Cartografias brincantes: infâncias no Batuque jeje-ijexá

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Russi, Ana Paula Evaristo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/198971
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2018.
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spelling Cartografias brincantes: infâncias no Batuque jeje-ijexáEducaçãoInfânciaCultos afro-brasileirosÉticaDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2018.A presente dissertação de mestrado constitui-se em uma pesquisa em educação cujo objetivo geral foi cartografar as infâncias presentes no Ilé À s é´ Ojìs é Ifé terreiro de Batuque jeje-ijexá no município de Florianópolis/SC e também na Servidão Unidos, a via pública onde o mesmo está localizado. A infância, tomada como um construto da modernidade produzido sobre uma inteligibilidade adultocrática, foi desfocada neste trabalho a fim de possibilitar o encontro com infâncias outras. A cartografia inscreveu o lugar social, ético e político da pesquisadora como parte dos afetos que possibilitaram os encontros, a experiência da pesquisa e a escrita acadêmica. As linhas que constituem as infâncias foram mapeadas desde os diálogos brincantes com crianças, refletindo a brincadeira como expressão dos saberes de experiência produzidos pelas mesmas. Também foram mapeadas as infâncias dadas pelas práticas religiosas do Batuque, a partir de três elementos ritualísticos: a Mesa de Ibeji, as figuras dos axerês, e a festa de Cosme e Damião da Umbanda praticada na casa religiosa. As experiências vividas pela pesquisadora delinearam reflexões em torno de uma ética de terreiro e uma ética das crianças estatutos éticos que interrogam principalmente a intolerância religiosa e os sentidos hegemônicos de infância, ao mesmo tempo em que suscitam diálogos potentes sobre a ética de quem realiza uma pesquisa implicada com as infâncias presentes na rua e no terreiro. As relações vividas no campo de pesquisa evidenciaram a existência de outras infâncias, que resistem e denunciam o quanto nós, adultas/os, somos apegados à ideia universalizante de uma infância dura, homogênea, que justifica os dispositivos de controle adulto (SCHÉRER, 2009), sendo a recusa a essa infância uma condição para que possamos aprender com outras infâncias, plurais e intergeracionais. As experiências religiosas da casa também colaboram para romper com o paradigma da ciência moderna ao qual temos submetido crianças e infâncias, assim como na rua, lugar onde as crianças também traçam limites que não podemos transpor e impedem que nossa adultez atropele seu estatuto movimentos em que elas, enquanto outro, são nosso espelho, porque nos obrigam a olhar para nossos lugares de adultas/os, nossos jogos de poder e nossas incessantes tentativas de matar suas infâncias tentando impor a nossa (SKLIAR, 2003). Ainda há muito a refletir e desvendar sobre as infâncias que emergem do Batuque jeje-ijexá e sobre o que as crianças têm a nos dizer a respeito, sendo este trabalho um recorte em um contexto localizado. Neste sentido, é necessário alargar o olhar sobre o que é ser criança nas pesquisas com crianças, haja vista que nosso adultocentrismo nos educou a enxergá-las como incapazes e puras. Há que se pensar, ainda, em uma amplificação do tema que abra os horizontes da pesquisa para as potências de infâncias que residem na complexidade das culturas afro-brasileiras.Abstract : This dissertation consisted of an educational research whose general objective was to map the childhoods present in Ilé À??´ Ojì??´ If?´, a terreiro of Batuque jeje-ijexá, located in Florianópolis (Brazil), and also in the Unidos Street, the public road where it is located. Childhood, taken as a construct of modernity produced on a rational adult intelligibility, has been unfocused in this work in order to enable the encounter with other childhoods. Cartography inscribed the researcher's social, ethical and political place as part of the affections that enabled encounters, research experience and academic writing. The lines that constitute the childhoods were mapped from the playing dialogues with children, reflecting the play as an expression of the knowledge of experience produced by them. The childhoods given by the religious practices of Batuque were also mapped out from three ritualistic elements: the Table of Ibeji, the axerês and Cosme and Damião party of the Umbanda practiced in this place. The experiences of the researcher outlined reflections on an ethics of terreiro and an ethics of the children, ethical statutes that interrogate religious intolerance and the hegemonic senses of childhood, at the same time as they arouse potential dialogues on the ethics of those who carry out research involving the children present on the street and the terreiro. The relationships lived in the field of research evidenced the existence of other childhoods, which resist and denounce how much adults are attached to the universalizing idea of a homogeneous and hard childhood, that justifies adult control devices (SCHERER, 2009). The refusal to this childhood is a condition so that we can learn with other, plural and intergenerational childhoods. The religious experiences of the house also help to break with the paradigm of modern science to which we have subjected children and childhood. And on the street, children also draw boundaries that we can not overcome and prevent our adulthood from oppressing their status. They are our mirror, because they force us to look at our adult places, our power games, and our incessant attempts to kill their childhoods by trying to impose our own (SKLIAR, 2003). There is still much to reflect on and discover about the childhoods that emerge from Batuque jeje-ijexá and about what children have to say about it, this work being a cut in a localized context. In this sense, it is necessary to widen the gaze on what it is to be a child in research with children, since our adultcentrism has educated us to see children as incapable and pure. We must also think of an amplification of the theme, which can open the horizons of research to the powers of childhood that reside in the complexity of Afro-Brazilian cultures.Lima, Patricia de MoraesGroff, Apoliana ReginaUniversidade Federal de Santa CatarinaRussi, Ana Paula Evaristo2019-07-25T12:24:45Z2019-07-25T12:24:45Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis175 p.| il.application/pdf358266https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/198971porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-07-25T12:24:45Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/198971Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732019-07-25T12:24:45Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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