guarani perspective and how the people themselves define themselves. In the first case, it was found that the axes that structure whiteness are the notion of private property, the imposition of different colonial temporal frameworks, the attempt to dominate and exploit human and non-human beings and the non-concomitance characteristic of monocultures of thought. As for the Guarani self-definition, it was also not based on a specific phenotype, but by the collective belonging to the Guarani people, to the culture, language, customs, spirituality and to the way of life that characterizes it, marked by the relationship of kinship and affection with other beings, without establishing a relationship of ownership and hierarchy with them. As a result, the research points to the importance that Guarani and indigenous perspectives, in general, are increasingly listened to and recognized as valid epistemologies for thinking about and fighting against racism and ethnogenocide, because, in addition to diagnosing colonial violence, they also point to clues to the reforestation of these wounds caused by colonial deforestation in psychosocial dimensions to humans, to the earth.Lago, Mara Coelho de SouzaOliveira, João Manuel Calhau deUniversidade Federal de Santa CatarinaLonghini, Geni Daniela Núñez2022-10-21T17:02:33Z2022-10-21T17:02:33Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis132 p.| il.application/pdf378574https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/241036porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-10-21T17:02:34Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/241036Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732022-10-21T17:02:34Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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