Avaliação da percepção e satisfação de indivíduos cegos em relação a um protótipo de bengala eletrônica desenvolvido para auxílio à mobilidade dessa população

• Autor(a) principal: Texeira, Caio Henrique Marques [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64990
• topic: Bengala; Deficiência visual; Cegueira; Mobilidade; tecnologia assistiva

Objetivo: A deficiência visual pode diminuir significativamente a qualidade de vida de seu portador, e as tecnologias assistivas buscam solucionar alguns dos problemas causados pela deficiência. Apesar de a bengala branca ser considerada a tecnologia assistiva mais amplamente utilizada para mobilidade, ela tem algumas limitações, dentre as quais a inabilidade de detectar obstáculos acima da cintura. O objetivo deste estudo foi avaliar a percepção e satisfação de indivíduos cegos em relação a um protótipo de bengala eletrônica desenvolvido para auxílio à mobilidade dessa população. Métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP sob o número 0319/2019. Um protótipo de bengala eletrônica foi desenvolvido para auxílio à mobilidade e à navegação de indivíduos cegos. Dois cenários, para teste do protótipo e da bengala em uso, foram construídos para o deslocamento dos participantes contendo obstáculos de diferentes naturezas: caixas de papelão e de EVA (acetato de vinila) e escolhidos para teste ao acaso, para evitar memorização dos percursos. Após cumprir os dois cenários, foram avaliadas a percepção e satisfação do participante em relação ao protótipo por meio da aplicação de um questionário estruturado em formato de entrevista e também foram avaliados o número de colisões ocorridas pela bengala em uso, pelo protótipo e por parte do corpo do indivíduo, em obstáculos terrestres e aéreos, e o tempo decorrido para o deslocamento para execução do trajeto. Resultados: Um total de 10 indivíduos cegos e usuários de bengala branca participaram deste estudo, sendo 8 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, com idade variando entre 23 e 43 anos (média de 32,2 ± 7,13 anos; mediana 32 anos). Não houve diferença estatisticamente significante quanto ao número de colisões e tempo de percurso nos testes, independente da bengala testada. Um total de 50% da amostra (n=5) considerou útil a informação vibratória das pulseiras do protótipo para notificação da presença de obstáculos. A grande maioria dos participantes, 90% (n= 9), referiu sentir segurança durante o teste com o protótipo. Um total de 80% dos indivíduos (n=8) referiu ter sentido leve ou nenhuma dificuldade no uso do protótipo. Um total de 7 participantes (70%) considerou útil o conceito do protótipo em detectar obstáculos e notificar ao usuário. Conclusão: A avaliação geral do protótipo feita pelos participantes foi considerada satisfatória, uma vez que seu hardware funcionou sem falhas, o seu conceito foi considerado útil à proposta de auxílio à mobilidade e a média das notas atribuídas ao protótipo teve pouca variação em relação à bengala em uso pelos indivíduos. Estudos futuros com uma amostra maior de participantes se fazem necessários para melhor compreensão das necessidades dessa população quanto a tecnologias para mobilidade e aprimoramento do protótipo e dos testes realizados neste estudo.