Foco e cartografia: aspectos formais das estruturas clivadas do português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silveira, Damaris Matias
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215829
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2020.
id UFSC_b8de1fad8eac677c5357527e06d288f9
oai_identifier_str oai:repositorio.ufsc.br:123456789/215829
network_acronym_str UFSC
network_name_str Repositório Institucional da UFSC
repository_id_str 2373
spelling Foco e cartografia: aspectos formais das estruturas clivadas do português brasileiroLinguísticaGramática comparada e geralGramática gerativaLíngua portuguesaTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2020.Esta tese tem por objetivo investigar, com base na Teoria Gerativa, as propriedades formais das sentenças clivadas, que são construções designadas para focalizar constituintes através do movimento A-barra (A?) do foco. O quadro teórico no qual esta pesquisa está assentada é o do Programa Cartográfico, linha de pesquisa que concebe as estruturas sintáticas como objetos complexos, hierárquicos e mais articulados. Sob essa perspectiva, iremos propor uma análise para as características das clivadas, em termos de concordância e tempo, bem como para a sua estrutura. As clivadas canônicas possuem a sequência linear ?cópula-foco-complementizador-IP?, sendo que a cópula concorda com o foco e converge em tempo com o verbo subordinado. Por outro lado, o português brasileiro (PB) licencia clivadas sem tais convergências. É proposto na literatura que esse é um caso claro de gramaticalização (KATO, 2009, 2018; KATO; RIBEIRO, 2009). Sob essa perspectiva, a cópula não seria um verbo, mas um elemento focalizador. Defenderemos, em contraste com essa hipótese, que esse fenômeno resulta de variação, uma vez que não há evidências suficientes de que o verbo esteja gramaticalizado. Assim, assumiremos que a cópula das clivadas canônicas é um verbo, mesmo quando aparentar estar na forma invariável. Outra configuração de clivada é a clivada é que. Essa construção apresenta a sequência ?foco-é que-IP? e a cópula expressa invariabilidade ? embora o português brasileiro também manifeste variação em relação a esse panorama, licenciando casos com a cópula no passado. Considerando que a cópula é invariável, diversos autores (COSTA; DUARTE, 2001; LOBO, 2006; COSTA; LOBO, 2009; AMBAR, 2005, entre outros) já propuseram que ela ocupa, juntamente com o complementizador, uma estrutura cristalizada, embora não haja consenso a respeito da posição que ela ocupa. Assumiremos que a cópula das clivadas é que é a única que expressa verdadeira invariabilidade e defender que é que é a lexicalização do núcleo Foco, assumindo a estrutura articulada da periferia esquerda da sentença proposta por Rizzi (1997). Em suma, forneceremos evidências, com base na perspectiva e na metodologia cartográfica, de que a clivada canônica e a clivada é que compartilham a propriedade de focalizar os mesmos tipos de constituinte, mas diferem estruturalmente: apenas a canônica possui um verbo copular que projeta uma configuração argumental, correspondendo a uma estruturabioracional, independentemente das propriedades formais da cópula; a clivada é que, por sua vez, possui apenas um verbo, o lexical, já que a cópula é um elemento focalizador.</br>Abstract : Based on the Generative Theory, this dissertation aims to investigate the formal properties of the cleft sentences, a type of syntactic construction used to focus constituents through the A-bar (A?) movement of the focus. The theoretical framework of our research is the Cartographic Program, a line of research that conceives the syntactic structures as complex, hierarchic and more articulated objects. From this perspective, we will propose an analysis for the features of the cleft structures involving agreement and tense and for their structure as well. The canonical cleft has the linear sequence ?copula-focus-complementizer-IP? and the copula agrees with the focus and converges with the subordinate verb in terms of tense. On the other hand, Brazilian Portuguese (BP) licenses clefts without such convergences. It is proposed in the literature that this is a clear case of gramaticalization (KATO, 2009, 2018; KATO; RIBEIRO, 2009). According to this perspective, the copula is not a verb, but an element designed to focus. We will argue, in contrast to this hypothesis, that this phenomenon results from variation, since there is no sufficient evidence to postulate that the verb is gramaticalized. Therefore, we will assume that the copula of the canonical clefts is a verb, even if it appears to be invariable. Another type of cleft sentence is the ?é que cleft?. This construction has the sequence ?focus-é que-IP? and the copula expresses invariability ? although Brazilian Portuguese also manifests variation in relation to this panorama, licensing cases with the copula in the past tense. Considering that the copula is invariable, many authors (COSTA; DUARTE, 2001; LOBO, 2006; COSTA; LOBO, 2009; AMBAR, 2005, among others) have proposed that it forms, along with the complementizer, a crystallized structure, but there is no consensus regarding the position that it occupies. We will assume that the copula of the é que-clefts is the only one that manifests invariability and will defend that é que is the lexicalization of Foco, assuming the articulated structure of the left periphery proposed by Rizzi (1997). In sum, we will provide evidences, through the cartographic perspective and the cartographic methodology, that the canonical cleft and the ?é que cleft? have the property of focusing the same types of syntactic constituents in common, but they differ structurally: only the canonical one has a copula verb, that projects an argument configuration, being a bi-clause, regardless of the formal properties of the copula; the ?é que cleft?, on the other hand, has only one verb, the lexical one, once the copula is a functional focus element.Quarezemin, SandraUniversidade Federal de Santa CatarinaSilveira, Damaris Matias2020-10-21T21:22:26Z2020-10-21T21:22:26Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis243 p.| il., color.application/pdf370473https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215829porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-21T21:22:27Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/215829Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732020-10-21T21:22:27Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
dc.title.none.fl_str_mv Foco e cartografia: aspectos formais das estruturas clivadas do português brasileiro
title Foco e cartografia: aspectos formais das estruturas clivadas do português brasileiro
spellingShingle Foco e cartografia: aspectos formais das estruturas clivadas do português brasileiro
Silveira, Damaris Matias
Linguística
Gramática comparada e geral
Gramática gerativa
Língua portuguesa
title_short Foco e cartografia: aspectos formais das estruturas clivadas do português brasileiro
title_full Foco e cartografia: aspectos formais das estruturas clivadas do português brasileiro
title_fullStr Foco e cartografia: aspectos formais das estruturas clivadas do português brasileiro
title_full_unstemmed Foco e cartografia: aspectos formais das estruturas clivadas do português brasileiro
title_sort Foco e cartografia: aspectos formais das estruturas clivadas do português brasileiro
author Silveira, Damaris Matias
author_facet Silveira, Damaris Matias
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Quarezemin, Sandra
Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.author.fl_str_mv Silveira, Damaris Matias
dc.subject.por.fl_str_mv Linguística
Gramática comparada e geral
Gramática gerativa
Língua portuguesa
topic Linguística
Gramática comparada e geral
Gramática gerativa
Língua portuguesa
description Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2020.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-10-21T21:22:26Z
2020-10-21T21:22:26Z
2020
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv 370473
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215829
identifier_str_mv 370473
url https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215829
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 243 p.| il., color.
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFSC
instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron:UFSC
instname_str Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron_str UFSC
institution UFSC
reponame_str Repositório Institucional da UFSC
collection Repositório Institucional da UFSC
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1808651917520273408